3 de fev. de 2016

Desdicionário. Falácia: acreditar que o tamanho do pênis tem a ver com o do nariz.

Desdicionário.
Alvo: avô branco.
Papada: o papo do Papa papa, papou no papo, levou no papo, 
Canabis: dar o segundo pega. Ir em cana por isso e só ter cana pra chupar.
Infimose, pênis diminuto inviabilizando a circuncisão.
Ridiculites : pequena inflamação do nervo da vergonha.
Ministério: mistério sobre o ministro da cultura.
Multicanal: Veneza, Recife.
Colossal. Grão de sal do tamanho do buraco da rua de casa.
Lúcifer. Brilhante em tons avermelhados.
Parca, burca que só tapa os olhos.
Peritonite: doença que dizimou os Peritos da era Collor.
Melodrama, melão com gosto de pepino, ou bucha.
Lacônico, na forma de um cone.
Malária. Uma parte da ópera que não presta.
Saudável, pessoa digna de um “Olá, como vai”
Diatribe. Tribo das criticas virulentas. Virulenta: vírus disseminado pelo Bicho Preguiça.
Lavadora , Suíça.
Retificar: fazer ás pressas.
Veleidade: vovô cantando mocinha.
Pedagogo, muito gogó e pouca coisa mais.
Bimestre, proprofessor/a.
Advérbio et órbio, modifica não só o verbo, mas todo o universo.
Vespa, inseto italiano de duas rodas.
Libélula, inseto que acusa,
Purpurina, urina carnavalesca.
Auto-estima, gostar de si cuidando mais do automóvel.

Copy right. Direito de copiar, então copie.
Conífera, reino animal, a fera cone, Fred. Botânica: a árvore dos cones. Figura de linguagem: diálogo de lacônicos.
Fraudulenta, péssimo nome para uma senhora alemã. Dulenta.
Enrugado, Bovinos não fazem cirurgia plástica?
Autocensura.
Balada. Festa que termina em tiroteio.
Bissexual. Por isso inventaram o viagra. Mais uma, mais uma...
bronze: o onze do br.
Clara, uma loira com juízo.
Daltonismo, transtorno congênito que nos impede distinguir os Daltons
Ecografia. Cografia, grafia, fia ia, a ....
e-difício. construção virtual de difícil acesso.
Esfincter, figura estrambótica ou estrambólica e enigmática, pela qual Édipo tomou verdadeiramente no cu.
Esquerdismo. Insistir nos péssimos resultados da mão esquerda quando se é destro.
Falácia. Acreditar que o tamanho do pênis tem a ver com o do nariz.

Favorita. A pedra que sempre tropeço.

Faça como Demócrito, não morra em véspera de Carnaval.

Faça como Demócrito, não morra em véspera de Carnaval.

       Demócrito, o filósofo risonho, estava à beira da morte, carcomido, corroído pela velhice. Sua irmã não parava de chorar. Dorido desenlace iminente, mas a dor doía mais por inoportuna, porque naqueles dias se dava o festival das Tesmofórias, festas em que as mulheres festejavam Ceres e sua filha Prosérpina, rituais secretos, maçã do amor, auto falante soando Odair José e tudo mais.
         Demócrito, entendia sua dor, afinal era risonho e não carrancudo. A propósito, ria.
         O que fez Demócrito?
        Tentaria adiar sua morte. 
         Como? 
         Pediu a sua querida irmã, que lhe trouxesse até a cabeceira de seu leito, alguns pães, acabados de sair do forno, e ali ao lado do travesseiro os depositasse, junto a sua cabeça. 
         O que aconteceria?  
         O aroma era tão inebriante que poderia entreter a dona Morte, ainda que ela estivesse ali a rondar a cama.
         O que de fato aconteceu? 
Isso mesmo que ele planejara, durante três dias que duravam as festas, pelo olor dos pães, ele ansiou sua vida tanto que não morreu. 
         Mas, enfim, Demócrito morreu? 
         Sim, no quarto dia, finalmente, soltou as amarras e morreu em paz. Assim não estragou as festas de sua irmã.

2 de fev. de 2016

Rir, Educação Para o Futuro ou Toda Cinderela Tem Sua Meia-noite.

Rir, Educação Para o Futuro.

Toda Cinderela tem sua meia-noite.

Vivemos um momento histórico singular, mui singular, o mais especial de todos – como todos - nunca antes ficou tão pouco claro o que é uma boa Educação, e nunca antes lhe foi outorgado tanta importância como credencial social, ou teve tanta importância para se ter o máximo êxito na vida.
A boa Educação é aquela que propõe limites severos à molecada, para com isso botar-lhes limites severos à exagerada volta do pêndulo pedagógico da permissividade em plena época da intolerância às frustrações pelas satisfações imediatas, a dos gadgets tecnológicos vertiginosos?
É uma boa Educação a complementação da educação formal os esportes, idiomas, música, artes marciais, visitas turísticas aos altruísmos junto ao tecido social mais vulnerável da nossa sociedade, ou tudo não passa de exigências excessivas? Afinal, uma simples inversão, o filho que é quem busca um herói, acaba por ser superman em construção daquilo que não somos? “Viva e deixe viver”, ainda vale?
Afinal, sabemos muito pouco sobre o futuro, mas sabemos que não sabemos como será a maioria das profissões do futuro, assim, como preparar a molecada para ser algo, que no dia em que serão e farão, talvez para tanto, fará melhor um robô?
Indo pouco mais adiante, como os valores mudam, então, como lhes inculcar valores, se já vi a castidade, a virgindade ser um grande valor, depois passou a ser digna de vergonha quem o fosse, para então a “ménage à trois” ser uma vergonha, e logo vergonha era não ter nunca praticado. O que era luxuria passou a ser sinônimo de sanidade, de uma sexualidade livre que ajuda a queimar calorias, e neste momento a gula é a nova obscenidade.
Quem diria que a liberdade de pensamento começasse em algum momento a tangenciar o Fascismo? Quem diria que o laicismo não se adaptou ao multiculturalismo que abraça como ideal?
Quando era menino, os paradigmas, quaisquer – mesmo no futebol os times eram eternos, todos sabíamos escalar o nosso time, e de quebra o adversário – tardavam em mudar, estavam sempre no horizonte.

Portanto, que a Educação permita o riso, porque o riso está cheio de consciência, aguda consciência, e elevada lucidez.  

29 de jan. de 2016

Rebobinar.

Rebobinar.


Botar a mochila no barranco, descalçar a bota, desfazer o caminho, sem olhar para frente, desler livros, apagar blog e relatos óbvios, descomentar comentários, despronunciar desfirmar posições, desamar, desapaixonar, desodiar, desvisitar cidades, mares, praias, montanhas, desver alguns quadros esculturas exposições, desconhecer certas pessoas, desassistir filmes, reuniões, desvotar, desfiliar,  desparticipar de cerimônias inúteis, desvoltar, recolher bitucas de cigarro, apagar a luz, sentar, em silêncio.     

Pontual.

Ele tinha esta clareza, aos encontros marcados, aos lugares que têm hora para começar, se vai ou não. Era o seu lema, sua ética. A frase não tem, como direi, brilho para luzir por ai, mas o identificava com tremenda precisão. Era um homem pontual, de raspão com a obsessão. A remota possibilidade de se atrasar lhe provocava desassossego, em flerte com a angústia. Especialmente na hora de viajar. Tanto fazia a distância. Vivia a três passos do ponto de ônibus, mas saia de casa uma hora antes, em qualquer caso. Óbvio, era sempre o primeiro. Isso lhe permitia o  excêntrico capricho: sentar no primeiro banco, corredor,  ao lado do motorista. Era a sua debilidade. Cada vez que o companheiro de poltrona descia e outro subia, cedia a passagem para a janela, era um preço que estava disposto a pagar, para usufruir da panorâmica, da paisagem, que o lugar oferecia. Na volta, a coisa se complicava. Custa crer, mas esse desejo, mania, era compartilhada com muitos companheiros geracionais. Alguma discussão em tom mais elevado foi vista na estação rodoviária, entre os aspirantes a copiloto do circular. Parece que o pessoal do primeiro e segundo quarto do séc XX tinha a personalidade mais definida. Basta se fixar nas velhas fotografias escolares. Rostos rudes. Não se comparam em nada com as fotos de funcionários felizes da M. Narizes importantes. Olhares para uma escadaria que baixa a um mundo inóspito, de quase miséria. Vida dura, ainda que se houvesse sido menino mimado em casa de boa família.

Baseado no fato de que Salvador Dali exigiu embarcar 48 h antes do navio zarpar para Nova York, na sua primeira ida aos EUA, por ter medo de perder a hora. 

28 de jan. de 2016

A Vida.

A vida.

Para viver há que se abraçar a vida em toda sua esgarçada e fragmentada liquidez, no que tem de boa e má, amar a Dilma e o  câncer, FHC e a Zikai, Aécio e Zé Dirceu. O humor não existe como ornamento escapista, é a hilariante ferida suicida que faz da merluza bacalhau ou sereia, sábio ignorante, Bolsonaro em diamante, o relaxamento que permite mijar na mão do amante.