3 de mai. de 2012

Por que há algo, e não, mais bem, nada?


Estou aqui, você ai. Estamos nesse mundo e há o mundo e caminhamos nele daqui para lá e de lá para cá. Poderia ter ocorrido de não haver nada. Absolutamente nada. Não posso conceber o nada. Nem imaginá-lo. O que sabemos é que há algo, está tudo isso, está a terra, o céu, os miramos, estão as estrelas! Dai surgem as perguntas, e algumas são definitivas. Só os humanos podem fazer estas perguntas. Estamos aqui, imperfeitos em meio a tanta perfeição do universo. Somos seres finitos diante da temporalidade infinita do universo. Somos carentes em meio a abundância que nos rodeia.
Me sinto por demais pequeno ante tanta grandeza. E talvez a única amostra de grandeza possível para mim seja justamente afrontar esse sentimento de coisa pequena. Por que há algo?
Se a terra é um mero peão que gira em torno de si e do sol. E sobre este peão estamos nós esses serzinhos metafísicos. E este ser metafísico é o homem. O homem metido sobre um peão, pequeno, finito, mortal, cheio de angustia, é mortal e mesmo assim segue vivendo e tem ademais a grandeza de perguntar por tudo, tudo é tudo o que há, e tudo o que há é a totalidade, por que há algo e não mais bem nada? Faço-me essa pergunta e me enche a angustia, porque, quiças, não tenha resposta.
Porque tampouco haverá resposta se a pergunta for: qual o sentido do universo? Um universo em expansão. Wood Allen, em algum filme dele, um garoto não quer ir mais a escola, e diz que não adianta estudar se o universo está em expansão, para que estudar se ele nunca o alcançará, porque ele segue expandindo. Wood Allen gosta disso, em outro momento, quando lhe dizem que Einsten disse que Deus não joga dados, então Wood Allen diz que Deus não joga dados, mas sim a escondidas. E isso podemos tomar como o silêncio de Deus. O que Wood Allen pode ter querido dizer é que Deus está pavorosamente ausente de nossos queixumes.   

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