6 de abr. de 2016

O Mundo tá Lotado.

O mundo tá lotado.

Tá lotado de bandido.
Também de promotor.
Tá lotado de doente.
Lotado  tá é de dotô.
Tá lotado de te Ódio.
Tá lotado de meu amô.
Lotado de vagal e trabalhador.
Lotado de banho de bica
E rosas no Ofurô.
De quem quer se libertá
De quem quer ser sinhô.
Tá lotado de cadê mamãe
E de papá chegou.
Tá lotado de triplex.
De mocó e mocozou.
Ta lotado é de nada
De quem muito se achou.

5 de abr. de 2016

Globocracia. Minha Novela, Minha Vida.

Globocracia.

    De alguma forma a TV sempre esteve no centro da vida política. Mas de uns tempos para cá, o país vive sob o regime – e ao ritmo - dos estúdios televisivos. Mais concretamente, vive-se sob o que transmite a Globo und konsorten. A qual encontrou um filão de audiência na espetacularização da política, e de sua banalização, é disso que se trata na realidade; a banalização. A plenária do STF é um exemplo do que chamam, no jargão, de externas. Não serei quem os critique, cada um ganha a vida como pode, mas não me encontrarão no bando dos seus entusiastas. De fato, como espectador ou telespectador carrego muito pouca paciência no meu embornal. Consigo ver um jogo de futebol, um programa de geografia, um turismo feito de avião...desligar a tv, totalmente, ainda não pude. Talvez não devesse dizer, digo, me são fastidiosos os debates circulares em que estamos mergulhados, nunca fui muito chegado a novelas, a maioria são de tamanha pobreza, que nem Lula as pode mandar para a classe média, com uns roteiristas cubanos, ou minha novela minha vida. Acontece que esta não está baseada em fatos reais, mas parte de muitos fatos irreais e os torna reais e verdadeiros. Com o amparo dessa tv, determinadas figuras adquiriram proporções gigantescas, como Sérgio Moro, Eduardo Cunha, Luiz Inácio, Zé Dirceu, seus próprios âncoras, a corrupção, o Lava-jato objeto que virou personagem, o impeachment sim porque sim. Por quê? Simplesmente, porque a corrupção, principalmente, como vem sendo tratada, não terá fim. Assim botam o impeachment como clímax. Experimentada em novelas, a Globo, entende de roteiro, as outras acompanham com facilidade. O telespectador idem. O próprio Sérgio Moro, criado nessa lide, como todos nós, tem se mostrado um grande roteirista, para “meio de novela”, mas tem mostrado dificuldades jurídicas para botar fim ao enredo, devido ao entrelaçamento, que se deixa, sem querer, transparecer, como se fosse uma metalinguagem, aonde a barafunda é tanta, que mesmo o veículo está envolvido no conteúdo da trama. O espectador de novela é desta consumidor há muito tempo, a ponto de fazer harmonização de ingredientes, como muitos enólogos de ultima safra, mas só aprendeu uma forma de final, o de sempre, o esperado, aquele que lhe arranque lágrimas dos olhos, de cumplicidade, felicidade, ou mesmo de prazer. Como o Lava-jato não tem fim, o vilão, odiado por uns, que gritam: Golpe, amado por outros, pode fazer acontecer um gran finale, mesmo que tenha que sair algemado do seu set de filmagens. 

4 de abr. de 2016

Luz, Desejo, Ação.

Luz, Desejo, Ação.

De repente mudou o roteiro. Um olhar, um gesto, um modo de falar, de comer de viver, de rir e algo para. É outro capítulo. É outra dicção.  O narrador sumiu. Esquece coisas. Abandona coisas. Elimina coisas. Não há coisa alguma de interesse. Nasce um desejo. Fácil. Parece que esteve sempre ali. Não há receita. Não há plano. Missão. Tática.  O tempo fazendo redemoinho.  Passam os dias e a grande dúvida será descobrir quem aguentará mais tempo sem se jogar pra cima do outro. 

Nem Cultura ou Agricultura, só Agre-cultura.

Nem Cultura ou Agricultura, só Agre-cultura.

lavrador de café, Portinari.

A maior parte desses termos são usados para insultar: “Você é um caipira”. A frase pode aludir a um indivíduo rústico, que veste mal ajambradamente, simplório, inculto, mal educado ou tudo junto e misturado.
O que muita gente ignora, agora mesmo, é que a palavra cultura originalmente significava exatamente o mesmo que o termo agricultura, que é aquilo que precisamente faz o caipira.
Com efeito, agricultura, que é uma palavra que procede do latim, significa cultivo da terra, e um caipira, lavrador, agricultor é quem cultiva ou lavra a terra, profissão quem entre os antigos romanos gozava de grande prestigio. Eles sabiam que se tratava de um ofício essencial para a sobrevivência da comunidade. Foi Cicero quem primeiro usou o termo cultura de forma autônoma, sem vinculação direta com o trampo no campo.

Assim, falou do
“excolere animum” no sentido literal de cultivar o espirito, de lavrar o espirito com estudos e leituras para que frutificasse, igual o que se faz com a terra, trabalhar. Então, nos encontramos a um aparente paradoxo, que com o termo com o qual originalmente designávamos os lavradores, agora designamos a cultura. Ao mesmo tempo, os ignorantes – aqueles que não cultivaram seu espirito – se permitem menosprezar aqueles que cultivam a terra.

O êxodo rural superlotou as cidades. A grande maioria dos caipiras não eram donos de suas terras. Um problema que me dá ojeriza só em pensá-lo. Tanta terra e ao longo do tempo, preferimos criar favelas. Amontoar ignorantes rústicos, que com o tempo, só pioraram, sem nenhuma identidade. Sem poder ser agricultores, lavrar a terra encostados com os que não cultivam o espirito. Qualquer cultura, seja da terra ou do espirito, sem nenhum labor, vai se tornando agre-cultura. Não é possível qualquer entendimento.   

3 de abr. de 2016

Queda de braço.

Queda de braço.

Vale tudo,  cara feia, se zangar e mesmo romper.
Com Collor foi fácil, a mídia o alocou, a mídia o desalocou; Não tinha base partidária, nenhuma, se não a já citada. Contavam com o PT, posto que a eleição havia sido um golpe Mediático. Todos sabem.
No entanto, Dilma não foi colocada lá pela mídia, mas também, apesar dela. Tem base partidária, que andava s sentir dores no cotovelo sobre a mesa. No entanto, num golpe de azar, do acaso intempestivo do Juiz, reanimou Lula. Luiz Inácio quase uniu a esquerda, coisa rara. Ficou de fora o PSOL e o PSTU. Bingo. A turma do PMDB se compra, se pechincha, não se discute programa de governo. Os demais, continuam picaretas, mais que trezentos, também têm preço.
Diante do cenário, a FSP lança, com dores no tríceps, teme perder tudo, pede a Renúncia.
Tentaram o TSE, o TCU, o Juiz, a prisão de Lula, Lisboa, o triplex,os pedalinhos, a canoa não virou.
Cunha está mais sujo que pau de galinheiro. Temer quando se substantiva, o faz com temeridade. É sabe-se que a coragem é filha da prudência e não dá temeridade. Assim o sonho neoliberal começa a evaporar, sem antes se tornar sólido, não sublima.
Os braços se tocam nos punhos. E nenhum tocou as costas da mão na mesa.
Não adianta cara feia, nem adianta se zangar. 

reservado o direito de atender.


Para mim a ética não é uma lista de protocolos. É um contrato de condutas dentro de um grupo de pessoas. Não existe ética alguma no código de Ética Medica, De engenheiros, de lixeiros, de uma empresa versus seus “colaboradores”, uma vez que um dos envolvidos - o paciente, o colaborador, o contratante etc- não opinou. Poderia se chamar Código de Conduta. Mas Ética, definitivamente, não tem nada a ver.
No mais, essa discriminação já existe quando se fala na forma de pagamento, SUS, Planos de Saúde, dinheiro.
O petismo - e assemelhados - é, sem dúvida, mais uma forma para se discriminar, assim como o antiperismo.
Uma consulta ao médico é um produto, que pode e, em geral, se reduz, por um lado, a minutos e dinheiro, e saúde por outro.
Nunca resolvemos bem essa relação, nem na compra de mortadela fatiada na padaria, quanto menos, na relação médico-paciente. Quando ficamos nervosos recorremos ao dinheiro: “Eu tô te pagando”. “Meu paí é quem paga teu salário”. Só mostra que as relações afetivas desaparecem imediatamente.
É uma relação nebulosa, nem meramente capitalista, nem afetiva. E somos assim em tudo que fazemos. De um lado queremos o Capital, mas não queremos as relações “frias” dele e as tensões que ele gera. Não aceitamos, tranquilamente, ser objeto por meio do qual alguém obtém, meramente, lucro, e muito menos ser descartados por alguma qualidade que não temos.
Dito isso, o comum seria pregar uma placa na entrada, não aceitamos Petistas.
Nós bares da Espanha há uma placa que deixa claro que a admissão do freguês é faculdade do dono do bar.

31 de mar. de 2016

Num jogo de Futebol sem bola, o juiz viu um toque de mão...



Num jogo de Futebol sem bola, o juiz viu um toque de mão...



Circulou tempos atrás pelo facebook – foi ai que vi – que uma associação desportiva de Ontário estimulava os moleques a jogar futebol sem bola, para evitar que houvessem perdedores. “Queremos – declarava o dono da ideia – que nossos filhos aprendam que o esporte não tem nada a ver com a competição, senão com a imaginação. Se imaginarem que são bons jogadores, então são”. Parecia verdadeira, a noticia, mas não, era falsa. No entanto a verossimilhança induzia ao erro. No fundo uma piada liberal. E muito boa, por sinal. Querem salientar a artificialidade da igualdade. Acontece porém, que a igualdade a que se reclama, não repousa no impedimento das diferenças, nem na subtração completa das virtudes, excelências, etc.
Queremos igualdade, ao mesmo tempo que queremos e somos diferentes dos demais. Assim, o que se reclama é um igual direito de ser diferente, porque a diferença é a máxima expressão da liberdade de da autenticidade.
O tema do futebol sem bola, no entanto, o lembro a propósito de políticos democratas sem votos. Como se Aécio, Temer, fossem aqueles moleques que querendo ser presidente, num sistema democrático, o querem sem eleição, sem votos, entendem que vale mais suas vontades, e o que eles pensam sobre si mesmos. Para isso, contam com o apoio do árbitro, que apitou um pênalti, mão na bola ou bola na mão, ainda que não haja bola.

Cito Aécio, porque foi com sua não aceitação de derrotado nas urnas, quem deu o pontapé desse futebol sem bola, tresloucado e davidianamente luiz, criador do problema político que hoje vivemos. Depois Temer, como o verbo que quer se fazer sujeito, sendo ele, mais propriamente, um político sem nenhum brilho, uma triste figura, um catrumano, se eleito deputado, foi pela engrenagem azeitada de seu partido, não por qualquer caraterística sua, boa ou má, pois ele não tem nenhuma, nem uma pinta na coxa como Angélica.