Muitas vezes percebo
nas criticas, não só no antiPetismo, uma asfixiante
penitencia auto-imposta, da mesma forma que no passado se usou uma
estrelinha vermelha para se diferenciar no rebanho, hoje usa
esbravejar contra, já sendo o bastante, e como penitente não
percebe que a história do fetiche da estrelinha é que
nos trouxe ao de hoje, pelo vazio de quem a usava nesses termos. Da
critica de hoje asfixiante ao endeusamento da estrela fetichística
no passado, entre um e outro corre e correu um rio, que para navegar
ou nadar, há que se libertar dessa camisa de força e
ampliar as margens.
Há uma expressão
terrível que é a tal massa de manobra. Nunca gostei
delas, mas ela persiste apesar do meu paladar. E por incrível
que possa parecer, a massa de manobra não é a grande
massa popular, porque o povão é paquidérmico,
difícil de manobrar, e como o elefante dentro da lojinha com
qualquer movimento pode causar muito estrago. Portanto a massa
manobrável deve ser mais leve, é a vaca com sininho,
aquela que possa conduzir mansamente o rebanho, sem grandes
movimentos que possam criar problemas maiores do que os que se quer
resolver.
A esquerda pré
PT e Petista, antes do poder, bem que tentaram trazer para o palco
tal paquiderme, afinal, nada se tinha a perder. No entanto, mesmo o
PT lulista, e é o que entrou no poder, soube se livrar da
grande massa, no que diz respeito aos movimentos. Um exemplo de massa
de manobra é aquela das diretas, que com duas ou três
palavras de ordem volta para casa cabisbaixa. O exemplo quase oposto
é a massa enfurecida dos movimentos de 2013, disse quase, pois
ao final viu-se que eram comandadas eletronicamente, e bastou clicar
em algum botão e ela também se escafedeu, mas já
demorava-se mais do que quem a planejara esperava que demorasse.
Outro exemplo de massa de manobra é a do Fora Collor, aonde
se inventou a grife dos caras pintadas, repercutindo sobre ela
mesmas, as imagens televisivas ajudavam a se auto-encher como um
balão, um certo tipo de patrocínio.
O “Fora Collor”
foi bem mais do que isso, foi o balão de ensaio dos Mídias
no exercício de Bloco Oposicionista. O que não é
novo, se historicamente existe o senhor Lacerda. Temos tradição
de políticos que nasceram nestes meios. O rádio já
forneceu uma dezena de candidatos a prefeitos em cidades grandes do
estado de São Paulo, só para constar, o prefeito atual
de Campinas Jonas Donizete, e a prefeita em segundo mandato de
Ribeirão Preto Darcy Vera nasceram nas ondas medias e curtas.
Você se lembrará de tantos outros com certeza. É
notória, a força das mídias faladas e
televisivas por toda parte, creio, mas sem precedentes como em nosso
país.
Penso que
juridicamente, o PT não tem defesa. Como não têm
qualquer outra agremiação partidária que tenha
assumido o poder ou está nele como o PSDB em São Paulo.
O caixa dois é fundamental, até agora, para a
sobrevivência dos partidos, tal como é nossa lei
eleitoral hoje. Mudar essa lei drasticamente é impossível,
democraticamente, e mesmo uma pequena Constituinte para isso não
a mudaria tanto, porque é certo que deveria apear do poder
muita gente em todos os partidos. Que ao fim e ao cabo não são
partidos, a maioria, não têm qualquer ideologia, a não
ser a de se chegar ao poder. Há vários exemplos de
eleições aonde o regime é parlamentarista, que o
um partido obtém certa vantagem nas urnas, mas não
consegue formar um governo, não consegue que outros partidos o
apoiem, por diferenças ideológico-partidárias.
No âmbito partidário o que temos é esse
posicionismo, não importa quem é ou venha ser o
governo, estarei com ele.
No governo FHC os
bancos houveram-se com a globalização rapidamente,
foram os primeiros a crescer ou desaparecerem, FHC fez o PROER , no
entanto abriu a porteira para o capital externo, quem pode cresceu,
quem não pode foi engolido.
Outras áreas
privadas de produção nacionais também sofreram
com a globalização, empresas familiares foram engolidas
vivas, como a Metal Leve, para que conste um exemplo. Assim como
tantas empresas públicas foram entregues ao capital externo.
Sem tecer juízo de valor ao fato.
Mesmo o futebol passou
por isso e ainda sofre. O setor calçadista, que hora se
recupera.
A bola da vez é
a Mídia. Ou cresce ou desaparece. Os capitais globais
mediáticos a reclamam. E havemos de convir que são
muito poderosos frente aos capitais mediáticos nacionais,
mesmo a Globo é café pequeno, frente aos gigantes das
comunicações. É o que está em jogo. Num
momento em que o PT acena com uma regulamentação. E
como defesa ela pretende um governo que a proteja desse ataque
externo. Ainda que custe a nossa recente democracia.