Escassez de verdadeiros hipócritas, aonde a hipocrisia é própria de fé robusta, que mesmo sob tortura não se abandona a que se tem. Hoje sob qualquer pretexto se abandona um princípio por outro, o que é uma imitação de hipocrisia, quase atores, não posso dizer atores hipócritas, por superposição, já que há uma hypokrisía como a arte do ator.
12 de jul. de 2016
Mentiras e Educação.
Estamos mentindo, obvio e ululo, mas para que?
De um lado a ''elevação cultural'' se quiserem, ''melhorar o mundo'', por outro, manter os impulsos ou instintos decadentes, ditos " naturais ", em ambos intentos utilizamos o mesmo mecanismo, o da mentira santificada, a pia fraus. É na educação aonde mentiras são beatificadas ou mesmo santificadas, para se poder antão dizer de ''cultura elevada'', o que não passa de domesticação, no pior sentido que essa palavra possa ter, que é enfraquecimento . Claro que há a domesticação que fortalece, mas aonde ela está? Quem diz: Ei-la! Mente! Banalizando este pensamento que é profundo, a educação só tem servido para separar greges, rebanhos, que no fundo são iguais onde uns sabem ler, mas não leem e outros que não sabem ler, por obvio, também não leem. Aqui tome ''ler'' por uma suma capacidade de interpretar a vida, de se auto enganar e se saber engambelador de si, saber que tirante esta mentira a verdade deve ser buscada a todo custo, mas que devemos saber que a verdade não é cientifica, a verdade pertence, em chãs palavras, a quem vence a queda-de-braço, mas para mantê-la seu detentor deve continuar forte, sempre e mais forte... Porque nada quando se tira o véu se mantém santificado, resta quem sabe uma aparência, e o poder de manter esta aparência.
De um lado a ''elevação cultural'' se quiserem, ''melhorar o mundo'', por outro, manter os impulsos ou instintos decadentes, ditos " naturais ", em ambos intentos utilizamos o mesmo mecanismo, o da mentira santificada, a pia fraus. É na educação aonde mentiras são beatificadas ou mesmo santificadas, para se poder antão dizer de ''cultura elevada'', o que não passa de domesticação, no pior sentido que essa palavra possa ter, que é enfraquecimento . Claro que há a domesticação que fortalece, mas aonde ela está? Quem diz: Ei-la! Mente! Banalizando este pensamento que é profundo, a educação só tem servido para separar greges, rebanhos, que no fundo são iguais onde uns sabem ler, mas não leem e outros que não sabem ler, por obvio, também não leem. Aqui tome ''ler'' por uma suma capacidade de interpretar a vida, de se auto enganar e se saber engambelador de si, saber que tirante esta mentira a verdade deve ser buscada a todo custo, mas que devemos saber que a verdade não é cientifica, a verdade pertence, em chãs palavras, a quem vence a queda-de-braço, mas para mantê-la seu detentor deve continuar forte, sempre e mais forte... Porque nada quando se tira o véu se mantém santificado, resta quem sabe uma aparência, e o poder de manter esta aparência.
"Volta atrás"
.
Fazia parte dum partido político, aonde estava em trânsito, qual não tinha muitas afinidades, fora, a princípio, uma decisão precipitada pelo Romanée Conti.
Agora, me via escrevendo ao presidente da formação, que não pagaria minhas cotas, e dava alguma explicação sobre minha dissidência. A secretaria, pelo e-mail, me pergunta se não havia “volta atrás”. Pensei que podia ter dito: caminho de volta, ou marcha ré, mas isso de marcha ré não caia bem na boca de uma dirigente duma formação confessional.
Outro dia andava bolerando pelo YouTube, havia começado com o Bolero de Ravel, por uma reminiscência amorosa, alguém que "adorava" "transar" com esse fundo musical. De repente, me deparo com Lá media vuelta, um bolerão rancheiro mexicano, e eis que as coisas se parecem. O amante, um galinha, sem compromisso, diz a amada, que se não está contente com o romance que saia pelo mundo a conhecer gente, e que se, caso, encontre um outro, que a compreenda melhor, e que a ame, então, bom proveito ( tire pa lante), sem problemas, porque darei meia volta e irei, como o sol quando morra a tarde.
Fazia parte dum partido político, aonde estava em trânsito, qual não tinha muitas afinidades, fora, a princípio, uma decisão precipitada pelo Romanée Conti.
Agora, me via escrevendo ao presidente da formação, que não pagaria minhas cotas, e dava alguma explicação sobre minha dissidência. A secretaria, pelo e-mail, me pergunta se não havia “volta atrás”. Pensei que podia ter dito: caminho de volta, ou marcha ré, mas isso de marcha ré não caia bem na boca de uma dirigente duma formação confessional.
Outro dia andava bolerando pelo YouTube, havia começado com o Bolero de Ravel, por uma reminiscência amorosa, alguém que "adorava" "transar" com esse fundo musical. De repente, me deparo com Lá media vuelta, um bolerão rancheiro mexicano, e eis que as coisas se parecem. O amante, um galinha, sem compromisso, diz a amada, que se não está contente com o romance que saia pelo mundo a conhecer gente, e que se, caso, encontre um outro, que a compreenda melhor, e que a ame, então, bom proveito ( tire pa lante), sem problemas, porque darei meia volta e irei, como o sol quando morra a tarde.
11 de jul. de 2016
Krishnamurti.
Krishnamurti.
Krishnamurti, o mestre
admirável, estava sentado em sua admirável varanda,
forrada de alfaiais e tapetes admiráveis, quando achega-se um
rapaz com sua túnica andrajosa, e em tom tranquilo e
respeitoso assim falou: “Mestre, tenho uma dúvida a corroer
meu coração, como água de bateria.. antes que
terminasse, Krishnamurti quis saber qual era a dúvida, muito
provavelmente para evitar demasiados floreios que quem não é
florista. O rapaz se lançou de novo na lenga-lenga:”Senhor,
com voz andrajosa, desengasgou-se e prosseguiu: quem tem mais amor,
ou apego aos bens materiais os ricos ou os pobres? Os ricos às
belas posses ou o pobre agarrado aos seus trastes?
Krishnamurti manteve-se
em silêncio, baixou lentamente a cabeça e depois de uma
brevidade, alçou o queixo e disse que não saberia
responder, assim, a queima roupa, no entanto contaria uma lenda. Sim!
Sim! Acudiu pressuroso em júbilo e pueril espontaneidade.
O venerável
disse-lhe: Em Girkka, nas montanhas, havia um ermitão, um
guru, santo, que vivia numa gruta, e vivia a rezar e meditar. Este
homem era visitado semanalmente por fieis da região, com
presentes e comidas especiais, quais rejeitava. Preferia comer uns
grãos de arroz e umas ervilhas, e vestir-se com uma tanga,
qual tinha uma sobressalente, que levava sob o braço por donde
fosse.. O ermitão, por meio de seus fieis ficou sabendo de um
sábio que vivia em Dakka, o douto Sindagg Naggor, que conhecia
a verdade. O ermitão resolveu ir visitar-lhe, afim de
aprender, conhecer a verdade. Saiu pelo caminho com a tanga
sobressalente sob o sovaco. Ao chegar à mansão de
Sundagg, Timanak, era assim que se chamava o ermitão, ficou
deslumbrado com o luxo e a opulência, e se apequenou, engasgou,
gaguejou, mas conseguiu dizer ao sábio o motivo de sua visita.
O sábio, disse-lhe que não se deixasse influenciar pela
riqueza do lugar, e que ele poderia sim se hospedar ali, e que teria
imenso orgulho em ajudar com sua sabedoria, que não era tanta,
na sua busca Timanak! E assim foi.
Todos os fins de tarde
saiam a caminhar pelos jardins e campos da mansão. Num desses
dias, e muito provavelmente, foi o último, ouviram um
barulho. E quiseram saber do que se tratava, poderia ser um bando de
elefantes, mas ao se adiantarem pelo caminho, viram a mansão
de Sundagg em chamas. O fogo era tamanho que em poucos minutos
consumiu tudo que ali havia. No entanto, Sundagg, se mostrava
tranquilo. Coisa que espantou o ermitão, que a cada minuto se
mostrava mais indignado, chegando a bater com a cabeça contra
uma árvore varias vezes. . Sundagg pede que Timanak se acalme,
que tudo aquilo não tinha valor. Ao que Timanak responde, é
que esqueci na mansão a minha tanga sobressalente. O rapaz da
túnica andrajosa retirou-se sem dizer palavra.
O sol, tocando de leve
a linha do horizonte, espalhava as cores avermelhadas do crepúsculo
marchetando nuvens, se põe.
Kamasutra
Lia Kamasutra, porque
não é só de ilustração, tem texto
também, que uma mulher jamais te abandonará se dormir
(ela) uma noite com a cabeça envolta num turbante recheado
de cardamomo, cúrcuma e excremento de macaco. Estava pensando
aonde encontrar tais coisas, e me lembrei que vi um turbante num bazar chinês
na rua Duque de Caxias, o resto é fácil, exceto a coisa
do macaco. pensava no bosque, como entrar na jaula...
Alguém bateu com os nós dos dedos no portão. Em casa não tem campainha, nem interfone, acho que não gosto, entram dentro de
casa. Abro. Um homem de idade indefinida. Está bem vestido, o
punho da camisa tem até abotoaduras prateadas com madrepérola, cabelo cinza combinando
com a camisa cinza e a gravata um tom acima. Tudo contrasta demais
com suas feições toscas. No tempo dos neandertais seria
um modelo famoso, penso.
Ele me diz: "Sou quem ninguém
espera. A canção mais querida, e riscada, do vinil
mais querido. Sou quem põe o som de comemoração
de gols em estádios vazios. Quem aumenta o volume do som
durante a publicidade. Sou o cara que para diante da TV justo na cobrança de penalidades. Sou a última azeitona.
A última bolacha. Sou...." Interrompo. O senhor é
Testemunha de Jeová ou algo semelhante? Não, trabalho
no Fórum, na vara de família, sou oficial de justiça,
e o que faço é notificar. Mas tenho minha veia poética,
e tento botar um pouco de lirismo nas más noticias. O senhor está
intimado, sua ex reclama pensão, assine aqui e aqui, tem cinco
dias para recorrer, procure um advogado.
Risca-faca.
In Memorian. A Zoinho, Dircinha,... que são parte real dessa história.
Etávamos todos
lá no bar do Carçola, que em épocas pré
pentecostais, era lembrado como a décima quarta estação
de nosso calvário, ou nas rarefações de
repertório, o último gole, no mais era mesmo o
risca-faca. Foi lá que vi o Lemão cair como um baobá,
como sempre ele se punha com os cotovelos no balcão, de
frente para a rua, que é de onde vinham os perigos. Naquele
dia veio na forma de um negrinho magricela, dizem que era da Vila
Virgínia. O Negrinho trazia como cartão de visitas, um bonfinense do arco-da-velha, Beiço. Rei das arruaças.
Lemão disse que lá vem gente ruim estragar o
ambiente. Lemão era mais forte que ágil, morreu
recentemente, precário de carnes, então, era puro
músculos e gostava de reinar. Logo de cara perguntou a
Neguinho se ele tinha convite. Desde quando? Mas Beiço em dia
de pacífico, pediu um deixa prá lá! Lemão,
deixa prá lá não! E no muque foi tirando os dois
do bar, já na calçada Neguinho balançou a
capoeira. Ah! É! É capoeira! É desses que eu
gosto! E foi pra cima. Levando um voadora no peito. Balançou.
Prumou. Engonçou, mas já era tarde, tinha sido ceifado
pelas canelas, e foi tombando desgraçadamente inutilizado para
mais. Mas não é o assunto que move, o que contarei não se passou nesse dia, foi num outro, lá pelo começo de setembro.
Nesse dia, Lemão também estava lá, mas já
andava de crista quebrada, e quem mandava era o Kaspa. Era setembro
porque a fanfarra do Francisco Junqueira andava a ensaiar. Kaspa
estava nervoso. Antes fora um homem daqueles completamente de bem, da
família, da igreja e da pequena propriedade. Havia ganhado
outro status por ocasião de ter matado o Gordinho, parceiro de
Caveirinha, juntos haviam matado gente nas duas margens desse
ribeirão Preto, assaltando postos de gasolina, botecos,
armazéns de secos e molhados... O Cabo de Bonfim, prendia o
Gordinho, que era de menor, mas logo estava por aqui e ali, num tipo de quaresma. Na quarentena chegou a roubar uma panela de pressão
com feijão cozinhando lá na rua doutor Sarahiba, perto da
casa dele e do Tunis. Dizem que, o Kaspa falou com o Cabo, e que o Cabo
tenha dito, se você matar, será um favor para a
sociedade. Vejam como nasce um crápula. Kaspa estudara os
movimentos de Gordinho, e naquele dia sabia que ele voltaria no
circular das onze da manhã. Embarcaram em Ribeirão no ponto da Catedral.
Há quem diga que trocaram palavras, ao certo não sei. E
vieram. Quando chegou Bonfim, na praça Rio Branco, que era aonde
Gordinho ia descer, Kaspa se colocou atrás, sacou a arma e
descarregou o 22,
Acertou dois. Gordinho
correu pela doutor Sarhiba, que é aonde morava, entrou no
primeiro portão aberto, pedindo água. Não chegou
a bebê-la. Kaspa se escondeu do flagrante. E até esse
dia que quero contar, ainda não havia sido julgado. O fato que quero narrar é este: Kaspa, agora, era um
benfeitor.
A fanfarra passava em
frente ao bar, que ficava aonde hoje é um salão de
cabeleireiro. E na época dos fatos estava a seu lado o Cine
São Roque.
Kaspa se invocou com o
barulho da fanfarra, gritou que parassem com o barulho, que se não...
foi até sua casa, pegou seu caminhão Mercedes Benz
1111 e quando a garotada estava na rua da Praça, atropelou a
todos, matando a sete deles.
8 de jul. de 2016
Plenilúnio
.
São os país responsáveis do que fazem os filhos? E os filhos hão de pagar pelo que fizeram os país? E os irmãos, uns responsáveis pelos outros? Quem já se sentiu concernido pelo que faz um familiar, e até mesmo um amigo? Temos tendência uma empatia que vai além do se dar conta do que se passa ou faz ou sente o outro. Em realidade, há o afeto. Sofremos e nos alegramos com o que alegra ou entristece o outro. E não há necessidade familiar! Creio que estamos longe da resposta de Caim "Não sei aonde está Abel, por acaso sou o guardião de meu irmão?"
Quinta passada, a lua estava grávida sobre Bonfim ( quem sabe se Bonfim é o mundo?), projectava uma luz leitosa sobre as casas e a matinha que daqui diviso, e pela janela, sobre a capa deste livro que insisto em não acabar de ler, "O passo de uma geração à seguinte, não e um passeio plácido entre condomínios e seus paisagismos domesticados, é um movimento sísmico que afeta, decide e define a vida de pessoas, um rascunho que bota em prova o universo e faz tremer os fundamentos da humanidade, e é assim mil vezes e uma". Entre o dever e o êxtase, a tensão e a lealdade e a traição que conduz à liberdade, temos o estribo da responsabilidade com as gerações que nos sucedem.
A propósito, este céu cinzento impede a luz leitosa da lua.
São os país responsáveis do que fazem os filhos? E os filhos hão de pagar pelo que fizeram os país? E os irmãos, uns responsáveis pelos outros? Quem já se sentiu concernido pelo que faz um familiar, e até mesmo um amigo? Temos tendência uma empatia que vai além do se dar conta do que se passa ou faz ou sente o outro. Em realidade, há o afeto. Sofremos e nos alegramos com o que alegra ou entristece o outro. E não há necessidade familiar! Creio que estamos longe da resposta de Caim "Não sei aonde está Abel, por acaso sou o guardião de meu irmão?"
Quinta passada, a lua estava grávida sobre Bonfim ( quem sabe se Bonfim é o mundo?), projectava uma luz leitosa sobre as casas e a matinha que daqui diviso, e pela janela, sobre a capa deste livro que insisto em não acabar de ler, "O passo de uma geração à seguinte, não e um passeio plácido entre condomínios e seus paisagismos domesticados, é um movimento sísmico que afeta, decide e define a vida de pessoas, um rascunho que bota em prova o universo e faz tremer os fundamentos da humanidade, e é assim mil vezes e uma". Entre o dever e o êxtase, a tensão e a lealdade e a traição que conduz à liberdade, temos o estribo da responsabilidade com as gerações que nos sucedem.
A propósito, este céu cinzento impede a luz leitosa da lua.
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