Isso de não querer deixar o cargo livre, vem de longe. Suponha-se Herodes, e se dê conta que o novo rei dos judeus nasceu. Alguma coisa haverá de fazer, se quer conservar o trono, assim que tira da cartola um plano drástico, mas efetivo: degolar todos os meninos com menos de dois anos. Sim, concordo que os danos colaterais sejam excessivos, mas tudo para conservar o cargo. Pouco contava Herodes com que José tivesse um sonho, 2014 anos antes dos nossos, e se refugiaria no Egito com Maria e seu filho ameaçado. Os historiadores não encontram indícios de veracidade neste relato de São Mateus. Mas vale a pena dizer que o evangelista tampouco inventou muito, porque Herodes era bastante partidário de acabar com os seus rivais políticos seguindo o lema da rainha de copas no País das Maravilhas: “que lhe cortem a cabeça!” Esta se impunha, assim, a quem se interpunha no seu caminho, inclusivamente, seus filhos...
24 de set. de 2014
Rainha de Copas.
Isso de não querer deixar o cargo livre, vem de longe. Suponha-se Herodes, e se dê conta que o novo rei dos judeus nasceu. Alguma coisa haverá de fazer, se quer conservar o trono, assim que tira da cartola um plano drástico, mas efetivo: degolar todos os meninos com menos de dois anos. Sim, concordo que os danos colaterais sejam excessivos, mas tudo para conservar o cargo. Pouco contava Herodes com que José tivesse um sonho, 2014 anos antes dos nossos, e se refugiaria no Egito com Maria e seu filho ameaçado. Os historiadores não encontram indícios de veracidade neste relato de São Mateus. Mas vale a pena dizer que o evangelista tampouco inventou muito, porque Herodes era bastante partidário de acabar com os seus rivais políticos seguindo o lema da rainha de copas no País das Maravilhas: “que lhe cortem a cabeça!” Esta se impunha, assim, a quem se interpunha no seu caminho, inclusivamente, seus filhos...
23 de set. de 2014
C'est le moment où les arbres fleurissent, seja, é Primavera.
É a estação mais
volúvel. E deve ter chegado antes em Brasília, ao que sei, ela vem
do oeste. Sempre penso na Flor do Cerrado. Mas dá próxima vez que
for a Brasília, trago uma flor do cerrado pra você... bela canção
de Caetano e foi então que respondeu: Alguns trazem de ti flor do
cerrado\eu sempre que te vejo planto roçados, com esta bela canção
Ednardo e se chama Serenata para Brazilha. Rusgas. É lá que nos
botecos se come pescoço de peru. Lá que vi Vestido de Noiva.
Como dizia é
volúvel, porque deus não criou as estações, a primavera se sente
livre para apear em qualquer estação, afinal quantos momentos
primaveris vivi nestes invernos, outonos e verões.
Mas de uns dias para
cá, os ipês florescem, os pastos verdejam, os passarinhos gastam
seu latim, e todas as criaturas se embelezam, e muitos filhotes
deixam as cascas.
Gosto?
Gosto?
Dizem
que gosto não se discute. Tomemos a arte, qualquer de suas
manifestações, é sempre o resultado de um processo cultural e que
para apreciá-la, compreendê-la, plenamente – sentidos e
mentalmente – eis-nos treinando, aprendendo.
A
pergunta é: e a contemplação – inocente – pode ser
satisfatória?
Pergunto: Livre de influência externa?
E acrescento: É possível algo ou alguém livre de influência
externa?
Penso que mesmo a contemplação
''inocente'' se faz com a cumplicidade do conhecimento, sem o qual
não se pode discriminar, matizar em plenitude. Não importa que seja
pintura, fotografia, literatura ou gastronomia, não temos bastante
com a nossa percepção, estamos a perseguir, quase sempre, o olhar o
ponto de vista do outro, uma explicação, uma confirmação, uma
ampliação, uma melhor compreensão do que vimos ou sentimos
diretamente. O outro, ou seu ''olhar'', sua cumplicidade, pode
inclusivamente, piorar o que havíamos sentido, pensado... Para
Kant o gosto é uma lapidação.
Heróis?
Heróis?
Heróis?
Não temos heróis. Não porque não existiram pessoas excepcionais
ao longo destes séculos. Tiradentes dirão, sim, se nos permitirmos
chamar brasileiro, quando de fato era português e o era na Portugal
estendida, além mar. Não temos heróis, porque ''a nossa'' é
desconstruir, ou melhor destruir, e não construir, e um herói é
uma construção. A longevidade de Pelé o tirará do pedestal, bem
fez Garrincha, que não ficou por aqui a cometer seus deslizes, como
todos os mortais. Outro exemplo é Machado de Assis, que vem sendo
construído pouco a pouco, Drummond. Mas tirante alguns poetas, e
homem de letras, restam os esportistas como Ayrton Senna, e
Garrincha, mais como uma aberração, que herói, não os há. Ah, me
lembro do Barão de Mauá, mas também não o foi. Lembro de César
Lattes, mas quantos mais se recordam?
Queremos mudanças!
Queremos mudanças!
O brasileiro, desde
que a oposição desapareceu e no seu lugar entrou a direita
mediática, dormem tranquilos. Perdeu-se o medo. O medo atávico,
feroz, incontrolável. Estamos emancipados ou no caminho da
emancipação. E como dizem os psicólogos, os traumas estão ai para
serem “superados”. Superação é um termo curioso, há uma
sinonímia, uma matização, que significa deixar para trás alguma
coisa, mas salvando dela os detalhes didáticos, aqueles que nos
ensinam a viver o que virá. Fixemo-nos como apesar dos desígnios
apocalípticos, a maioria social do país ''superou'' obstáculos e
barreiras, medos antigos, traumas novos. A última evidência de
''superação''e emancipação está sendo o enterramento do
peessedebismo, e seus significados elitistas, com data marcada. E
que cada ano haja mais gente nas ruas exigindo mudanças!
22 de set. de 2014
A democracia é um embuste?
Dizem
que lá na Grécia daqueles tempos, somente uma parte dos habitantes
eram cidadãos. Uns 20% da população podia se reunir no Pynx,
desses 20% uns outro 20% compareciam e teoricamente todos tinham
direito a palavra. A maior parte do tempo falavam de quermesse.
Encontros e desencontros. Do barulho das festas. As
cagadas que Diógenes fazia sob sua túnica, que era casa,
banheiro... Dizem que os
filósofos não curtiam muito subir à bema e discursar. Isso era
coisa dos sofistas. Embrulhões profissionais. Platão tinha pânico,
porque sabia que os sofistas eram invencíveis, e ganhavam para isso.
Não estou fazendo analogia, mas se quiser fazer tá fácil, só que
os filósofos de agora são todos sofistas. Entre
outras aos sofistas importa vencer o debate. Schopenhauer tem um
tratado com estratagemas para se vencer um debate, mesmo injuriando,
um exemplo é o de encolerizar o adversário, quer outro?
A incompetência irônica,
fingir que não entendeu, de forma irônica, como se a culpa fosse do
outro... Aliás, isso
não importa.
Assim
que quem tinha dinheiro para pagar Protágoras ou Górgias, os
grandes sofistas que punham medo aos filósofos, venciam suas
petições.
Não
há muito tempo, os membros das câmaras alta e baixa do Reino Unido,
eram eleitos individualmente, em seus distritos, dai voto distrital.
Em geral se apresentavam alguns sujeitos, e os cidadãos ingleses
daquele distrito escolhiam um.
Esse,
representante, chegava com as promessas feitas ao seu distrito. Tinha
que buscar apoio para botá-la na pauta cameral. Neste jogo se
obrigava com outros e seus projetos. É notório, que para ser
reeleito, haveria de conseguir aprovar alguma coisa. O que era uma
dificuldade. Dai foi surgindo os partidos. Os deputados se uniam.
Formavam grupos de apoio. Por fim o partido, mesmo. Que conseguia
verba para fazer a campanha. E é claro que gostaria de ser deputado
dentro de um grupo ou partido que pudessem sempre fazer a maioria.
É
certo que a necessidade, a justeza de um projeto não implicava numa
aprovação, porque a aprovação dependia sempre de uma barganha...
e assim é até hoje.
Mas
e a minoria? Aliás
hoje temos variada gama de minorias. Inclusive, minorias dentro da
maioria. E ulula na praça
e aos prantos, que não
estão representadas suas querências.
Uma
das causas é que a maioria passa como um trator sobre as minorias.
Quando estas minorias – de deputados – não estão se
refastelando com alguma migalha.
No
momento, a questão da sustentabilidade não deve ser maioria, mas
deve estar contemplada dentro de um governo. O arrocho não deve ser
maioria, mas o cuidado com as contas públicas deve estar
contemplado. Assim como a questão das drogas. A questão do aborto,
como questão de saúde e segurança da mulher e do médico. A
questão da segurança. A questão do desporto. Do cinema. Das artes
em geral, que afinal como dizem filósofos como Nietzsche, que é a
única coisa prestável e transcendente no e para o ser humano,
claro que ele não diz assim, com tanta leveza, mas diz.
No
nosso país, a Câmara dos deputados e o Senado Federal estão
ociosos. Ainda há pouco tempo era uma caixa de ressonância dos
governos, mesmo na democracia recente, mas faz já algum tempo, que
simplesmente nada fazem. Há uma quantidade de leis, na Constituição
de 1988, que precisam de regulamentação, normatização, para se
tornarem eficazes. Estas leis, como por exemplo, a lei de greve para
o funcionalismo público, deveria ser regulamentada, e até hoje...
nada. São muitas como esta que estão a tanto tempo pendentes dos
representantes do povo. Tanto é que isso de alguma forma obrigou o
STF e outros poderes do judiciário a legislarem. Pela omissão
parlamentar. É o caso do
casamento entre pessoas do mesmo sexo, que já tem decisão do STF,
Minha
ideia de jerico, é que se abulam as câmeras. E que o governo seja
formado por 5 ou 7 presidentes e que todas as decisões sejam tomadas
em conjunto, por maioria simples. Por exemplo. O governo federal,
seria formado por um leque da extrema esquerda à extrema direita. Um
“mero” exemplo, da esquerda para a direita: PSTU, PSOL PT, PMDB,
PSDB, DEM. ou … ExtremaEsq, MeiaEsq, MeiaDireita, ExtDireita...
SEM CENTRO. O CENTRO É A META. E as eleições deveriam acontecer
dentro do partido. Em cada partido se travasse uma disputa, e só
votasse quem fosse filiado ao tal partido. Um de cada partido seria
eleito, e todos teriam o mesmo peso na junta de governo. Para quem
gosta poderia se eleger um Moderador. Que nada mais que de forma
protocolar MANDAR EXECUTAR as decisões dos governantes.
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