Não sei se vale a
pena fazer tanta força para escapar das garras da igreja e depois do
comunismo, simplesmente para ficar a merce de uma auto visão
monstruosa da própria vida, sem felicidade e nem serenidade em lugar
algum. Mas no fundo o que acontece é uma ruminação sobre o plano
inferior dos fatos, de temperamento e moral católicos e de cunho
sexual. O batismo dá mesmo esta inclinação para acreditar no mal.
Sem dúvida, a miúde, as manifestações libertárias estão
impregnadas de catolicismo, de temperamento católico, acho que já
disse antes, que a liberdade dentro do catolicismo é a perseguição,
e esse é o nosso problema pátrio, além de pessoal. Em toda e
qualquer putaria há possibilidades de engendrar alguma poesia e
pausas, para escapar da tensão desse muito riso rarefeito de
impressão feliz. O que digo não tem importância.
Cada qual tem
seu plano. E sem dúvida, meu amigo, pessoas muito mais competentes
que eu, que lhe falem em um tom bastante diferente do meu. Minha
única desculpa para dizer o que penso é que é isso que eu penso, e
que tenho tão pouco prazer em dizê-lo, que talvez seja essa a
principal razão de eu não dizer. Não tenho humor para
falsificações deliberadamente grotescas. O que me dizem é que
deveria me abandonar ao balanço deste movimento nonsense. Muitos o
aprovam e você também. Escrevo com grande tensão, a mesma que
sinto quando tenho que rebater cada maldita coisa que se sabe sobre
cada pessoa que aparece ou qualquer coisa que brota, com aspectos tão
verdadeiros e tanto talento, que as vezes também os tomo como
certos, mas minha paciência se esgota. De qualquer modo, recuso-me a
ser levado no torvelinho dessa dança insana por um dervixe político.