18 de mai. de 2015

Apesar dos pesares, a politica é fundamental.




Desde que a politica foi posta às ordens das finanças e da economia, vivemos com medo. A revolução conservadora, o esfarelamento do bloco soviético, a globalização financeira e a desregulamentação provocou um incremento tão ostensivo das desigualdades, que o grande capital tem experimentado lucros como não se viam desde 1913. Vivemos com medo da violência dos que ainda têm menos que nós, de perder o emprego ou não encontrá-lo, de não conseguirmos nos emancipar, de não ter recurso para enfrentar as dificuldades da velhice ou a doença e a decrepitude.

Creio que a sensação preponderante é que não controlamos a situação, nem como indivíduos, nem como sociedade, e que politicamente não temos (ou perdemos) a capacidade de regular os fatores que influenciam a nossa condição de seres humanos e que determinam os limites da nossa liberdade. Assim mesmo, esta não é uma situação espontânea, senão que foi impulsionada e mantida por forças interessadas em nos manter em tal situação. Estas forças não são unicamente politicas, econômicas, militares, mas também simbólicas e mentais, e em parte se pode dizer que trabalham desde o interior das nossas consciências.


É possível que a militância politica tradicional esteja em crise, mas não se pode negar que tudo é politica e cada um de nós haveria de planejar se está de acordo ou não com este sistema. Se quer tomar parte do problema ou da solução. A dimensão politica continua sendo transcendental, mas isso não implica, automaticamente, que os esforços para produzir mudanças politicas e econômicas substantivas, no país, sejam mais importante que as que devemos nos fazer, simultaneamente, para transformar nossa mentalidade e nossa consciência.

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