15 de fev. de 2016

O O.

O O
A sabedoria, caro Renato, gostaria de dizer, nada tem a ver com a lógica. Se Você quiser podemos voltar a isso, mais tarde, mas por hora te digo que a vida não é lógica, a vida não é racional no sentido primevo de sua significação. Por exemplo, todos sabem da tradição de não se mencionar o nome de Deus, creio que é uma tradição judia, como se fosse indizível, Borges gosta muito dessa recreação, e passa parágrafos entre javé yavé jeová... no entanto o diabo que nos carregará a todos pode ser chamado do que quisermos, suponha que o chamemos somente pelo artigo “o”. é o que te digo: O O nos carregará a todos. Creio que isso relativiza um pouco nossas certezas, como o humor, que não tem pretensões, mesmo que carregado de ironias, porque como sabemos a ironia é uma senhora, melhor, uma velha senhora... Por quê? Ora, porque a ironia se funda na moral, sem a moral não há ironia, e tem sua graça quando se dilui no humor e não no satírico, porque o satírico é moralista na sua essência, e acredita que tem a missão sagrada de dizer a verdade, já que a sua sociedade é corrompida e corrupta, no fundo quer estabelecer algo puro contra o impuro, é um religioso.


Parto de uma  tese sobre Guimarães Rosa, mais especificamente, sobre Grandes Sertões: Veredas. Escrita pelo professor João Adolfo Hansen. Forma literária e crítica da lógica racionalista em Guimarães Rosa. Todo o demais é pura invenção, portanto não creia em nada. 

A Sexualidade. O sexo é como um brinquedo. Qualquer. E como todo brinquedo é para brincar. Se divertir. Todavia, um brinquedo com o qual se pode brincar só ou acompanhado. Quando usado só, há a necessidade de um outro, ainda que abstrato, imaginado e estes seres imaginários desaparecem quando a brincadeira acaba. Já quando se brinca com o outro de carne e osso e sexo, ai a brincadeira fica povoada. Não é difícil aparecerem monstros, fadas, medos, fetiches, zangas, querubins, anjos e brochadas.

A Sexualidade.
    O sexo é como um brinquedo. Qualquer. E como todo brinquedo é para brincar. Se divertir. Todavia, um brinquedo com o qual se pode brincar só ou acompanhado. Quando usado só, há a necessidade de um outro, ainda que abstrato, imaginado e estes seres imaginários desaparecem quando a brincadeira acaba. Já quando se brinca com o outro de carne e osso e sexo, ai a brincadeira fica povoada. Não é difícil aparecerem monstros, fadas, medos, fetiches, zangas, querubins, anjos e brochadas.


A Missa do Descobrimento do Brasil, 8/7/14.


Um navegante anônimo embarcou na grande caravela Facebook num porto de IP desconhecido, mas rastreável, com destino a novos mundos. Depois de meses navegando a esmo, perdido entre monstros, Nausicaas, Ciclopes... foi conhecendo estórias e pensares de outros navegantes, que sem saberem velejavam sob a mesma vela e mastro, com o mesmo destino. Nas velhas cartografias constava de um cordado povo, risonho e feliz. Como bom navegador aprendera diversas línguas, inclusive a do provável povo Cordial. Sim, ainda falavam na língua pressuposta. No entanto, a tal língua já não lhes servia, com ou sem defeitos ortográficos, não se entendiam e não mudavam de assunto. . Em vez de alegres ludopedistas, tristes lulopetistas, de falantes papagaios a tucanos em insanos vôos de rapinagem.
Tempos depois, haveria o grande certame, a grande missa do descobrimento. Os autóctones foram chamados para o caldeirão Mineiro, aonde foram cozidos e comidos pelos visitantes, numa analogia inversa do bispo Sardinha.


Queiram por “demodê” não ser preciso ter bons sentimentos, vá lá, mas bons argumentos é imprescindível!

Queiram por  “demodê”  não  ser preciso ter bons sentimentos, vá lá, mas bons argumentos é imprescindível! 

Rigor. A firmeza das posições não pode estar rompida com a educação, as boas maneiras e a cortesia política.

Rigor.

A firmeza das posições não pode estar rompida com a educação, as boas maneiras e a cortesia política. 

14 de fev. de 2016

Triunfar.

Uma forma de testar o grau de nosso provincianismo é : só dar valor às coisas próprias quando  triunfam “lá fora”.  O barato dessa assertiva é que tanto pode ser atomizada ao âmbito estritamente pessoal quanto expandida a volumes universais. Tá tudo dito acima, mas por mero exercício de digitação exemplifico, Eu só me vejo importante, quando “algo” ( pessoa, grupo, etc) me valoriza. Tom Jobim canta com “The Voice”.  A ONU vê “ x” como exemplo a ser seguido, logo… Sanders fala o que sempre se falou por estas bandas, então agora estamos autorizados a continuar nossa luta...

13 de fev. de 2016

O Espelho Real é o Outro.

O espelho é o outro.

O senhor S não havia frequentado gastroproctologista , aos seus 50 anos. A primeira vez, ali na sala de espera a ler  naqueles diplomas e títulos sempre o mesmo nome. Não lhe era estranho. Ele apreensivo, como sói as primeiras vezes. Ao entrar no consultório concluiu que aquele velho, de palpebras caidas, cabelos brancos e ralos, não poderia ser seu colega de classe do Otoniel Mota, no colegial de 1975. Findo os toques e retoques sempre necessários, ali sentados frente a frente, e para sanar de vez sua dúvida perguntou: “Você fez Otoniel em 77? “. “Sim, terminei o colegial em 77.”  disse S:“ Puxa vida, estivemos na mesma classe!” “ Ah! É! E o Senhor dava aulas de que?”.