Dizer jamais é
sempre um exagero, pode ser que um nevoeiro cinzento me envolva numa
trama, que farei chegar até você. Você o reconhecerá, ou alguém
que te conhece, ou tenha vivido perto de você, ou esteve com você
na mesma sala de cinema, sim, é um suspense, quando não uma baba
viscosa suspendida, que não sabe saltar no desconhecido, e fica ali
esticando e encolhendo. Então abre a boca como um peixe fora da
água, confiando que avessa à baba soltará palavras, mas é como se
abrisse a torneira no mesmo filme, e não sai nada, monossílabo átono que seja, de verdade só a baba viscosa, que
nojo... já faz tempo que jaz dormida da mordida vis-à-vis nojenta.
22 de jan. de 2015
21 de jan. de 2015
O Equilíbrio. Mauri Lima.
![]() |
| MauriLima. Artista Plástico. obra em Ferro Fundido |
Buscar
o equilíbrio das pedras requer silêncio. Até que as pedras falem.
Ou até que não se possa falar. Ou ainda que se canse do silêncio.
Ou até que se descubra que o equilíbrio não se pode desenhar com
outra coisa senão silêncio. Ou até que queira, necessite, quebrar
o silêncio, o equilíbrio, mas não as pedras.
Pequena homenagem a Mauri Lima.
19 de jan. de 2015
Encher Linguiça.
A tudo dizem, cultura. E já se esquece o que realmente é, e já ninguém fala,
ainda que todos nela se socorram para tudo. Tudo é cultura,
alimentação, saúde, esporte, TV e pobre de quem rumine fora do cocho, porque as
bocas se encheram até cuspirem espuma com expressões que comecem
com cultura de... e que não queira saber como acabam, porque a
variedade é ilimitada como a diversidade de gostos que são
obrigadas a ter as linguiças, que as fazem com rúcula, provolone,
muçarela, tomate seco, tanta variedade que me obrigam a pedir
linguiça de linguiça. Com a cultura se dá o mesmo, e ao final
nomearemos cultura cultura. Porque não quero conselhos para correr
melhor, receitas de linhaça, nem análise profunda do último BBB,
nem a lista dos bares da cidade com as melhores comidas de boteco.
A cultura fazia
perguntas, fazia pensar, a praga hermenêutica não havia tomado
conta de tudo, agora parece que querem nos dissuadir, os degustadores
culturais, que enquanto como batata frita com creme de alhos, ele
mastiga para mim a última novidade editorial, que leu em duas noites
ou uma e enche uma long neck de adjetivos, para que eu possa falar
algo, quando me perguntarem, você já leu?
Sempre chegarei tarde, eles vão às pré-estreias, eu corro e como
linhaça, saio com sacolas do Shopping, bebo cervejas artesanais,
sempre tarde, porque a cultura se consome de pressa ou já vencida.
Temos que viver de
alguma coisa e que se o ranking dos melhores coloridos ovos cozidos
da capital... então percorremos a cidade apressados a ingerir ovos.
Afinal devo estar em dia com o que interessa a todos e interessa a
todos o que se faz agora não o que foi feito a dez anos, cem anos...
e estão ai as listas de locais e as coleções de os dez melhores
disso e daquilo, de conselhos dietéticos e estéticos, e
polifacéticos, que fazem em conjunto uma bufa tribal.
A cultura pode ser
estática, lenta, e atemporal, ou ainda, devia ser, não sei bem, mas
aposto por isso. Assim pode-se ver um filme dos anos 80, ler um
livro escrito em 1909,de um século, e não é um exagero meu, estou
sendo muito preciso com o tempo, claro, se foram feitos com algo mais
que a pressa, ou com o afã de estar no decálogo do momento. No
entanto, nos confundimos, e tudo confusamente é cultura e é
essencialmente consumo e preferentemente imediato.
Pode parecer que
exagero, ou que estas linhas são brotos de sofisticação, mas não,
é só abrir a TV, o jornal, os olhos e ver a encheção de linguiça.
O que quero dizer, e
ainda que não pareça, que falamos de TV, de correr, andar de bici,
ou de dietas milagrosas em meio a críticas de livros que não lemos,
e ao lado da entrevista do escritor a lista dos melhores quitutes de
boteco, afinal não sou obrigado a ler nada. Quero dizer que cada vez
custa mais encontrar coisas legíveis, e as cervejas de mil gostos
farão com que um dia esqueçamos que a base de uma boa cerveja é
cevada e lúpulo, e que uma boa linguiça se faz com carne de porco.
Se me queixo que os escritos são encheção de linguiça é porque tampouco a linguiça é feita como linguiça, resta saber do que
são feitos os porcos.
.
17 de jan. de 2015
A Secretária de Segunda Mão.
Aonde vou botar a
secretária de segunda mão que comprei para o computador?
Aqui? Naquele canto?
Gosto dela
onde está, de cara para a parede, com o quadro que pensava que
me faria entrar para as
artes plásticas. Nessas coisas sou prático, não consigo elaborar,
boto
e vejo e corrijo se for
necessário. No meio do
caminho? Tem certeza? Há bastante espaço, não há porque tropeçar!
É! Então... e pensando bem, muda o ponto de vista, claro, não
automaticamente, não é sentar ali e pronto. É sentar um monte de
dias enfileirados, olhar tudo desde lá, ler desde lá, responder,
escrever, perguntar, propor,
mudar o ponto que sempre fixo
o olhar, entre a meia
parede e o teto, que é lá onde
tudo se explica, ou se confunde. É ver tudo desde o meio do
escritório. Quem diz escritório, diz mais coisas. Ainda nem
sentei naquela cadeira diante da secretária, mas é como se já
tivesse sentado, com o novo ponto de vista, com aquele ponto de vista
já aderido aos
ruminantes, a ponto de
desfazer o velho ponto de vista, e olha que isso não é uma
publicidade de móveis. Desde o ponto de vista da cadeira da
secretária do computador, que posso chamar de ponto de vista da
cadeira, vejo tudo o que
antes via, mas agora vejo
diferente, como se eu não fosse eu, senão um tipo de narrador
onisciente, que observa a cena desde
fora e a pode descrevê-la
como se fosse um manual, não esqueça que quem diz cadeira,
escritório diz mais coisas, todas as coisas, e me pergunto, porque
comprei uma secretária de segunda mão, para me dar conta que está
tudo bem, bastante bem, mas bem do que pensava antes da secretária
de segunda mão.
Então chega o dia que já tenho o novo ponto de vista, e já o
posso usar para tudo,
inclusive fora do escritório, na
cozinha, na churrasqueira,
pelas ruas, e por onde fixo o olhar, vou vendo que não está nada
mal, que há muita coisa que se encaixa, que são muitas as coisas
que têm o seu lugar próprio, e já faz dias, semanas, meses que
poderia dizer que sou feliz, bastante feliz, por não adicionar nem
um mas logo depois, é só
botar um ponto e seguir. Feliz. E então sento onde me sentava antes,
e olho a secretária, e continua não sendo um anúncio de móveis.
Falta pouco para recomendar a todos os meus amigos, que agora boto
ponto final e um adjetivo, sem
mas, e
o adjetivo quase foi
tarde demais para pronunciá-lo, que comprem uma secretária de
segunda mão e a pousem no meio do escritório, quem diz escritório
diz mais coisas.
16 de jan. de 2015
A Testemunha.
Clap clap clap. Não
espero ninguém! Gostaria... Que não me ouviu?
Ninguém. Ouvi,
mas eu trago uma mensagem que você não poderá... Não poderei o
quê? Não é que não
poderá, é
que creio que pode te
ajudar. E você como sabe que preciso de ajuda? Não, não é isso,
isso poderá te interessar. Tá, e como pode você saber o que pode
me interessar? Eu suponho, todos precisamos... Ajuda a fazer o quê?
Será que já nos conhecemos? Não, não nos conhecemos, mas se
deixar que te explique... Como poderei te dizer? Que Jesus é
paz e ... Senhor.. Acho
que já vou indo!
Porra! Como desiste da
ovelha assim tão fácil?
Quê? Mas se... Com esta atitude não chegará muito longe, moça.
Eu só queria... Isso, desculpe-me, é o teu orgulho, né? Me deixa confusa. Já
vinhas confusa desde a casa de
jeová, Coração! Escute
senhor... ! Vamos entre e diga o que tem para me dizer. Não, não
preciso entrar não,
são só dois
minutinhos da tua
atenção... é
minha amiga que foi ao carro... Entre, vá!
Que com
esta porta aberta me escapa o Xexeu.
Quem é Xexeu?
O gato Ão. Ahn? Xexeu
Ão. Tá
certo, entro. Claro, moça, estaremos melhor se
sentarmos.
Que sentar! Aqui mesmo no
alpendre, já me farei entender. Não seja rancorosa, que não se faz
nada em cinco minutos. Senta. Nada! Então! Senta, senta e descanse,
que vou preparar um café. Já tomei café hoje, não precisa. Claro
que precisa, sempre fui um bom anfitrião. Não duvido. Então não
falamos mais nisso. Senta e descansa, e tire esses sapatos, por isso
botei esse tapete. Eh?
Não, não. Já
estou confortável. É
teimosa mesmo? Vai
que te ajudo. Quê? Tá
vendo? Mas..
Senhor!? Não
me diga que não está melhor?
Vai, enquanto preparo o
café, dê uma cochiladinha, que está com cara de cansada! Mas eu
venho só para... Claro que sim, que já me explicará, mas agora
relaxa, vai! Não quero relaxar! Moça, mas que gênio, hein?
Cara, você me tirou os
sapatos, você! Pura cortesia. Mal pensada, e tem uma maneira bem
estranha de ser cortês, nunca lhe disseram?
Não é a primeira mulher
que me diz isso, não. Claro, se vai arrancando os sapatos a todas?!
Já te entendo, não me
tome... Perdoa-me... Vou ver se saiu o café, não te mova. Tenho que
fazer outras visitas e minha colega pode estar preocupada. Você
espera, um pouco, que o café é para você. Não
posso tomar muito café que me altera. Ainda mais?
Quê?
Fala mais alto que não
te escuto. Nada, não dizia nada. Calma que já volto. Sim buana. Te
escutei! Que não era surdo?
Não tanto como parece!
Vamos, o café, que isso já é tarde. Tarde para quê?
Para levar sua mensagem
enganosa à vizinhança?
Olha o respeito! Mitos!
Oh o respeito, já disse! Não precisa gritar! Mas se você é surdo?
Nem tanto, vamos ao
café, já trago, mas não bote os sapatos, é claro que boto... que
não disse que o tapete é para isso. Ora, assim me machuca. Não é
para tanto, senta e cala. Mas se me marcou o braço. Só te segurei
pelo braço. Já tenho o bastante, me vou. Você não vai a lugar
algum. Deixe-me passar. Veio me explicar uma coisa que pode me
interessar e me ajudar, não?
Não, não vai te
interessar, deixe-me sair ou gritarei. Já pode gritar o tanto que
quiser, durante o dia estou sozinho, a vizinhança toda trabalha
fora. Por favor, quero calçar os sapatos... Está fora de questão.
Como? Essa
é a minha casa, aqui mando eu. E se acabou! Preciso ir embora. Pode
ir, mas os sapatos ficam aqui. Você ficou louco?
Não me chame de louco.
Pegue os sapatos e abra a porta, já! Me chamou de louco, retire o
que disse. Pronto
retiro. Olho no olho e diga que não retira. Retiro.. não é
sincera. Como? Mantenha.
Não, não mantenho nada. Vem pra cozinha, senta e espera que sirvo o
café. Que não, sou sincera, me equivoquei, você não é louco! Já
venho, não te mova. Não
me movo. E dá-me a bolsa. Não, por quê?
Dá, anda! Opa, é minha,
é roubo! Meu celular?
Fico com ela. E você não
se vai enquanto não me explicar o que veio me explicar! Já basta,
fique com os sapatos, o celular, deixe-me ir, acabou a graça. E tem
graça que a três por quatro bata na porta para explicar o que não
me interessa? Não
é a mesma coisa! Claro que é, duas, três vezes na semana e no
domingo sempre. É a primeira vez que venho. Então teve sorte, você
representa todos os outros. Sorte pra quê?
Você pagará por eles
todos e você! Que te pagarei...?
Sim sim, você e faça-me
o favor de calar-se. Não quero. Cale ou... Ou o quê?
Não me provoque! Escute,
não pode ser, há algum mal-entendido, eu só queria explicar... Vou
buscar o café, pobre de você se se mover. Cara, entenda, é o meu
primeiro dia, minha amiga mais experiente, voltou ao carro para pegar
material. Então, mais razão para te pegar com calma, minha flor,
tó, tome o teu café. Não quero. Bebaaa! Que não, que... Bebe sim,
sou eu que digo! Que faz, que me queima?
Ui! Perdoa! Te
manchei! Que merda, minha blusa nova... Tire-a, que boto na máquina
de lavar e … Bastaaa! Me vou...! Sem sapatos, sem celular e com uma
mancha de café na blusa.
Não penso em tirar a
blusa. Claro que vai! Que você tá fazendo?
Vem! Me larga! Fique
quieta! Tá me machucando! Quiete-se ou te quebro! Que não tiro, e
acabou! Pronto, vou botar na máquina, e não vai embora, né?
Isso já passou das
medidas... Não sofra, que a máquina não demora, enquanto isso
vamos jogar conversa fora, e se quiser me explicar aquilo tão
interessante que disse que tem para me dizer, vamos desembucha. Não
tenho nada a te explicar, por favor, me
dê a camisa, o celular e os sapatos. Com essa pressa não passará
nunca uma boa mensagem, já sabe né?
Não seja cínico! Só
pretendia ser amável! Quem diria?
Controla o teus
instintos, moça! Se não, não sairá daqui! Você vê muitas
séries, muita televisão! Vou buscar a blusa, veja se fica mais
tranquila. Aqui estarei, remédio?
Isso me agrada, e ver que
ainda não foi embora. E posso?
Não faça drama. Que
drama? Que
você quer me dizer, dispara. Nada, não! Vá, não vai perder esta
oportunidade. Nada demais, olha essa mensagem! Sei que não te
interessará. Mas leia, nunca se sabe. Uia! Tá vendo?
Vejo que você tem muita
coisa pra ler nessas estantes. Não, tem muita coisa que não li.
Quem lê muito essas coisas de sociologia não acredita em deus, né?
Não é bem isso! Como
assim? Eu
acredito no homem, não é que descreio de deus! E quando está
sofrendo? Bom!
Penso que o sofrimento faz parte do ser humano, senão não haveria a
dor física!
Não entendo! A dor nos
protege, nos avisa... Mas deus pode te curar... Não diga asneiras...
Venha aqui ao meu escritório que vou te mostrar o que me cura. Não
não precisa! Não estou pedindo... Já vou... Viu?
Olhe as estantes! Só tem
álcool e livros! Então, não é preciso mais nada! Não me diga!
Vamos pra cozinha, vamos, e me explique como uma moça tão bonita,
vai de casa em casa, vendendo deus?
Não tem segredo, tenho
minha vida profissional, e nas horas vagas cumpro com meus desígnios.
Uau! Mas podia ser modelo... Ah vá! Tem os seios preciosos. Escute!
Moça, é que os tenho diante de mim em sutiãs. A secadora já deve
ter secado a blusa, né?
Voltou a ter pressa! É
que estou me sentindo incomodada, e você ainda me fala dos meus
seios. Pense que sou o seu médico. Mas podia ser meu avô também!
Perdeu o medo? A
blusa, por favor. Eita impaciência!
Putz... a mancha não saiu! Vou botar um produto, tenho que tirar a
mancha, afinal fui quem manchou, e é o seu primeiro dia. Não
precisa, deixa assim mesmo, dá-me a camisa, por favor, tenho que ir,
minha amiga deve estar desesperada... Claro que sim, moça, mas pense
que estamos só eu e você... Mas tenho que visitar mais gente,
deixar a revista. Pense, se eu me converto... será um grande
primeiro dia, afinal... Cara, não... Assim não vai a lugar algum.
Escute! É que não posso dizer nada. É que acaba se achando, cheio
de confiança. Estou em casa. Eu não. É como se estivesse. Sim?
Então devolva os meus
pertences... Aonde você
pegou essa faca... Não! Toma, seu louco! Toma! Quer mais uma! Toma!
Sua filha da puta, não me deixe aqui... Seu bobalhão, também já
li sobre a síndrome... Pelo menos ligue pra ambulância.. não direi
que foi você... Não dirá mesmo.
15 de jan. de 2015
Dados.
Dados!
Não se deve
esquecer que por trás da violência de signo islâmico, subjaz a
longa e histórica luta entre sunitas e xiitas, para conseguir a
supremacia religiosa, e portanto o poder político naqueles
territórios onde se rende culto ao profeta Maomé, e se puderem
estendê-lo a novos domínios, amariam. Por estes dias os estados que
disputam esta hegemonia são a Arábia Saudita e o Irã dos aiatolás.
Por trás do denominado califado islâmico (sunitas) que controla
territórios da Síria e Iraque e recruta mercenários nos bairros de
imigrantes muçulmanos das periferias de capitais europeias, se
suspeita do suporte de alguns dos emirados do Golfo. Por outro lado é
conhecida a proximidade do regime teocrático de Teerã com o
Hezbollah no Líbano e com o Hamas em Gaza. Pode-se dizer que Boko
Haram, o grupo terrorista que sequestra e mata na Nigéria, tem como
objetivo proclamado: impor a Charia ou Sharia, a lei Islâmica,
naquele imenso país.
14 de jan. de 2015
O Abuso.
Diz o dicionário:
"1. Mau uso. 2. Uso excessivo. = EXCESSO 3. Desmando, desregramento
4. Agir de forma a servir apenas os próprios interesses,mesmo se
prejudicando a outrem. dicionário online Priberam"
O abuso tem a ver com os limites.
Sempre
ultrapassando os limites que dita uma moral comum. Geralmente para arrebentar com a bolha de liberdade do outro em benefício da liberdade
própria. Uma imposição. Uma vergonha.
O
abuso está enraizado
nos rincões mais profundos da alma de todos nós. O instinto nos
impele, caladamente ou aos gritos, que façamos uso do poder que
temos às mãos. Assim podemos ver nas crianças, que descobrem aos
poucos meses de nascer, o poder das mãos e dos golpes e dos gritos,
uma tendência que jamais a abandonaremos
por completo e que a razão somente a mitiga com o passar do tempo. O abuso.
O
abuso está em todos e em todos os lugares do mundo, por não faltar ali
abusados e abusadores. O abusador explora a desrazão para impor-se.
Abusar nos escapa ao juízo e portanto inunda todos os campos do cérebro
do que sofre
o abuso massivamente e ali demora-se. O abuso é lento para esvair-se e jamais desparece
de todo, e ali cava e cava até a morte. O abuso. As suas ações,
são tão absurdas, tão injustificadas, e procuram e encontram com facilidade
espantosa argumentos, escusas, para ser, para manifestar-se e perpetuar-se. O
encontramos no trabalho. Nas grandes empresas. Nas pequenas. No
governo. Na oposição. O abuso. O abuso é parte natural do
exercício da responsabilidade, da hierarquia, onde frequentemente as fronteiras são
definidas pelo código de ética de cada um. A ética. A ética, essa
massa sem forma que se amolda a cada circunstância, seja por lixo ou
crianças. Depois de uma vida recebendo, igualmente se acaba por
encontrar um modo de devolver. Por muito que busque, não encontro
pior expressão de sujeira e brutalidade na natureza humana que
aquele que abusa do fraco. O abuso.
Assinar:
Comentários (Atom)




