Emydio de Barros |
Caricatura.
Caricaturas: Bento XVI. Mídia.Verdade. Estética. Presépio.
Em algum lugar sem ser
tolo e pensar que sitio é mera geografia ou tempo absoluto mas que a
sintonia destes é música e em algum movimento desta me lembra o
ruído e este repercute quebrando a harmonia com sua insistência e
se transforma em integridade sonante e la 'évem' o papa dizer não
havia burro no presépio e o nazareno é de belém e dizer não saber
se os magos eram fazedores de magia e não eram reis ora se presépio
é estábulo não a representação mambembe da colcha do Bispo e
seus anjos azuis logo os amantes de cheiro de carne e gordura humana
queimada sem sequer coragem de vindicar a própria inconsciência
e loucura por perdão sou obrigado a sair de mim em busca da
alteridade de mim e de lá apontar o dedo para mim e dizer-me pois
sou eu mesmo que me digo esquizo e amanhã de manhã como roliço
malaquias soberbamente meto espuma pela cara e puxo o nariz e estico
a bochecha e dou dois tapinhas em cada e penteio a sobrancelha para
entrar no palco onde a dissolução dos sentidos é tecida e o pano a
não cair por burla e a vingança dos corpos entrelaçados na
insistência do eu, eu, eu, eu, eu e eu mas nada de pessoal só a
permanência da persona então beije meu real cu de vassalo se é no
prostíbulo que o dinheiro mostra sua indigência de cadáver oculto
que não está onde se supõe que há de estar embalsamado como se a
morte não incluísse a supressão da vida essa couvade invertida
esquecida mas só essa fé no futuro justifica o cinismo do corpo
sem luz diante do espelho que deve ser quebrado pelo cálice da
paralisia para que o cadáver de Shakespeare continue a decompor
porque Calandrino de Boccaccio foi o primeiro e último homem que se
sentiu grávido da paternidade como engendramento consciente não um
patrimônio místico fundado no vácuo da incerteza do mundo e sua
improbabilidade na duplicidade que sempre se apresenta distinta do
que é oferecendo realidades enganosas com poder de embaucar como a
minhoca que carrega o anzol e a suave brisa da noite roça minha
pele quente
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