21 de fev. de 2017

Havia três dias que não tomava o café da manhã. Era sempre da mesma maneira. Acordava olhava para o céu, e logo baixava a cabeça. Hoje, no entanto, o céu estava cheiinho de nuvens.

Havia três dias que não tomava o café da manhã. Era sempre da mesma maneira. Acordava olhava para o céu, e logo baixava a cabeça. Hoje, no entanto, o céu estava cheiinho de nuvens.   

Estes são os que gostaram daqueles anos, donde a alegria estava proscrita,

Estes são os que gostaram daqueles anos, donde a alegria estava proscrita, se punia gravemente antes, com a morte por muitas vezes, e até hoje não se pode perguntar o porquê. Sem nenhum traço de pudor, tomaram de assalto o cerne do poder no Brasil. Os três poderes, descaradamente irmanados.  

Cave amanten


Humbert humbert The rapist therapist.


Fim de ganas week
Domingua a noite
com ou sem manha de manhã é fecunda-seira.
Comecedinho a ser, mana.




Lit.





Théâtre des ris et des pleurs
Lit! où je nais, et où je meurs,
Tu nous fais voir comment voisins
Sont nos plaisirs et chagrins.

- Isaac de Benserade



Palco para rir e chorar
Cama, aqui nasci aqui morrerei.
Em ti vivem como vizinhos
nossos prazeres e tristezas.
- Heterodoxidon Traidore.


In bed we laugh, in bed we cry;
And born in bed, in bed we die;
The near approach a bed may show
Of human bliss to human woe.

_ um tal Dr. Johnson






Cave amanten

sempr'ab ti

Moralidade? Se não passa de uma pequena dose de prudência.


Imoral, logo eu, que nem uma gota de prudência bebi!

Musil/Aquiles




Musil. Porta Aquiles ao mundo contemporâneo.


Conhecimento da realidade/realdade. Todos os ideais da ilustração. Diz que a sociedade para que não cheguemos a realidade.;

raiz de menos um é i.


A impossibilidade de se entrar em contato direto com a realidade.


A impossibilidade de se entrar em contato direto com a realidade. Como se cada individuo tratasse de resguardar a realidade na sacralidade. Bom, se isso já era difícil quando o contato era intermediado unicamente pela linguagem, seja a fala. Nesse momento estamos diante de um instrumento, uma ferramenta.



Não dá para tomar partido sem correr o risco de alimentar uma mentira.
Mundo que vivemos, em que

domínio do fetichismo das coisas sobre as coisas em si.

O homem não pode se ver no espelho. São muitas camadas de fantasias.

Domínio da fraseologia sobre a palavra.

Domínio da idolatria sobre sobre a mirada.

A fraseologia.
Não há substituição Cultura da imagem pela da palavra. Oclusão.

liberdade civil. Verdade, beleza, conhecimento. Livre dentro de um labirinto?

infarto

A única seqüela do infarto era o medo de dormir, acordava sempre em meio a noite, provável que fosse para se certificar da vida. Mas naquele dia o medo havia crescido tanto que sequer pegava no sono leve. 

A Barca de Caronte


A Barca de Caronte, porque também há a barca de Flégias.

A lua traça seu rastro trêmulo nas escuras águas do lago. Caronte, aguarda diante da enorme proa em forma de cunha. A barca cabeceia bruscamente pela ondas, sacudindo os marejados passageiros que se apertam como sardinhas a bordo. O velho barqueiro discute com um guerreiro que ainda esta vestido com sua armadura ensagüentada e o pescoço varado por uma lança:
_ Não e não, Heitor! Por mais heróico que fosse em Tróia, não posso te deixar embarcar sem pagar o óbolo, aliás, como toda gente.
_ Caronte, meu velho, os aqueus amarraram meu cadáver ao carro Aquiles e me arrastaram. Disse Heitor, e suponho que foi ai que perdi o porta-moedas. _ Sinto muito. Já deixei muita gente embarcar na carteirada, como Hércules e me custou um ano de cadeia comum, porque sou filho de Nix, um semideus. Isso aqui é uma democracia com suas normas, regras, leis e não uma satrapia aonde todos fazem o que sai da cabeça do quepensacomoquefazfeder. _ Oh, Heitor! Se na barca de Caronte quer viajar, um óbolo terá que pagar. Cantam em coro umas mulheres com longas túnicas negras. _ Helas, já ouviu o coro grego! Então, Caronte aponta com a pá do remo para a praia, terá que vagar durante cem anos pelas margens do Estígia, então subirá grátis na barca. São as regras. Vamos, pista!
_ Não há mais direitos, nos tratam como gado! Diz Psiquê vomitando pela borda do barco. _ Se não está contente vá nadando, senhora! Caronte repara em um novo passageiro, um homem de aspecto solene que veste um manto de linho egípcio.
_ Isósceles! Não te esperava tão cedo, homem!
_ É, logo agora que acabei de desenhar esse triângulo tão cult... se lamenta Isósceles, enquanto deixa o óbolo na mão esquerda de Caronte. Heitor foi se afastando cabisbaixo e quando comprova que ninguém o observa se esconde aproveitando a sombra vinda de uma ilha ao fundo. Dali distingue um homem vestido com camisa aberta no peito e calças de linho escuro. Antony Quinn, o ator. Sim, amigo. Zorba o Grego! - dança uns passos de sirtaki, parece que soa Mikis Theodorakis. _ Não lembra? Caronte lhe fixa os olhos com aspereza e com cara de poucos amigos parece não reconhece-lo. Veja, Caronte, foi tudo tão repentino. Estava no estúdio e ... bem... Quinn fuça nos bolsos, porra! Acho que não tenho moedas!
Nisso, Heitor aproveita a distração de Caronte. Entra na água e se agarra à uma corda e de um salto ágil cai na popa e se esconde detrás do timão. E dali ouve Caronte vociferar: Volto a repetir e repito quantas vezes seja necessário, que não senhor Quinn! Que não aceito Elo, nem Visa e nenhum cartão de crédito!