4 de dez. de 2012

Último romance.


casa abandonada.


Tudo está presente e pronto para se encher pouco a pouco de abandono; da varanda se vê a churrasqueira que dia após dia se tornará ninho de animais silvestres; às gretas da porta trancada que dá para a rua as aranhas farão sua morada; uma torneira ao fundo do gazebo  gotejará além dos dias até a amarelenta ferrugem na louça; os galhos da amoreira avançados sobre o telhado, deitarão folhas na calha até seu entupimento, natural. Mais adentro da casa se formarão trilhas entre sujeiras e escombros. Nas prateleiras latas e latas de sardinhas, atuns, pates, carne inglesa, carne seca … conservas de todo tipo que devem me sustentar até que acabe de escrever este romance, que se você estiver lendo foi encontrado por algum invasor e deverá tê-lo encontrado em melhor condições do que eu.  

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