casa abandonada.
Tudo está presente e
pronto para se encher pouco a pouco de abandono; da varanda se vê a
churrasqueira que dia após dia se tornará ninho de animais
silvestres; às gretas da porta trancada que dá para a rua as
aranhas farão sua morada; uma torneira ao fundo do gazebo gotejará além
dos dias até a amarelenta ferrugem na louça; os galhos da amoreira
avançados sobre o telhado, deitarão folhas na calha até seu
entupimento, natural. Mais adentro da casa se formarão trilhas entre
sujeiras e escombros. Nas prateleiras latas e latas de sardinhas,
atuns, pates, carne inglesa, carne seca … conservas de todo tipo que devem me sustentar até que acabe de escrever este romance, que se você estiver
lendo foi encontrado por algum invasor e deverá tê-lo encontrado em
melhor condições do que eu.
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