Políticos.
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Se fizessem uma
pesquisa sobre os problemas do país, com certeza os cidadãos
considerariam os políticos como um dos seus três problemas mais
importantes. Todos transmitem a impressão de que os políticos de
hoje são piores que os de antes, e que a corrupção e encher
linguiça são os esportes que mais praticam, e que não praticavam.
Grave erro. Não
penso que o passado era melhor, penso que o gênero humano se move
sempre por valores e conceitos relacionados com o poder, o dinheiro,
o sexo e a religião, não necessariamente nesta ordem. Talvez nos
momentos difíceis da história, os homens, alguns com autoridade,
tirem a cabeça acima da manada e nos mostrem o caminho. Mas quando
impera a mediocridade, os políticos não são mais que o reflexo
mais visível, e uma medida, da sociedade.
Não me parece justo
lhes atribuir todos os males, ainda que bastantes façam de tudo para
ganhar este prêmio. Se salta aos olhos que preferimos antes ficar
olhando, criticando, ruminando como os outros trabalham, e não nos
comprometermos em projetos coletivos, creio que falta cuidados na
desqualificação.
Dizer que estão
sempre no olho do furacão, e muitos não são modelo de nada, é
chover no molhado. Mark Twain, e note que já chovia, então, dizia:
“Leitor, suponha que você fosse um idiota e suponha que fosse um
membro do Congresso Nacional; mas, se estou me repetindo...” .
Parodiando a Disraeli, que diferenciava desgraça e calamidade com a
sentença: “ Seria uma desgraça que Sarney caísse no rio
Piracicaba, mas seria uma calamidade que alguém o resgatasse”.
No mais, se o país
sobreviveu a Jânio Quadros e depois dele a toda uma trupe domadora
de cavalos, a Sir Ney, Collor... Sossegados, sobreviveremos.