Será arte?
Já faz tempo que a arte não é etiquetada, em particular a pintura. Anda sem brotar ramos na árvore abstrata das escolas artisticas, tão abstratos e generalistas como informalismo, sintetismo, construtivismo, suprematismo, neoplasticismo,vorticismo expressionismo abstrato, minimalismo, cinetismo, e outros que não me recordo ou não sei nem os nomes. Os artistas da pós modernidade, me parece, são ecléticos. Entre passionais e racionais, em maior ou menor grau artesãos e tecnológicos. Aquele que já tem nome na praça, faz experimentos, em busca de estilo, se cansa e já está noutra. Fuça no baú da razão instrumental, da razão técnica, da razão intuitiva ( será possível? ), da paixão, mas não têm escola, ou corrente, para pagar cotas, ou se esqueceu ( ou nunca soube) que havia escolas, tendências, movimentos ou seitas.
De passagem, quando observo alguma obra catalogada como obra de arte, isso não é bastante para me impressionar e como muitos penso que a arte está em franca decadência. Chego a pensar que a arte morreu.
Se o que vivemos é pós modernidade, não sei, certamente é desencanto, relativismo absoluto, impostura e simulação, virtualidade, hiperrealidade, salve-se quem puder, utopias cariadas e cáries utópicas, aberração moral, desigualdades pornográficas, entropia, ruídos como informações, cenas que se desdobram ao infinito onde ficção e realidade se confundem.
Os movimentos, vide 2013, surgidos dos acçotes embrutecidos do capitalismo, chegaram nessa encruzilhada, e embrutecidos na rua e na rede social denunciam a violência, chutam o pau da barraca em nome de recuperar valores, ética, civilidade, justiça, eqüidade, sustentabilidade, transparência, entretanto não se ouve falar de cultura, ou fala-se pouco ( em áreas para fumantes) das formas artísticas, de filosofia ou seus sistemas, de equipamentos culturais, e de artes plásticas e literatura, muito menos.
É um espelho trincado, hipertextos, metarrelatos, uma arte plástica da tatooagem, ou a estética da cirurgia.