A letargia é um sono
anormal, profundo, contínuo; onde a respiração e a circulação
parecem suspensas. Quando perguntamos ao ser e por ele; acometido de letargia,
suas respostas são vagas, e este não se desperta para as responder, nem
guarda recordação, alguma, se despertado. Isso é definição que
se encontra em dicionários, e para arrematar, buscando pela
sinonímia, a coisa aponta para a ideia de inanição, indiferença,
modorra, indolência extrema e apatia.
A modorra é coisa parecida à hibernação,
quando as condições climáticas são extremas, os ursos hibernam.
Há um particípio, muito bonito, que é aletargado, do verbo
aletargar e há ainda: amodorrar, que está entre os paralelismos e simetrias acima, e ainda, e também há, o, aferrar-se ao ... letargo. Em qualquer caso, temos
aqui um belo embornal cheio de conceitos, como queria o Arcebispo Tilotson, com os quais as vezes penso
em descrever o estado de choque em que se encontra, parte da, nossa sociedade
civil.
Muitos de nós há alguns anos, dez, vinte, trinta anos, estávamos bastante despertos,
coisa oposta a esse letargo, éramos esquerdistas alegres, festivos e orgulhosos
em ostentar tal esquerdismo, ainda que verossímil e literário, cresciam pelos cafonas no sovaco das meninas,
meio maoistas, meio marvada carne cheguevarista: hay que
endurecerse pero perderse la ternura jamas, paredón y besos, stalinistas disfarçados em batas indianas, e tiracolos em couro cru trançadas em ombros trotskystas interessados em Andrè Breton, o futurismo de chinelinhas de couro em Mayakovystas de folhinhas linhas zibelinhas libelinhas sozinhas, Wilhelm Reich no
escuro para comer a Aninha, o formalismo de Jakobson, bebo coca cola, babo coca cola, a poética Brechtiana und so weiter,
inocentes e culpados, lírios pirados, irresponsáveis, ignorantes em Das Kapital, Ideologia Alemã, do Anti-Durhing, Heiliege Familie, a os fatos se repetem, hizuzufingen, tragédia e comédia e pornochanchada e Was tun? Quehacer ? Quefazer ?
" Faça Tudo, tudo mesmo, menos permanecer aletargado".
Em dias de hoje a mídia, a grande e a
infinitesimal, dia sim outro também, nos agouram. Os meios, ditos: médias,
são verdadeiras encruzilhadas, com suas marafas, galinhas mortas,
velas vermelhas e pretas.
Custo a crer no que vejo, se não fosse pelo abatimento dos valores acima assinalado, nós que sempre
propusemos a cabeça erguida, contra o: " come ananás e mastigas perdizes" dos neófitos, não temos coragem de alçar a nossa "acima da manada".
Não podemos deixar na mão de um “fascismo” incipiente ou encanecido (sim, com certeza, o
exagero é meu, meu caldo é exagerado e transborda), por uma burra direita, claro que pode
haver dela e nela coisas lindas e melhores ideias das que temos visto, mas não
podemos estar amortecidos e torporizados. Somos nós que
devemos dar o passo adiante. Posto que, nas mãos deles, volta-se
sempre a uma doença cronica, o golpe.
A decadência da
economia familiar, se alastra pelo mundo, e paradoxalmente, isto é, assemelha aos incautos que o seguinte faz oposição, mas é coisa que encerra o seguinte: o fulgurante progresso de
certas economias privadas, e a corrupção. Tudo fazendo supor os primeiros
degraus rumo à decadência moral e por conseguinte a um meio hostil, que tão só
alimenta o exercício da individualidade, que sempre nos chega como: fazer sacrifícios. É esta prática, cínica,
sabemos por experiência, e sempre desemboca, tão somente, em
sociedades caducas e condenadas ao fracasso, e a extinção de direitos, por extrapolação, que
é de onde viemos e partimos e não queremos retornar. Chuta que é
macumba! E um passo adiante, no processo de libertação...