27 de abr. de 2015

A mítica camisa da Seleção nas manifestações.

A mítica camisa da Seleção nas manifestações.

Quem pensa se tratar de uma burrice dos dirigentes das manifestações o uso da camisa canarinho, muito se engana. Por que na camisa amarela está a ideia do sincretismo de classes da torcida canarinho, que imediatamente se quer passar à ideia de Nação sincrética.
Se Nélson Rodrigues lança mão da pátria de chuteiras, não é difícil se vestir por completo, como o escrete Canarinho. Há muito que se quer e se dilui o termo Burguês,( mundo afora) não o fato econômico, tão somente a representação. Quem quis e conseguiu diluir-se dentro da Nação é a Burguesia, seja ela qual for ao longo do tempo, a do café, a da industrialização, seus espólios, ela se diluiu e restou a Nação. Tanto é assim, que esses termos só valem para as Elites do tempo histórico, “no tempo do império”, na “cultura do café”, enfim lá atrás no tempo.
A burguesia aceita a presença da esquerda na Nação, digo aceita porque no fundo a nação é ela, porque o regime de propriedade deve permanecer o mesmo, assim como a ordem burguesa e a ideologia burguesa. É muito simples, com essa diluição, ou seja, a impossibilidade do uso da denominação: “Burguesia”, desaparece a possibilidade da denominação de seu caráter ideológico. Assim se faz crescer e florescer a ideia de Nação, o que naturaliza a sua ideologia, aonde a única ideologia é a da Esquerda.
Com esta bandeira, quem se veste de ''Seleção” é a Nação, e não a burguesia, logo quem não se veste de “seleção” é contra a Nação, e irremediavelmente, quando, na verdade, só se é contra a burguesia, porque o termo, a coisa burguesa já não existe, p. ex., no Manual de Redação da Folha de São Paulo consta a proibição do uso do termo Burguesia, e não só ele, mas todos os termos que caracterizam o regime, o sistema e a ideologia, do lugar onde vivemos, como: capitalismo, proletário etc. É como se, com o desaparecimento dos termos os problemas sociais, e mesmo as classes sociais houvessem desaparecido, mas isso é pura ideologia. Assim, vestidos com a camisa da seleção representam a Nação canarinho, os demais são os adversários, não deles, mas da Nação. Desse modo além de diluída, não culpável por nada, e inviabilizando os que não vestem a canarinho.
Assim, a camisa amarela consegue deixar mais uma vez “anônima” a burguesia. E esse anonimato ideológico se dissemina por todas as atividades, judiciais, políticas, artísticas, propagandistas… e finalmente, no escrete que foi tomado de assalto para representá-la.

P.S. Na tentativa de denominação, se passou a usar ou se tentou usar o termo Elite, que imediatamente passou a ser sangrado, cortaram-lhe o pulso para que seu sangue esvaísse, a tal ponto que se pode provocar risos ao usar o termo: as Elites. Criando propositalmente a confusão com as elites intelectuais e do vanguardismo ‘verde’ etc.



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