13 de nov. de 2015

Os estúpidos.

Tem um livrinho de Carlo Cipolla, sociólogo italiano, que se chama Allegro ma non troppo. Aonde ele conta a história da pimenta do reino. Na outra parte ele defende uma tese aonde os estúpidos e três outros tipos humanos estão democraticamente distribuídos pelo planeta. Por exemplo, ele diz que há 25% de estúpidos distribuídos desta forma (25%) em qualquer grupamento humano, seja, entre os europeus há  25% de estúpidos, entre os médicos europeus, químicos ou pedreiros, os mesmos 25%. Entre os brazucas, 25% deles são estúpidos, seja, entre políticos, 25%, entre estudantes, 25%, assim por diante. Mas não pense que os outros tipos são melhores, há o malvado, o crédulo e se não me falha a memória, os imbecis. A diferença fundamental é a de que os imbecis só causam danos a si mesmos, enquanto o estúpido fode tudo que o rodeia! ris.

12 de nov. de 2015

Diálogos de Google. A Migalha.

Diálogos de Google. A Migalha.
Meu jovem, intervinha o mestre: 我既不知道. Sim disse o discípulo entendo o que dizes mas desta forma لم أكن أعرف. Claro se partirmos do pressuposto que a cultura bielorrussa pensa, diriaНе знаех, entretanto meu jovem, contemple os armênios Ես չգիտեի. Perdoa-me Mestre, mas знаех não é bielorrusso e sim húngaro. Você é quem diz, lembre-se do Σπήλαιο μύθος? Ich habe gelesen, lieber Meister, e o fiz em Euskaraz. Sim, mas a melhor traição foi cometida pelos Notícias Populares. Ah! Meu caro mestre também gostava do odol gushino! Foi um período que chamei pré menopausa.. Εμμηνόπαυση; Ναι!

11 de nov. de 2015

Como dizia Stephen Dedalus, se não nos entendemos nesse assunto, melhor mudar


Como dizia Stephen Dedalus, se não nos entendemos nesse assunto, melhor mudar

A linguagem é arbitrariedade pura. Depois que o canibalismo sucumbiu, a discussão começou a ficar mais tranquila, nem tanto, podiam te matar, mas não te comiam. É neste momento que começa a arbitrariedade da linguagem e todas as demais, que por vezes as lustramos como hipocrisia, que é coisa de cínicos, estes sim hipócritas. Sempre fomos assim, teimosos, e nos primórdios ainda mais, posto que sequer tínhamos argumentos, conceitos, profetas, estes vieram depois, quando a linguagem se padronizou em grupos, fugindo à arbitrariedade, havia quem chamasse mesa de tisch e tisch de table e table de taula e taula de tavolo e tavolo que era table e table era também table, mas o a desse table não era a era ei, seja teibou! Sem argumentos, a coisa se resumia a berros: MESA! TABLE! TISCH! E foram se formando os grupos que chamavam as coisas pelo mesmo nome e usavam os mesmos verbos, enfim... Hoje a coisa vai mais ou menos pelo mesmo caminho, só que no plano dos conceitos. Há grupos que pensam que ser humanista é uma grande merda, e outros que isso venha a ser o supras sumo de humanidade. Num dado momento haveremos de nos apartar, como fizeram as linguagens. Como dizia Stephen Dedalus, se não nos entendemos nesse assunto, melhor mudar de assunto.
O cultural, e o politico por extensão, consiste em habitar arbitrariamente a natureza e isto deve ser feito porque não há maneira de ser natural e ser ao mesmo tempo humano.

Sente-se num banco, destes de corredor de shopping center, aonde há um transito infernal de pessoas, e contemple como cada um carrega sua personalidade. Cada um tem o estilo artístico de carregar com criatividade e verosimilitude a arbitrariedade que lhe é própria.   

Trabalho x Diversão.

Trabalho x Diversão.

"Il faut travailler, sinon par goût, au moins par désespoir, puisque, tout bien vérifié, travailler est moins ennuyeux que s'amuser." (Baudelaire)

Estava o seu Aristides Spatafiori cavando na sua horta, no que passava pelo caminho o famoso gourmet Renato Anfrade, que ao vê-lo levantar a enxada com força e com vontade, pediu por favor, que parasse de fazer trabalho tão duro à sua frente, que só de o ver, tenho que parar de arquejar.
Aristides se levantou, tirou o chapéu, limpou o suor da fronte com a outra manga de camisa, e o saudou com chapéu em mãos.
  • Porra, que é que te faz trabalhar dessa maneira, Aristides?
  • Acho, responde Aristides, que se tem que fazer muitos mais esforços para se divertir, que trabalhar.
Anfrade fez um sinal de desprezo com a cabeça ou com a mão, não me lembra, e se foi perplexo. 

9 de nov. de 2015

Schopenhauer.

Schopenhauer.

Pegava de sua bengala e saia a passear, não sem antes rezar seu mantra: Seja tolerante, seja tolerante, é seu maldito dever!  Não via nas pessoas mais que bichos fabricados em série. Sem chance de recall. Começou a ser filósofo quando deveria estar, como todos os jovens alemães, lutando contra Napoleão, e começou sua queda-de-braço com o Princípio da razão Suficiente. As vezes se enfezava com seu cachorro Atman. Gritava: Humano, mais que Humano!. Não tinha amigos e a explicação que se dava, era uma razão suficiente: “Ninguém é digno de mim”.
Certa feita foi a Dresden visitar uma estufa, ficou abalado com a beleza das plantas. Seu sentimento não passou despercebido ao lavrador, que se aproxima e pergunta quem era ele. Schopenhauer disse: Quem sou eu? Ah, se você pudesse me dizer quem sou eu, ficaria eternamente grato! 

Acho que...

Acho que...
Paguei a melancia e a quitandeira me pergunta o que penso, quer dizer, acho. Desde minha inocência real, não fingida, e sem ter que me valer de algum  verso de Drummond, e por sorte sua deselegância sincera, antes que eu dissesse: penso, quer dizer, acho que, ela dizia o que achava, na verdade, mal começou a achar, e dois outros consumidores de tomates “de vez”, cortaram seu achismo, como duas lâminas de guilhotina, uma faz tchan, e a outra tchum e  tcham tcham… com todos os decibéis, como se não tivessem argumento, gritavam… fui me retirando, me retirando e me retirei, olhando a quitandeira como quem olha um jiló maduro, ela olhou dizendo que sabia o que achava, mas não sabia que achasse aquilo dela… 

8 de nov. de 2015

Vomitar ou Comer?

Será que a crise político-moral nos propõe um dever moral ao qual é impossível dar resposta? Nossos princípios morais proclamados não estarão muito acima do que podemos pedir honestamente à política? Podemos medir nossa moralidade pela intensidade de nossa indignação? Ou a vergonha se converteu numa propaganda para vender jornais, revistas e telejornais?
Então, há quem, muito brabo, assegura nas redes sociais que sente vergonha de ser brasileiro. Mas, tem algum mérito se rebelar moralmente contra este Brasil tão eticamente vulnerável que, inclusivamente, poderia naufragar no seu próprio irracionalismo sentimental? O Brasil há muito deixou de ser um Império, mas parece que agora se aferra no Império da lei e da ética, montanha mais alta que jamais estivemos.

A indignação moral pode ser uma forma de pornografia emocional, porque é um triunfo das vísceras sobre a inteligência, do vômito sobre o apetite... mas vende.