23 de set. de 2014

C'est le moment où les arbres fleurissent, seja, é Primavera.



É a estação mais volúvel. E deve ter chegado antes em Brasília, ao que sei, ela vem do oeste. Sempre penso na Flor do Cerrado. Mas dá próxima vez que for a Brasília, trago uma flor do cerrado pra você... bela canção de Caetano e foi então que respondeu: Alguns trazem de ti flor do cerrado\eu sempre que te vejo planto roçados, com esta bela canção Ednardo e se chama Serenata para Brazilha. Rusgas. É lá que nos botecos se come pescoço de peru. Lá que vi Vestido de Noiva.
Como dizia é volúvel, porque deus não criou as estações, a primavera se sente livre para apear em qualquer estação, afinal quantos momentos primaveris vivi nestes invernos, outonos e verões.
Mas de uns dias para cá, os ipês florescem, os pastos verdejam, os passarinhos gastam seu latim, e todas as criaturas se embelezam, e muitos filhotes deixam as cascas.



Gosto?

Gosto?


Dizem que gosto não se discute. Tomemos a arte, qualquer de suas manifestações, é sempre o resultado de um processo cultural e que para apreciá-la, compreendê-la, plenamente – sentidos e mentalmente – eis-nos treinando, aprendendo.

A pergunta é: e a contemplação – inocente – pode ser satisfatória? Pergunto: Livre de influência externa? E acrescento: É possível algo ou alguém livre de influência externa? Penso que mesmo a contemplação ''inocente'' se faz com a cumplicidade do conhecimento, sem o qual não se pode discriminar, matizar em plenitude. Não importa que seja pintura, fotografia, literatura ou gastronomia, não temos bastante com a nossa percepção, estamos a perseguir, quase sempre, o olhar o ponto de vista do outro, uma explicação, uma confirmação, uma ampliação, uma melhor compreensão do que vimos ou sentimos diretamente. O outro, ou seu ''olhar'', sua cumplicidade, pode inclusivamente, piorar o que havíamos sentido, pensado... Para Kant o gosto é uma lapidação.

Heróis?

Heróis?



Heróis? Não temos heróis. Não porque não existiram pessoas excepcionais ao longo destes séculos. Tiradentes dirão, sim, se nos permitirmos chamar brasileiro, quando de fato era português e o era na Portugal estendida, além mar. Não temos heróis, porque ''a nossa'' é desconstruir, ou melhor destruir, e não construir, e um herói é uma construção. A longevidade de Pelé o tirará do pedestal, bem fez Garrincha, que não ficou por aqui a cometer seus deslizes, como todos os mortais. Outro exemplo é Machado de Assis, que vem sendo construído pouco a pouco, Drummond. Mas tirante alguns poetas, e homem de letras, restam os esportistas como Ayrton Senna, e Garrincha, mais como uma aberração, que herói, não os há. Ah, me lembro do Barão de Mauá, mas também não o foi. Lembro de César Lattes, mas quantos mais se recordam?

Queremos mudanças!

Queremos mudanças!
O brasileiro, desde que a oposição desapareceu e no seu lugar entrou a direita mediática, dormem tranquilos. Perdeu-se o medo. O medo atávico, feroz, incontrolável. Estamos emancipados ou no caminho da emancipação. E como dizem os psicólogos, os traumas estão ai para serem “superados”. Superação é um termo curioso, há uma sinonímia, uma matização, que significa deixar para trás alguma coisa, mas salvando dela os detalhes didáticos, aqueles que nos ensinam a viver o que virá. Fixemo-nos como apesar dos desígnios apocalípticos, a maioria social do país ''superou'' obstáculos e barreiras, medos antigos, traumas novos. A última evidência de ''superação''e emancipação está sendo o enterramento do peessedebismo, e seus significados elitistas, com data marcada. E que cada ano haja mais gente nas ruas exigindo mudanças!

22 de set. de 2014

A democracia é um embuste?



Dizem que lá na Grécia daqueles tempos, somente uma parte dos habitantes eram cidadãos. Uns 20% da população podia se reunir no Pynx, desses 20% uns outro 20% compareciam e teoricamente todos tinham direito a palavra. A maior parte do tempo falavam de quermesse. Encontros e desencontros. Do barulho das festas. As cagadas que Diógenes fazia sob sua túnica, que era casa, banheiro... Dizem que os filósofos não curtiam muito subir à bema e discursar. Isso era coisa dos sofistas. Embrulhões profissionais. Platão tinha pânico, porque sabia que os sofistas eram invencíveis, e ganhavam para isso. Não estou fazendo analogia, mas se quiser fazer tá fácil, só que os filósofos de agora são todos sofistas. Entre outras aos sofistas importa vencer o debate. Schopenhauer tem um tratado com estratagemas para se vencer um debate, mesmo injuriando, um exemplo é o de encolerizar o adversário, quer outro? A incompetência irônica, fingir que não entendeu, de forma irônica, como se a culpa fosse do outro... Aliás, isso não importa.
Assim que quem tinha dinheiro para pagar Protágoras ou Górgias, os grandes sofistas que punham medo aos filósofos, venciam suas petições.
Não há muito tempo, os membros das câmaras alta e baixa do Reino Unido, eram eleitos individualmente, em seus distritos, dai voto distrital. Em geral se apresentavam alguns sujeitos, e os cidadãos ingleses daquele distrito escolhiam um.
Esse, representante, chegava com as promessas feitas ao seu distrito. Tinha que buscar apoio para botá-la na pauta cameral. Neste jogo se obrigava com outros e seus projetos. É notório, que para ser reeleito, haveria de conseguir aprovar alguma coisa. O que era uma dificuldade. Dai foi surgindo os partidos. Os deputados se uniam. Formavam grupos de apoio. Por fim o partido, mesmo. Que conseguia verba para fazer a campanha. E é claro que gostaria de ser deputado dentro de um grupo ou partido que pudessem sempre fazer a maioria.
É certo que a necessidade, a justeza de um projeto não implicava numa aprovação, porque a aprovação dependia sempre de uma barganha... e assim é até hoje.
Mas e a minoria? Aliás hoje temos variada gama de minorias. Inclusive, minorias dentro da maioria. E ulula na praça e aos prantos, que não estão representadas suas querências.
Uma das causas é que a maioria passa como um trator sobre as minorias. Quando estas minorias – de deputados – não estão se refastelando com alguma migalha.
No momento, a questão da sustentabilidade não deve ser maioria, mas deve estar contemplada dentro de um governo. O arrocho não deve ser maioria, mas o cuidado com as contas públicas deve estar contemplado. Assim como a questão das drogas. A questão do aborto, como questão de saúde e segurança da mulher e do médico. A questão da segurança. A questão do desporto. Do cinema. Das artes em geral, que afinal como dizem filósofos como Nietzsche, que é a única coisa prestável e transcendente no e para o ser humano, claro que ele não diz assim, com tanta leveza, mas diz.
No nosso país, a Câmara dos deputados e o Senado Federal estão ociosos. Ainda há pouco tempo era uma caixa de ressonância dos governos, mesmo na democracia recente, mas faz já algum tempo, que simplesmente nada fazem. Há uma quantidade de leis, na Constituição de 1988, que precisam de regulamentação, normatização, para se tornarem eficazes. Estas leis, como por exemplo, a lei de greve para o funcionalismo público, deveria ser regulamentada, e até hoje... nada. São muitas como esta que estão a tanto tempo pendentes dos representantes do povo. Tanto é que isso de alguma forma obrigou o STF e outros poderes do judiciário a legislarem. Pela omissão parlamentar. É o caso do casamento entre pessoas do mesmo sexo, que já tem decisão do STF,
Minha ideia de jerico, é que se abulam as câmeras. E que o governo seja formado por 5 ou 7 presidentes e que todas as decisões sejam tomadas em conjunto, por maioria simples. Por exemplo. O governo federal, seria formado por um leque da extrema esquerda à extrema direita. Um “mero” exemplo, da esquerda para a direita: PSTU, PSOL PT, PMDB, PSDB, DEM. ou … ExtremaEsq, MeiaEsq, MeiaDireita, ExtDireita... SEM CENTRO. O CENTRO É A META. E as eleições deveriam acontecer dentro do partido. Em cada partido se travasse uma disputa, e só votasse quem fosse filiado ao tal partido. Um de cada partido seria eleito, e todos teriam o mesmo peso na junta de governo. Para quem gosta poderia se eleger um Moderador. Que nada mais que de forma protocolar MANDAR EXECUTAR as decisões dos governantes.


Der Himmel über Berlin

Sou anjinho molenga
do paraíso
Começo a lengalenga
de um voo do ciso

Atravesso as salas
de ouro e safira

Quando bato as asas
em volta tudo suspira

Me leva a brisa,
caio num giro
da doce trombada

com a nuvem suspiro.

21 de set. de 2014

Fungível


Fungível.


Adicionar legenda
Pode soar retórica banal, comiseração, mas expulsar da mera possibilidade de convivência social neste paraíso que é a terra, faz de qualquer discriminação , expatriação, da vida, a moda do criador, ele por uma mordida. Como dizia a senhora Carter: nesta vida há somente 4 tipos de pessoas, os que cuidam de alguém, os que cuidaram de alguém, os que cuidarão de alguém e os que necessitarão de cuidados! Sei que está fácil de entender, mas explico, vai que por acaso... Todos passaremos por esses quatro tipos de pessoas e situação.