A educação
é uma 'dependência' que carregamos como sociedade que abandonou o
curso, e como tal não há mais recuperação a ser tentada, porque o
que rui e continua a ruir é velha sociedade. Todavia, como toda
dependência, é antes uma pendência. Devemos mirá-la com todo o
carinho, sem contudo passarmos a mão em sua delicada cabeça (dela).
Antes de mais nada,
toda exceção está contemplada no pensamento, assim, nossa
sociedade está esgarçada, entre rotos e malvestidos, puídos todos.
Não existe por pequena que seja, frustração facilmente
assimilada ou simplesmente assimilada pelo tecido social. No babado,
nas rendas algo sempre sempre reluz, mas isso está naquilo,
contemplar exceções. Na USP SP, sem paralelos históricos, o
estudantado foi horrivelmente reprimido. Primeiro policialescamente,
seguido de linchamento público – redundância obrigatória –
encabeçado pela grande média nacional, muito contraditório, e a
palavra mais cara à Midia é justo esta, pois a vida é a busca
pela liberdade, e nada mais ser senão pela cedência mínima.
Pequeno
adendo: A vultuosidade da cessão é proporcional à corrupção
contingente, mas não se pode confundir com perda de liberdade. O
indivíduo sem liberdade é intrinsecamente corrupto, que mais não
seja, o é com ele mesmo. No entanto é substancial ceder, para a
vida em sociedade, isso implica na política e não na polícia,
sendo esta, a mão armada defensora da propriedade alheia, e fazendo
uso do Velho Testamento, ninguém, em pensamentos, atos e omissões,
próprio de outrem.
Dito isso, a escola,
como centro educacional, sempre primou no engendrar – palavra
horrorosa – de peças de reposição dentro do sistema de produção
de vida. Até pouco tempo os limites – graus de liberdade – eram
muito bem definidos. O pai dizia: Calado. O professor dizia:
Silêncio ( minha professora de Francês: Fait attention! Regarder!)
e como em tempos de criação o silêncio se fazia. Por medo, crença
ou vergonha. As ditaduras se foram, sejam paternais, demiúrgicas ou
o porrete: e pagãos nos descobrimos defeituosos, fazendo uso
novamente do sagrado, defeito original. De um lado à 'industria' já
não faz falta sujeitos sujeitados; produto que a velha escola sabia
“produzir” muito bem, por se tratarem de puros mecanicismos:
horários, sinais, uniformes, etc. O aluno era 'criança' ( filologia
barata – estado de criação – ) até a chegada daquele que a
colocava noutro logos, o da formação, do silêncio, do fait
attention, do respeito à autoridade. Duma escola de jesuítas
ranzinzas, para dizer pouco, saiu James Joyce, Machado de Assis,
Euclides da Cunha etc. De Tubingen e arredores Hegel, Einstein, Bohr,
Schredingen, Maxxel. Como de Eaton ou da vizinha Southampton
Ghandi, Virginia Wolf, Oscar Wild, Newton, Darwin pouco mais de MIT
Noan Chonsky etc. Cito os bastante bons, mas não me esqueço dos
muitos e Malvados, e muito menos daqueles que fazem o grande limbo
humano, a massa mundial, que quando se diferencia o faz externamente,
por exemplo, o perfume, a etiqueta – não a elegância –, mas
sempre nas velhas castas docemente trazidas da Índia.
Assim a velha
sociedade, com urgência, necessita de mentes abertas para poder se
salvar no novo, mas não sabe como produzir, massivamente, a mente
iluminada e criativa. Como o professor é obra da 'antiga' escola,
continua a reproduzir-se mecanicamente, causando um descompasso, já
que a 'novíssima' sociedade não quer mais 'robôs', quer
indivíduos livres e imaginativos, mas tudo que produz com desleixo
são corruptos robotizados.