O governo interino
Temer, sua máscara mortuária.
Não existe
esfera na vida brasileira algo que possa ser considerado respeitável,
pelo grupo que tomou de assalto o Planalto Central. Sua base, o
PMDB, tem como característica, hoje naturalizada em qualquer
meio de comunicação e mesmo dentro do judiciário,
o fisiologismo. E em todos os rincões da vida nacional. Do
mais singelo município à qualquer grande capital, o
procedimento é o mesmo. São caciques que recebem
heranças políticas, por vezes do próprio
familiar, como é o caso de Baleia Rossi, e nesse caso se soma
o espolio político de Orestes Quércia, posto que o
espólio financeiro os filhos e familiares por ele se
engalfinham; uma montanha de dinheiro que faz o Lava-jato ser uma
querela de mendigos.
Não têm
e nunca tiveram claro qualquer projeto de país, e por
conseguinte de governo. Seu último representante republicano
se aposentou. Não são nacionalistas. Não são
liberais. Não são defensores de nada. Por vezes
estão em defesa não da industria nacional, mas do
industrial nacional, simbolicamente um pato e Skaf que agradecem a
servilidade, e na maioria das vezes, não defendem a economia
nacional nem por razões meramente nacionais.
A questão
do orçamento deixa claro, que continuaremos servis junto da
elite financeira, rentista, já que os cortes são
direcionados às áreas sociais, um verdadeiro banquete
reformista cujos pratos são: tempo de aposentadoria, corte de
direitos trabalhistas, investimentos em moradia, a saúde, na
área cultural e na boca do porco a maçã o
retrocesso na visão comportamental. Os editoriais agradecem,
ainda que os interinos cobrem, desses pratos servidos em bandejas
cravadas de pedras preciosas, sua parte de leão.
A esquerda, que
restou, está desmobilizada, dividida e desorganizada. Foi
desmobilizada ao longo dos governos Lula e Dilma. Com influência
direta de Lula. Os sindicatos se acostumaram a ser governo. Cobraram
seu quinhão. Tanto cobraram que muitos passaram diretamente
para a outra banda, como é notório em Paulinho da
Força, mas não é só ele, talvez seja o
exemplo mais verde-abacate cintilante numa praia de vermelhos, mas
todo sindicalismo se perdeu, nesse labirinto. A elite industrial,
euforicamente, ergue a taça em louvor aos sindicatos, e nessa
efusão de alegria, gotas de vinho respingam no sempiterno
presidente. Deste modo, longe da massa, sem vasos intercomunicantes,
posto que os velhos núcleos sumiram por algum portal
intergaláctico. A desmontagem desses elos entre o partido e
sua base começou há algum tempo, por ocasião de
escolhas de candidatos majoritários, e foram tomando ares não
democráticos, que levaram ao seu desaparecimento completo.
Isso explica a rarefação dos movimentos de apoio à
presidenta deposta. Exceção feita ao exercito de
Stédile e Boulos. Quem tenta, visando ganhos futuros, animar a
massa é Ciro Gomes, um baterista que bate em todos os bumbos e
não desafina.
Assim, a massa
não sai a rua nem pelo fato de Dilma haver sido deposta por um
golpe, com requintes de senhores de escravo, no melhor estilo
Leôncio, eternizado por Rubens de Falco, ao mesmo tempo
bananeiro, grampos ilegais, denuncias sem prova, penteados de
Carmem Miranda, família recatada, e as caras duras e a
incontinência de Generais de pijama, juízes deuses que
proíbem beijos em praça pública, uma TV à
venezuelana que desta se envergonhava, analistas políticos que
se vendem pelo próprio emprego e uma camiseta polo com o logo
da empresa, dão a tonalidade paçoca da miséria
cognitiva do momento em que vivemos.
O Republicanismo
cuspido pelo furibundo capataz Gilmar Mendes era só uma
bandeira que já não tem mastro, este só serviu
para a medrosa classe média nele se amarrar com medo do canto
da sereia comunista, e que no lugar de tapar os ouvidos, tapou os
olhos e não o viu, mas agora começa a sentir seu
cheiro velho de enxofre.