18 de mai. de 2016

Ovos e Dieta.

Ovos e Grapa.

Quem não quer viver mais? Mesmo que for para ficar jogando truco com milho. A pessoa mais velha do mundo, alem de levar uma vida satisfatória é uma mulher italiana, Emma Morano, com 116 anos, oficialmente.
Quando se fala em longevidade, a primeira coisa que vem à cabeça é sobre a dieta. Aparentemente, Emma continua comendo três ovos por dia, dois crus e um cozido. E soma: sem nojo. Ademais, um gole de grappa de quando em quando. Disse que faz isso desde jovenzinha, quando um médico a aconselhou para combater a anemia. A anterior, mulher mais velha do mundo – os homens se dão muito mal nesses rankings ocupava o posto uma americana, que morreu com os também 116 anos, outra viciada em ovos, no seu caso com bacon. Coisa que sempre ouço, é a comida tipica dos norte americanos.
Em resumo, há outras formas hipotéticas de encompridar a vida, mas as deixo de lado, e a partir dessa noite decido que um elemento central dos meus manjares será ocupado pelos ovos, ainda que muitos possam reprovar com torções seguidas de um lado para outro de pescoço. Claro, vou aproveitar da dúzia que comprei no Zilinho Pippa. Caipiras, miúdos, não sei porquê, mas de gemas amarelinhas. Penso que os primeiros a chamar o que não é clara de gema, deve ser pelo amarelo ouro que apresentava. As de granja, maiores, estão mais para anêmicas, que para gemas.
Não vou nem contar a meu médico, que faz uns 5 anos que não vejo, e ele não me vê. A última vez ele nem sabia que sardinha e atum e outros peixes dessa turma chamada de azul, eram bacana para a saúde. Muita literatura médica e pouco trabalho pessoal de campo, o entendo.

Só me falta encontrar algo que se equivalha à grappa. É a parte que mais apreciei na história da italiana Emma. Pinga?  

Infâmia.

Tô me sentindo meio besta, não o sátiro que é meu desafio, mas nulo como um zero esquerda  à esquerda, ou eu vou prá rua levantar bandeiras, atirar pedras, coquetéis, ou paro de pensar na coisa Golpe e seus desmandos. Palavras e argumentos já são insuficientes.
Porque se fosse possível, passaria para o outro lado. E passaria entrar nos postes dos amigos para defender as posições vencedoras desse momento. Mas isso não me serve de nada, nem me traz alívio, nem dinheiro. Talvez, perdesse amigos de longa data.  Perderia o norte. Eu sei que a vida é pura desrazão e casualidade. A causalidade,  cada um a concebe em causa própria, mas para que tanto sangue? Tanto sofrimento destinado à maioria, em nome da capitalização de poucos?
Jamais saberei a resposta. Quem sabe amanhã conseguirei tragar essa infâmia.

A Bola Ficou Quadrada.

Me preparei a vida inteira para o embate, necessário, político. Aprendi as regras. O passo à frente, depois de dois passos atrás. A finta de corpo, a matada no peito, a espera que a solidão do goleiro o impelisse a escolher um canto. Mas a bola ficou quadrada. 

Conceitos do Séc XIX.

Conceitos do Séc XIX.

A FIESP de Skaf, o sindicato Patronal por excelência, agrupa, além das pequenas as maiores empresas do Estado de São Paulo. Grandes empresas.com cotização na BOVESPA, desfrutam das maiores ajudas do Estado e da União, fabricantes de carro, elétricas, petroleiras etc. Skaf é um sujeito que não provoca debates. É ridículo, se consegue chamar atenção, é somente pela postura retrógrada, no mínimo, para o cargo que ocupa, se toda a entidade não fosse um Conselho de Coronéis, com seu pé e cabeça no século XIX. Outro dia um representante dessa Caterva, disse que uma hora de almoço é demais, bastariam 15 mim.  No mínimo, deveriam estar a discutir a digitalização, coisa do XXI, nem que fosse por estar em voga. Porque também envolvem conceitos de trabalho fixo e seguro.
Mas não, para eles a modernidade é a precariedade, o desemprego de jovens bem formados, só por contemporaneisade à morte. E se ouvíssemos bem, há muitos conceitos do XIX que a FIESP persegue diuturnamente, como o direito de greve, a liberdade sindical, o direito da negociação coletiva, o direito dos jovens se organizarem contra os excessos  que instituições como esta praticam.
Parecem aqueles empresários das manufaturas têxteis inglesas, ou gostariam de desfrutar daqueles privilégios do capitalismo selvagem, privilégios que perderam por isso mesmo, por  selvagem.

16 de mai. de 2016

Suicídio.

Suicídio.

Corria o ano de 1976, mais precisamente não sei se 75. Trabalhava na Caprichosa Modas da São Sebastião datilografando duplicatas. De repente um alvoroço, um mundaréu de gente descia pela Visconde rumo a General. Largamos, eu e o Melo, os afazeres, a ver o quê. No edifício número 490, que tem um estacionamento, la no topo, um homem caminhava se equilibrando, ajudado pelos braços abertos. A massa, meu coração palpitava, calada. Ele foi e voltou umas três vezes. Parava, olhava para baixo. Fez sinais ao povaréu. Do espanto a multidão passou ao escarnio e gritou uníssono: Pula. Ele ameaçou. Mas não pulou. Entretanto escorregou. Ainda assim, conseguiu se segurar na parede com as duas mãos, e com os pés patinava pela parede e tentava voltar. Não conseguia. Foi se cansando. Já não tentava mais. Escapou. Berrou voando. E se esborrachou no teto de uma loja de roupas. Quebrou as telhas. E foi colhido pela lage. Que afundou. Trincou. Mas não o deixou passar. Por vários dias, revia seu voo assustador. Nunca soube, ou não quis saber dos propósitos daquele homem. No breve tempo que durou o ato, os bochichos diziam se tratar de um louco, para mim, então, todo suicídio era coisa de loucos. .
Faz quatro anos, Dimitris Chistoulas, de setenta e sete anos, farmacêutico aposentado, se disparou um tiro a cabeça no meio da praça Syntagma de Atenas, diante do Parlamento, todo mundo entendeu suas razões. Depois sua nota de suicídio era clara: “O governo reduziu a nada, literalmente, a minha capacidade de sobrevivência, que dependo da pensão, que durante mais de trinta e cinco anos paguei sozinho, sem a ajuda do estado. E que pela minha idade não tenho o poder de resistir ativamente (...) não encontro outra solução que não esta, para um final digno, antes que me encontre obrigado a procurar comida no lixo” . Foi um suicídio público, usado como protesto que não podemos menosprezar.
Um suicídio sempre impressiona, porque a maioria das pessoas não concebem que se possa considerar que a vida não seja uma prioridade. Deve ser por isso que esta maioria, a fim de viver, está disposta a viver de qualquer maneira. O suicídio em privado,surpreende. Mas a sua condição faz que o potencial crítico se dilua. No entanto, quando alguém se suicida publicamente, à surpresa se soma o espanto, e mais que se tirar a própria vida se acredita que queira dizer algo com o gesto que é um grito.


 Oceane, garota de 19 anos. "ao vivo"

 Já é triste a morte, mais triste se se soma a banalização, e nos tornamos vouyers num mirante. 

O Artista e o Político.

As Artes e a Política.

Quando artista e político merecem assim serem chamados, forjam a nossa alma. Por vezes podem colaborar num projeto comum. Temer como a maioria dos políticos brasileiros não forja nada. Uma olhada rápida botam a Bossa-nova e JK noutro plano,  um assoprando seu alto-forno, outro burilando a vassourinha na timba, era nossa alma, e como alma brasileira, só foi derrubada de seu vôo nas alturas, pela Infâmia nacional dos plutocratas.
O artista genuíno não é decorativo, não se presta a se criar aos pés dos poderosos.
Políticos da estatura de Temer ( e tudo que é seu entorno) não admitem competidores, necessitam, antes, de tipos de pedagogos, tanto nas artes como na mídia, servis.
Políticos da estatura de Temer, só reconhecem a arte decorativa.
Faz sentido o que quer fazer com  a Cultura do país.

Coisas lidas antes de escrever.  um troço de Platão, Atenas ( democrática) persegue Fídias. 

Faísca.

Faísca.

Não creio nessa concepção de espírito que vira e mexe a concebem, de modo cômodo, por demais cômodo, viver do que já está feito e existe, se ocupando das coisas elevadas ou imateriais.
Para mim o espírito é a relação com o mundo que vivo, e a compreensão desse viver com amplitude,
É uma interpretação que não vem da luz da intelectualidade, mas dá luz vital, no choque contra a pedra dura dos meus limites  e os do mundo.
Tenho como ambição a liberdade profunda, melhor dizendo, no seu sentido profundo. E com isso me libertar da mera aparência que me amarram a âncoras e pedras, me debilitando, de esperanças vãs,
A liberdade deixa descoberto o aparente como aparente, e aceitando o perigo obtenho a minha segurança, uma vida com fundamentos e raízes próprias.
Porque ao lutar pela liberdade, luto comigo mesmo, com o que tenho de mais profundo dentro de mim e com o que consigo alcançar.
Essa é a faísca de minha vida.