Para
mim, não é importante se estou de acordo ou não
com outro, ou com um pensador, seja ele conservador, liberal,
progressistas, marxista, etc. O importante, para mim, sublinho, é
que o outro, o pensador outro, é que me estimule a pensar e a
desenvolver argumentos, inclusive contra ele, e acimadamente contra
mim. Não me dou ao luxo de ignorar nada da história, da
minha história, da nossa história.
Enquanto
povo, a nação, me parece, vai melhor se esta
tensionada, diariamente um plebiscito contínuo, não
esse de criar leis constitucionais, mas de se esfolar como um seixo
no caudaloso estresse do embate. Um fluxo constante, intenso, de
temas estressantes, ajudam a sincronizarmos nossas consciências,
nos regenerando.
As
redes sociais muito tem colaborado com isso. É um avanço
tremendo sobre outros meios, como tv, jornais, aonde não
ocorre o embate. Seja qual for o direcionamento dos meios de
comunicação convencionais, eles emitem um sinal, e o
receptor deste sinal quando muito abana as orelhas, ou rumina a
mensagem, sem poder emitir uma resposta, não estressa a
relação. Esse era o nosso quadro, nosso fotograma até
outro dia, no entanto hoje, a tudo que se diz, haverá um
receptor que se transforma em enunciador e truca sobre o argumento.
Assim,
juntos formamos um corpo, um macro corpo nação,
psico-político-ético-estético, ou comunidade,
aonde as preocupações - mesmo que induzidas
mediaticamente, que é um ótimo papel para os meios de
comunicação - estressantes, vibrantes, criando uma
espécie de neurose coletiva, uma alma coletiva neurotizada. E
não se pode negar, pelo que temos visto nas redes sociais, que
criamos força de coesão, partindo da sensibilidade
coletiva ao agravo, à injuria, ao insulto, à
injustiça....
A
natureza, que deu aos indivíduos amor próprio, não
negou este mesmo amor aos povos, à comunidade; e também
a capacidade de celebrar, festejar a si mesmo.
Do
estresse que temos vivido, talvez, iremos à festança,
porque nos amamos como brasileiros, e temos muitos motivos para
celebrar; assim como temos muitos motivos para nos estressarmos. Não
é questão, acabar com a briga, é brigar até
chegarmos à nossa praia. Pode parecer chovinismo, mas é
mais interessante estar perto do chovinismo que perto do desinteresse
pelo outro, seja ele qual for.
Por
mais modernos que nos queiramos, por mais autônomos, por mais
ousados, como sujeitos que cremos que somos, estamos sempre
sujeitados à algo, cultura, hábitos, costumes,
estética, ética, que nos precede, e como diz o ditado:
bailamos conforme a música, ao mesmo tempo que criamos música.