26 de mar. de 2016

É Matar ou Morrer ou Morrer matando. Somos todos talibãs?


Juízes (16,30)

E disse Sansão: Morra eu com os filisteus. E inclinou-se com força, e a casa caiu sobre os príncipes e sobre todo o povo que nela havia; e foram mais os mortos que matou na sua morte do que os que matara em sua vida. É assim que se narra no Antigo Testamento, a vingança final de Sansão, chicote dos filisteus, quais neste episódio, morreram uns 3000. Ainda que, a submissão de Israel aos filisteus fosse obra de Javé, como castigo pelos seus pecados, os judeus não pouparam honras a Sansão. Ao contrário, “Então seus irmãos desceram, e toda a casa de seu pai, e tomaram-no, e subiram com ele, e sepultaram-no entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá, seu pai.”  Notem a frase inicial: “ Morra eu com os filisteus”. Morre matando como um talibã. Lei de Talião, olho por olho…  que também se encontra no Corão. (II-172), ligeiramente diferente: “No homicídio, o livre por livre, o escravo por escravo, a mulher por mulher…) .
O mundo ocidental, ainda há pouco passou a ser privadamente ateu, como no mundo muçulmano bebe da Bíblia estas idéias de vingança disfarçadas de justiça. Assim cegados pelo olho por olho seguimos ...

25 de mar. de 2016

botões da camisa.



Tenho com você uma fantasia sexual, pode parecer uma fantasia sexual como outra qualquer, mas não é. Neste momento, por exemplo, alumbro o orgasmo só de pensar em você, pensar na prática, o tremendo desejo que Você me desperta, é tão forte, que a melhor coisa a fazer é pregar uns botões naquela camisa que penso usar no dia que Você irá arrebentar, novamente,  os botões. 

24 de mar. de 2016

Qual é o significado da Semana Santa?


  • Renato, vê se me explica isso: como Jesus perdoa a todos os homens?
  • Cristo podia perdoar e absolver .
Responde Pe Renato Abdade, por isso o chamamos Redentor. É Deus antes de tudo. Por que teve que sofrer, morrer? Pensamos nele ? … A moral dessa fábula é semples: nem sequer Deus se atreveu, escute bem, a perdoar os homens desde os céus, porque o valor de um perdão como esse seria nulo. Não, desça do teu Sinai, e meta-se na pele infame de um escravo, viva e trabalhe uns trinta anos como carpinteiro, numa cidade pequena e suja, suporte tudo que um homem pode suportar de outros homens, e quanto de lacerarem com chicotes, te arrastem com cordas, e te crucifiquem quase pelado num poste, exposto à vergonha e ao escárnio, e pergunte desde este maldito Alto: Ama os homens como antes ou não? E se diz: “Sim os amo como antes”. Tal como são? “De todos os modos, os amo”. Então, Perdoa? Perdôo! Esse perdão tem uma força terrível.  E quem crer   que possa e queira ser perdoado, será. Porque não é Deus no céu, quem perdoa, mas um escravo crucificado. Esta é a Redenção.
  • Poderia perdoar Judas?
  • Por que não?
  • Quem era Judas no fim de contas?
Um homem que havia supervalorizado terrivelmente suas forças.  Três quartos dos traidores são herois fracassados. 

23 de mar. de 2016

Isso não é um par de botinas.



O quadro de Van Gogh leva Heidegger a reflexões, nem tão só acerca da obra que revela sua representação. Ademais, á  Sherlock, deduz, que o par de botinas, pertencem a uma camponesa. Que talvez, se limite a calçá-las para enfrentar a terra gelada dos trabalhos labregos... Meier Shapiro interviu na discussão e disse não se tratar de botinas de labregas, mas sim do próprio Van Gogh, e que Heidegger não passa (na verdade o próprio Heidegger o demonstra) de porco fascista, que toma o objeto sem levar em conta o autor, a subjetividade.... Derrida tira uma das luvas e joga nas caras grandes  deles -  Heidegger e Shapiro -  e diz  que eles, sim,  são um par de cenouras, ou nabos, e que as botinas, em questão, nem sequer formam um par e que o impacto do quadro põe em jogo, para cada observador, uma miríade de construções pessoais e simbólicas e iconográficas, destapando, em todo caso, a própria verdade, a verdade em si.


22 de mar. de 2016

A mentira..

Acho que somos a pior idade da humanidade.
Desde que ela se espraiou pelos continentes, tudo era novinho em folha.
Grandes caçadas, dormir em cavernas com morcegos, inventar o fogo, a pedra lascada, o bronze, a roda, o barquinho flutuante.
As grandes batalhas. Singrar os mares.
Era o tempo em que se dizia: “ a mentira tem perna curta,”  mas tinha perna, curta.
Hoje, nem perna tem. Já nasce com sua lápide.
Parece uma derrota, mas ela venceu.
A mentira é a verdade e essa a mentira, são a mesma moeda.
Um dado jogado sem acaso e  todos seus lados são iguais, e dizem sobre nosso azar. 

14 de mar. de 2016

Uma Trupe de Trumps.

É frustrante não poder estereotipar, não poder criar uma metáfora do desfile de ontem, já que foi a marcha dos estereótipos,das metáforas convertidas em carne e osso, como se a avenida se enchesse de Brás Cubas, Odete Roitman, Maria de Fátima, Leôncio, Paulo Honório, Hermógenes, Bentinho. Qual a graça de dizer: Olha, o Leôncio! Onde? Ali, e é de verdade! Ou alguém sem ter tomado um porre de vinho doce chatô do papa, pode acreditar no visto e não sarar a dor de cabeça. 

Uma trupe de Trumps!


A proto-elite em desfile pelo paulistódromo, a estourar champã, arrastando babás, exibindo toda a arrogância de boutique, prepotência mesquinha de canais a cabo, cabeças feitas em academia com acabamento de haute coiffure do jardim nova conceição, com apoio da TV que todos vêem,  da CBF, Federação Paulista, Carioca de Futebol, da TV á cabo, dos jornalões e jornalecos, do Metro, da Policia, da justiça, do ladrão de merenda, da OAécio construtora de aeroporto, do bolsonaro, do feliciano. Incomodando mendigos. 
-  Orra meo! cê viu o mendigo da CUT!
-  Che voglio dire! Bisonho. Não sei como não encontraram um Prudêncio. Quer dizer, sei... só havia brancos, tirante babás, acorrentadas  ao seu papel. Metáforas em carne e osso, materializadas.
Se houvesse um louco para dizer: "seus olhos são dois oceanos", morria toda gente afogada. Era Brás Cubas sendo Brás Cubas, ao vivo e em verde amarelo. Denotativo. Realmente, um desfile de milhões de Brás Cubas, pior, Brás Cubas sabia que estava morto, não tentou reencarnar. 

13 de mar. de 2016

Como rebelde, só me resta, por fim, a auto destruição.

Como rebelde, só me resta, por fim, a auto destruição.

No entanto, antes disso, preciso trabalhar para que não se restaure a ordem anterior. A ordem que querem está, por demais, ligada à servidão, ainda que não saibam que a mão que afaga é a mesma mão que apedreja. Da festa para a qual chamam a todos, para alardeá-la, só sentirá o tilintar dos serviços, e o aroma do café, no fim dela. Então, é aí que você entra em cena.
Como rebelde, não sou sedentário. E não aceito a verdade pelo  limite de minhas forças frente ao monstro turbinado. Ele quer provar que o monstro sou eu, sendo ele o paradigma da monstruosidade. A ordem que querem restaurar é a que quero sepultar, no entanto, muito provavelmente, ele será o meu coveiro, mas, jamais o meu pastor.
É hora de lutar. Não farão a verdade pelo meu cansaço, eu não me canso, não me canso para que o meu cansaço não justifique, não transforme a farsa em verdade. E  nem à força me faz aceitar seu conceito de vida, e de mundo.