Tenho
uns amigos de esquerda, humanistas, que detestam a palavra
Civilização, e mais propriamente Civilização
Ocidental. O fato é que não nascemos civilizados, seja
ocidental, oriental ou pré-Cabral. Temos que nos educar.
Havemos de educar nossas crianças. Sem essa educação,
digamos ocidental que é a nossa, que teve seu amanhecer lá
na Grécia, não há como dialogar. Como uma pessoa
que não lê, não leu, não foi educada irá
dialogar –
trocar
(interlocutores) opiniões, comentários etc., com
alternância dos papéis de falante e ouvinte; conversar.
– se ela está
exilada da cultura ocidental. Se não entende o grande diálogo
da nossa cultura. Temos que ler, ainda que não haja nenhum
livro indiscutível ou sagrado. O único sagrado é
o diálogo. Se os jovens são privados de acesso a esta
grande conversa cultural, eles não serão outra coisa
que estrangeiros da própria cultura. As chaves são
aprender a ler, escrever, falar, escutar, compreender e pensar. E
pode muito bem ser a tarefa de uma vida inteirinha, qualquer uma
delas. Porque todas são difíceis e as dificuldades não
nos dão nenhum privilégio. Ao trabalho.
10 de jun. de 2016
9 de jun. de 2016
As nuvens mais lindas, eu vi.
Eu
lembro mais ou menos desta redação no ginasial, com
mais ou menso linhas, talvez, cara no lugar de rosto, capataz por supervisor e por ai vai, a ideia
permanece virgem. Sempre havia redação depois das
férias, e em outras ocasiões também. Então
a professora escrevia na lousa: Descreva um dia de suas férias.
Estou deitado ao sol, sobre um monte de feixes de varas de bambu que usamos
para envarar tomates. É a hora do descanso no café da
tarde. Á sombra faz frio. Estou com os braços cruzados sob minha cabeça e
o chapéu de palha sobre o meu rosto, esconde o sol. E pelos buraquinhos das
tranças de palha do meu chapéu vejo as nuvens. Todos os
meus tios e primos estão a jogar cartas sob o rancho de sapé. Descansamos de uma manhã de muito trabalho. Orlando, meu tio mais novo, grita: Olha lá o supervisor de nuvens. E
todos riram. Logo voltávamos a trabalhar, e eu segui com meu
pensamento nas nuvens e sei que não voltarei a ver nuvens tão
bonitas.
Alguma vez eu disse que viver é narrar?
Alguma
vez eu disse que viver é narrar?
A
vida é uma intuição narrativa. Posso somar:
transcendental. Quero dizer com isso que seria impossível
viver exclusivamente dos nossos dados atômicos, nossas
ligações de hidrogênio e carbono e nitrogênio
e oxigênio, e suas questões energéticas e nossa
matéria. Somos seres narrativos. Vivemos graças a que
unimos nossos dados com o sentido que lhes damos ou procuramos dar.
Definitivamente, é o que nos empurra de um dado a outro dado
transformado e vamos de sintagma em sintagma criando a narração.
Não importa o que fazemos, tramamos narrações,
dessa forma, vivemos em meia a essas tramas. A literatura é a
arte da narrativa que trama a encontrar algo que nos console. Dessa
forma, melhor será a vida, para mim, se eu for um bom narrador
dela, da minha vida. Concluo que, se leio muito é porque sou
um narrador medíocre da minha vida.
Esta Noite vou dormir com meus fantasmas.
E-mail.
Ontem
enviei um enésimo e-mail pra C, reclamando de umas fotos que
não estavam ou não deveriam estar na partilha, por
nada, serem fotos de minha pessoa. Que por mais irrelevantes que
fossem para mim, eram minhas, o mesmo servia para ela, deveriam ser
irrelevantes. O e-mail foi à velocidade da luz, o vi cruzar a
grande água, como diria I-Ching, correr pelos fios e blim,
direto na caixa postal. Demorou a responder mais pela quantidade de
exumações que fez e linhas dedicadas a elas que por
algum desprezo. Quando já andava em pijamas. Blim. Abri. Os
pobres estavam todos desenterrados. Perdidos. Pensei em convidá-los
para um baile. Mas estava frio. Assim que, me pus sob as cobertas.
Eles continuavam ali, girei para o lado que não costumo
dormir, já sabia que teria que voltar à posição
de origem... Não houve outra senão resmungar entre
dentes: Esta Noite vou dormir com meus fantasmas.
Cristofobia
Antes de mais nada, sou muito favorável a causa LBTG. Gosto de pensar livremente e me expressar da mesma forma, e tentar ir alem da aparência, que é o dogma deste meio, (FB), pode me chamar pseudo semiótico, e assim ( semiótica mente) pensando a cruz é o logotipo da igreja católico romana e seus dissidentes, que entre outras, queimou muita gente, porque tiravam do centro das questões humanas Deus, colocando o homem, botavam a terra para girar ao redor do sol, e este do centro do universo. Dito isto, digo que a cruz é o logotipo de uma empresa que pratica o contrário do que promete. Com seu calendário em looping, a Igreja faz nascer e crucificar seu messias, enquanto seus membros fazem i que não vem ao caso, mas que em suma, nada tem a ver com a mensagem principal do senhor Crucificado. Entre outras a cruz não vai deixar de ser uma melancia no pescoço enquanto alegoria publicitária, a mesma que usa o boticário und konsorten, os beijos de novela, um Maomé dando o rabo, uma modelo feminino insinuante ao lado de um carro a venda, uma hipérbole linguística, ou ainda o famoso "mais maior", ou no teatro( blackface) o ator branco pintado de preto. Todos os sintagmas citados acima têm por objetivo chamar a atenção, e todos não suportam um olhar mais de perto, seja o machismo das propagandas de veículos, o racismo do blackface, a questão errática gramatical, etc. Todos são enunciados que encontram enunciatários, estes com suas bagagens culturais e vida, o enunciado sempre será um conjunto de vozes ( quando dizemos: Jóia, entre outras pode se entender, legal, bacana) que falam pelo enunciador que antes de mais nada não é solitário criador do enunciado, s cruz tem história de 2000 anos, depois existem os ruídos físicos, sociais (culturais) e psicológicos, como já disse acima, de quem recebe a mensagem ( enunciatário), não creio que seja assim tão fácil atacar ou enobrecer quem se indigna ou louva a mensagem! A não ser por dois fundamentalismos, o dos que pregam uma verdade e o que despregam estas verdades
8 de jun. de 2016
Prefiro o Bosque Municipal no lugar dos vereadores.
Alguém consegue imaginar um debate na câmara municipal de sua cidade para pensar
Novos modelos comerciais?
Novas tecnologias e tudo que isso implica, educação, logísticas, materiais, tributos...???
Mobilidade Urbana além de licitações descaradamente de cartas marcadas?
Gestão da água, além da simples privatização, aonde se ganha propina?
Gestão de energia?
Gestão de esgotos?
Gestão de lixos sólidos, hospitalares?
Gestão de Parques e Jardins?
Pois eu não, a câmara de Ribeirão Preto estaria mais bem servida se fosse composta pelos animais que temos presos no Bosque Municipal.
Novos modelos comerciais?
Novas tecnologias e tudo que isso implica, educação, logísticas, materiais, tributos...???
Mobilidade Urbana além de licitações descaradamente de cartas marcadas?
Gestão da água, além da simples privatização, aonde se ganha propina?
Gestão de energia?
Gestão de esgotos?
Gestão de lixos sólidos, hospitalares?
Gestão de Parques e Jardins?
Pois eu não, a câmara de Ribeirão Preto estaria mais bem servida se fosse composta pelos animais que temos presos no Bosque Municipal.
6 de jun. de 2016
dedo de Galileu.
O dedo de Galileu.
Dos vinte, Anton
Francesco escolheu o dedo pai-de-todos – dedo médio - da mão
direita para expor como relíquia profana; relíquia
orgulhosamente profana e provocativa e irônica. E não se
pode ponderar a coisa, dizendo que Anton não conhecia o
significado do gesto que estava imortalizando, porque é um
gesto herdado dos romanos. E ai está.aqui está. O pai-de-todos da
mão direita de Galileu, a se rir do mundo, no Instituto e
Museo di Stória della Scienza de Firenze. Ele, que cria que
deus havia criado o mundo com a linguagem das matemáticas, que
seria o autêntico verbo-divino, nos deixou esse impertinente
legado. Depois de tanto botar em questão o geocentrismo, para
acabar no gesto antropocêntrico e falocrata que se pode
imaginar.
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