23 de abr. de 2015
20 de abr. de 2015
As Abelhas.
As Abelhas.
As abelhas operárias fabricam o mel. Mel que é usado dentro da colmeia. O apicultor colhe o excedente.
Para o apicultor o que interessa é o mel. No entanto, para fazer o mel as abelhas operárias precisam ir de flor em flor para buscar a matéria-prima, o néctar. E nesse ir e vir de flor em flor, polinizam, gerando frutos, que sem a polinização não apareceriam. Quer dizer, para gerar o produto há um trabalho, e para poder fazer este trabalho, faz um outro trabalho. O que seria o produto principal do seu trabalho, o apicultor retira o que seria a mais-valia, o mel. Já do trabalho para trabalhar, nada lhe resta. Quando escrevo isso, trabalho, trabalho para inúmeras empresas. A Facebook é uma delas, que retira desses meus enunciados algo de lucratividade, na rede social estamos polinizando flores, que geram frutos, dos quais nem temos a menor ideia, nem vagamente.
Essa historinha, com as alterações que precisei fazer para a analogia, foi contada numa palestra que assisti, e era de um terceiro, um sujeito francês, que não me recorda o nome, nem para procurar no google.
As abelhas operárias fabricam o mel. Mel que é usado dentro da colmeia. O apicultor colhe o excedente.
Para o apicultor o que interessa é o mel. No entanto, para fazer o mel as abelhas operárias precisam ir de flor em flor para buscar a matéria-prima, o néctar. E nesse ir e vir de flor em flor, polinizam, gerando frutos, que sem a polinização não apareceriam. Quer dizer, para gerar o produto há um trabalho, e para poder fazer este trabalho, faz um outro trabalho. O que seria o produto principal do seu trabalho, o apicultor retira o que seria a mais-valia, o mel. Já do trabalho para trabalhar, nada lhe resta. Quando escrevo isso, trabalho, trabalho para inúmeras empresas. A Facebook é uma delas, que retira desses meus enunciados algo de lucratividade, na rede social estamos polinizando flores, que geram frutos, dos quais nem temos a menor ideia, nem vagamente.
Essa historinha, com as alterações que precisei fazer para a analogia, foi contada numa palestra que assisti, e era de um terceiro, um sujeito francês, que não me recorda o nome, nem para procurar no google.
A Peste.
No dia 16 de abril, o doutor Rieux caminhava pela galeria de entrada do edifício, procurando as chaves antes de subir para o seu apartamento, quando viu surgir no escuro do fundo do corredor uma ratazana de bom tamanho, toda molhada, que se arrastava sofregamente. O animal parou, em busca de equilíbrio, e começou a correr em direção a Rieux, num golpe para, deu uma cambalhota e caiu, ao fim, lhe saia sangue pelo nariz. No dia seguinte, as oito da manhã o porteiro parou o doutor quando este saia, para dizer-lhe que algum engraçadinho, malintencionado, havia botado três ratazanas mortas ao meio da galeria. Deviam as ter caçado com ratoeiras muito fortes, porque estavam cheias de sangue. O porteiro esteve bom tempo atrás da porta, com as ratazanas penduradas pelas patas, esperando que os culpados se manifestassem, com alguma trapaça. Mas não aconteceu nada.
Essas são as primeiras referências à epidemia de ratazanas mortas com que começa a novela A Peste, de Albert Camus. Os habitantes da cidade de Oran não sabiam que as ratazanas, em vez de morrerem nas ratoeiras, escolhiam morrer em plena luz, nas escadas, nas entradas das casas, e no meio da rua. Rapidamente as ratazanas mortas seriam incontáveis, centenas, milhares… depois das ratazanas, morriam as pessoas….
O primeiro parágrafo é uma tradução literal, que é de minha indústria.
Vamos abortar.
Vamos
abortar.
O
modelo do Estado brasileiro, surgido da Constituinte de 88 está
sangrando desde lá. Nenhuma das instituições criadas ou
reformadas, esteve fora de suspeita, aos olhos dos cidadãos, sequer
ele, desde seu advento. O desprestigio da política, acompanhado dos
escândalos pessoais de membros destacados de todas, todas as
instituições, desde a presidência aos mais mequetrefes prefeito e
vereador da longínquas comarcas como a de Manga, na divisa da
Bahia-Minas, passando pelos cargos de confiança e servidores com
cargos de responsabilidade, parecem não ter fim. Não é de mim
pensar a política pela ótica da corrupção, no entanto, me tomo de
espanto quando me dou conta, que mesmo os meios de comunicação
social - a Mídia - não por ter ideologia, porque isso é obvio, mas
por se corromper e corromper o meio, sonegar informações, ou inflar
outras, a tal ponto que boto em dúvida todo o passado histórico por
ela narrado, e posso dizer sem medo que mesmo o impedimento de Collor
de Melo foi sua indústria e atroz. A justiça que haveria de ser um
porto seguro para esclarecer demandas, dúvidas, é questionada, se
por nada, pela lentidão, meios escassos de investigação pouco
eficazes, se mantendo herdeira de um passado pouco edificante, quando
agia fora do processo legal contra os que discrepavam ou não se
submetiam às diretrizes do poder estabelecido, sua ponta de lança,
a PM, hoplitas modernos que matam antes e perguntam depois, e cospem
sobre o cadáver para dizer: meu nome é Pecos! Ao menos os Hoplitas se auto defendiam, enquanto a PM é paga pelo estado, e pelo que vemos, quem paga tributos é justamente o menos defendido por ela.

Sem
se bastar, a coisa saiu da esfera do poder público indo mar adentro
do mundo privado, corporativo, com suas simulações de CARFs,
remessas de dinheiros não declarados, HSBC, Zelotes e por fim à
sonegação pura e simples em escala Global…
A
cena cômica é a de um senador da república, com seu dedo em riste
apontado a seu nobre colega qual fulmina com um: Ladrão! Este mesmo
acusador carrega nas tintas contra outro que o difama, e é
nomeadamente também inexoravelmente partícipe de negócios
milionários...
Nasceu
em 1988, e não funciona.
9 de abr. de 2015
A Magrela.
Na realidade, a
primeira máquina que tive relações foi uma bicicleta. Alguém da
família me a presenteou, era costume. Dei um nome à bicicleta,
desde o primeiro momento, a magrela, por antonomásia e o nome
persistiu. Assim aprendi a andar de bicicleta, mas não creio que
tenha depositado nisso grande entusiasmo. Cheguei, as duras penas, a
um ciclista pequeno. Não soube fazer qualquer filigrana nas rodas e
manoplas, coisa quer era, lá por 1972, um sintoma de
inteligência. No mais, a magrela tinha seus muitos inconvenientes.
Não que tivesse partido a cabeça, ou gastado o nariz no asfalto,
ou invadido o bar do Cipó, coisa que era, então, bastante comum.
Não, andando de bicicleta jamais estiquei mais o braço que a
manga, mas tudo somado me pareceu desagradável. A corrente sempre
saia do pinhão ou da coroa, e se fosse numa subida, dava com os
genitais no selim, depois com toda aquela dor, ainda havia de
lambrecar a mão de graxa para voltar a corrente ao seu lugar, logo
o pneu furava, lá longe, bem depois da Canta Galo, e com uma
frequência escandalosa. E o freio? O freio, ou freava em demasia ou
de menos e tocava tentar fazer a curva da casa do Belarmino a
trocentos por hora, quando conseguia, porque se não, entortava
tudo, raios, aro e a cara. Se não bastasse, descobri uma coisa que
matou minhas ilusões: subir subidas em bicicleta era muito
cansativo, além de não ser mais rápido que se fosse a pé. E como
em Bonfim para se ir a qualquer lugar, se há de subir sempre uma
subida, pareceu-me que a bicicleta não fazia nada por mim. Foi
assim que a deixei.
29 de mar. de 2015
Corrupção criativa, Fotografia.
Estamos
carecas de saber da corrupção que endêmica e institucionalizada
permeia nossa sociedade. Construtora que cria projeto, paga propina a
legislador e executivo para construir. Assim de fácil.
Qin
Yuhai, chinês de seus 50 anos, filiado
ao partido comunista chinês, e converteu-se numa das principais
personagens políticas da província de Henan. À sua vocação
politica unia o interesse pela criatividade, por meio da fotografia,
até o ponto que algumas fotos suas estão nos paineis do metrô de
Pequim, pessoa de destaque na Associação de Fotógrafos da China.
Suas exposições, em especial, uma em Londres, tinham, ou têm?,
crescente valorização. Quem quiser pode ir ao Google e completar a
pesquisa.
O
caso é que este ano, Qin Yuhai foi exonerado por uma comissão que
luta contra a corrupção. A acusação genérica era a que
Qin dedicava um tempo
excessivo à sua arte, a fotografia, e pouca atenção às suas
funções oficiais. Pombas! Podiam dar uns croques nele e o
reconduzir ao cargo, mas não, o assunto era mais complexo, Yuhai
aceitava subornos, como dizer?
Fotográficos. Quer
dizer, concedia privilégios em troca de materiais e outros detalhes
relacionados. Por exemplo, uma empresa que conseguiu um contrato para
promover o turismo na montanha Yuntai, o presenteou com 25 máquinas
fotográficas no valor de 179.000 dólares, depois a mesma empresa
lhe comprou um álbum com fotos suas por 270.000 dólares. Uma outra
empresa gastou 1.000.000 de dólares promovendo a sua obra na China e
no estrangeiro… e por ai vai.
O
caso é que por aqui sempre apareceria um advogado, e, com certeza,
chamaria
a isso de mecenato. E esse mecenato, pouco forçado, é claro,
contribuiu para que a obra de Qin, um artista genial.
Ebb
and Flow, em Londres. Aqui entrevistas e fotos de Qin Yuhai.
Penteando Macaco
Penteando macaco.
O Estado, a
Iniciativa privada e as Universidades contam com organismos que
realizam pesquisas, estudos de opinião, com custos estratosféricos,
para nos comunicar quais são as nossas preocupações. Será que é
necessário?
Sei perfeitamente o que e o quê de minhas preocupações. Asseguram,
estes custosos estudos e pesquisas, que nos preocupa e muito a
corrupção, e também a
educação, a
caristia, o dollar, o
pib… Devem servir, creio, para nos explicar. Isso, nos explicam.
Isso, mesmo, nos explicam a nós mesmos o quê de nós. Nosso
comportamento contraditório e suas razões ocultas, i.e., as razões
ocultas do nosso comportamento contraditório nas eleições, por
exemplo. Mas me pergunto, sempre consternado, qual a utilidade deles,
os estudos, as pesquisas. Principalmente se sabendo que a maioria dos
cidadãos dão, a estas pesquisas, respostas falsas, com a solenidade
de uma continência militar. Senhor! Sim Senhor! Enquanto os
calcanhares batem. Se pergunto a um corrupto se lhe preocupa a
corrupção, ele responderá que sim. Qual das duas razões devem
se encaixar nas suas preocupações?
Que não o descubram ou
uma
segunda, que os corruptos são os outros. Se
pergunto a um casal, se lhes preocupa a educação, sim, sim, sim,
sem educação um país .. e blá, blá e blague. E a maioria
absoluta e em primeiro turno vota num partido que está a vinte anos
à frente do Estado, com fortes indícios de corrupção, de péssimo
sistema educacional.
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