A mítica camisa da
Seleção nas manifestações.
Quem pensa se
tratar de uma burrice dos dirigentes das manifestações o uso da
camisa canarinho, muito se engana. Por que na camisa amarela está a
ideia do sincretismo de classes da torcida canarinho, que
imediatamente se quer passar à ideia de Nação sincrética.
Se Nélson
Rodrigues lança mão da pátria de chuteiras, não é difícil se
vestir por completo, como o escrete Canarinho. Há muito que se quer
e se dilui o termo Burguês,( mundo afora) não o fato econômico,
tão somente a representação. Quem quis e conseguiu diluir-se
dentro da Nação é a Burguesia, seja ela qual for ao longo do
tempo, a do café, a da industrialização, seus espólios, ela se
diluiu e restou a Nação. Tanto é assim, que esses termos só valem
para as Elites do tempo histórico, “no tempo do império”, na
“cultura do café”, enfim lá atrás no tempo.
A burguesia aceita
a presença da esquerda na Nação, digo aceita porque no fundo a
nação é ela, porque o regime de propriedade deve permanecer o
mesmo, assim como a ordem burguesa e a ideologia burguesa. É muito
simples, com essa diluição, ou seja, a impossibilidade do uso da
denominação: “Burguesia”, desaparece a possibilidade da
denominação de seu caráter ideológico. Assim se faz crescer e
florescer a ideia de Nação, o que naturaliza a sua ideologia,
aonde a única ideologia é a da Esquerda.
Com esta bandeira,
quem se veste de ''Seleção” é a Nação, e não a burguesia,
logo quem não se veste de “seleção” é contra a Nação, e
irremediavelmente, quando, na verdade, só se é contra a burguesia,
porque o termo, a coisa burguesa já não existe, p. ex., no Manual
de Redação da Folha de São Paulo consta a proibição do uso do
termo Burguesia, e não só ele, mas todos os termos que
caracterizam o regime, o sistema e a ideologia, do lugar onde
vivemos, como: capitalismo, proletário etc. É como se, com o
desaparecimento dos termos os problemas sociais, e mesmo as classes
sociais houvessem desaparecido, mas isso é pura ideologia. Assim,
vestidos com a camisa da seleção representam a Nação canarinho,
os demais são os adversários, não deles, mas da Nação. Desse
modo além de diluída, não culpável por nada, e inviabilizando os
que não vestem a canarinho.
Assim, a camisa
amarela consegue deixar mais uma vez “anônima” a burguesia. E
esse anonimato ideológico se dissemina por todas as atividades,
judiciais, políticas, artísticas, propagandistas… e finalmente,
no escrete que foi tomado de assalto para representá-la.
P.S. Na tentativa de
denominação, se passou a usar ou se tentou usar o termo Elite, que
imediatamente passou a ser sangrado, cortaram-lhe o pulso para que
seu sangue esvaísse, a tal ponto que se pode provocar risos ao usar
o termo: as Elites. Criando propositalmente a confusão com as elites
intelectuais e do vanguardismo ‘verde’ etc.