Ovo de Páscoa, o
Ouro de Tolo do Pascácio.
O preço que se
paga por um ovo de chocolate, nem sempre de chocolate, sempre mais
açúcar, sempre mais gorduras, sempre mais leites, dá
a dimensão da nossa capacidade de influência no chamado
mercado. Nenhuma, positivamente. Total, negativamente. Aqui, a famosa
lei da escassez, seja, nada do que se produz é para todos. Se
todos quiserem não haverá para toda gente. E nessa luta
pelo equilíbrio do produzido versus sua procura, se faz o
preço. O mercado, em outros países, é composto
pela oferta e a procura. Mas não somos outros países. E
o mercado aqui é o que se vê. Sobram ovos de Pascoa,
todos os anos, tanto que se pode comprá-los por ''buon
mercato'' como dizem os italianos, lá por “Corpus
Christi”, com o risco de
ranço, se fosse de chocolate. No entanto, chegamos ao super ou
hiper, e o firmamento de ovos está lá. Toda gente a
olhar para aquele céu. Umberto Eco faria grande proveito, no
mercado da escrita, do semiótico dessa imagem, mas eu ainda
busco eco e não economizo, dei tá dado. Pois o preço
também, em equivalência a sua exposição ao
alto, assim é praticado, nas nuvens. E nós, o
consumidor? Compramos. Pagamos. O que pedirem? O que pedirem!
No cartão, em 10x etc. Somos pascácios.