22 de jun. de 2015

Casamento e governabilidade.

- Quer casar comigo, Marisa?
- Tadeu, esta não é a pergunta que deve fazer.
- Ah! Não? Então quer dizer que não quer?
- Não cara, não é isso. Não é esta a minha resposta, mas tampouco a sua é a pergunta adequada. O que há de me perguntar – de momento – é se pode continuar me pedindo para sair, me acompanhar ao cinema, se pode me levar para jantar no fim de semana… tudo isso com o bem entendido que você continue usando o seu carro, pagando as entradas e a conta do restaurante, é claro. Isso é o que deveria me perguntar, entendeu?
- Sim minha cara, sim, mas isso, tenho feito até agora, continuarei fazendo uma vez que responda a minha pergunta e sermos casados.
- Não, Tadeu, acho que não me expliquei bem. Veja, se te digo que sim, é o fim do nosso namoro, não vê isso?
- Claro, porque então, com certeza, estará disponível para sair. Afinal os casados vivem juntos, ou não?

- Não, Tadeu, já vejo que não me entende, ou não quer entender, muita pressa ou pensa que tudo é automático. Em qualquer caso, o que quero dizer, na hora certa, a sua pergunta seja mais elaborada, que me permita um tempo para ruminar, e não esse vapt vupt. Não sei, mas sem pensar muito pode ser uma coisa assim: “- Quer casar comigo, com as seguintes condições: primeira: nunca te farei perguntas que tenha que responder com um sim ou um não. Segunda: sempre te chamarei de Minha Querida, ou algo mais doce. Terceira: todas as decisões, até mesmo a cor de minhas meias e gravatas que compro, serão tomadas entre nós dois e você terá o direito de veto. Quarta: a tua mãe terá as chaves da casa e poderá se instalar no quarto de hóspede, sempre que ela queira. Quinta: todo os anos passaremos o natal e ano novo (nossas férias) em Catanduva, você já sabe que meus pais são dali… Até aqui recordo esta novela por capítulos, que lia, num bar do litoral, numa página de politica de um jornal litorâneo, creio que se equivocaram de secção. Tive que sair para, enfim, sai sem acabar a leitura. E agora gostaria de saber se a Marisa disse sim, ou disse não, ao pobre Tadeu. Chorará se ouvir um não? Ficará bravo? Ou com os recursos que gasta…. com certeza deve ter outra ‘apalavrada’. Não se preocupem: vou procurar saber.

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