9 de jun. de 2016

As nuvens mais lindas, eu vi.

Eu lembro mais ou menos desta redação no ginasial, com mais ou menso linhas, talvez, cara no lugar de rosto, capataz por supervisor e por ai vai, a ideia permanece virgem. Sempre havia redação depois das férias, e em outras ocasiões também. Então a professora escrevia na lousa: Descreva um dia de suas férias. Estou deitado ao sol, sobre um monte de feixes de varas de bambu que usamos para envarar tomates.  É a hora do descanso no café da tarde. Á sombra faz frio.  Estou com os braços cruzados sob minha cabeça e o chapéu de palha sobre o meu rosto, esconde o sol. E pelos buraquinhos das tranças de palha do meu chapéu vejo as nuvens. Todos os meus tios e primos estão a jogar cartas sob o rancho de sapé. Descansamos de uma manhã de muito trabalho. Orlando, meu tio mais novo, grita: Olha lá o supervisor de nuvens. E todos riram. Logo voltávamos a trabalhar, e eu segui com meu pensamento nas nuvens e sei que não voltarei a ver nuvens tão bonitas.

Alguma vez eu disse que viver é narrar?

Alguma vez eu disse que viver é narrar?

A vida é uma intuição narrativa. Posso somar: transcendental. Quero dizer com isso que seria impossível viver exclusivamente dos nossos dados atômicos, nossas ligações de hidrogênio e carbono e nitrogênio e oxigênio, e suas questões energéticas e nossa matéria. Somos seres narrativos. Vivemos graças a que unimos nossos dados com o sentido que lhes damos ou procuramos dar. Definitivamente, é o que nos empurra de um dado a outro dado transformado e vamos de sintagma em sintagma criando a narração. Não importa o que fazemos, tramamos narrações, dessa forma, vivemos em meia a essas tramas. A literatura é a arte da narrativa que trama a encontrar algo que nos console. Dessa forma, melhor será a vida, para mim, se eu for um bom narrador dela, da minha vida. Concluo que, se leio muito é porque sou um narrador medíocre da minha vida.


Esta Noite vou dormir com meus fantasmas.

E-mail.

Ontem enviei um enésimo e-mail pra C, reclamando de umas fotos que não estavam ou não deveriam estar na partilha, por nada, serem fotos de minha pessoa. Que por mais irrelevantes que fossem para mim, eram minhas, o mesmo servia para ela, deveriam ser irrelevantes. O e-mail foi à velocidade da luz, o vi cruzar a grande água, como diria I-Ching, correr pelos fios e blim, direto na caixa postal. Demorou a responder mais pela quantidade de exumações que fez e linhas dedicadas a elas que por algum desprezo. Quando já andava em pijamas. Blim. Abri. Os pobres estavam todos desenterrados. Perdidos. Pensei em convidá-los para um baile. Mas estava frio. Assim que, me pus sob as cobertas. Eles continuavam ali, girei para o lado que não costumo dormir, já sabia que teria que voltar à posição de origem... Não houve outra senão resmungar entre dentes: Esta Noite vou dormir com meus fantasmas.


Cristofobia


Antes de mais nada, sou muito favorável a causa LBTG. Gosto de pensar livremente e me expressar da mesma forma, e tentar ir alem da aparência, que é o dogma deste meio, (FB), pode me chamar pseudo semiótico, e assim ( semiótica mente) pensando a cruz é o logotipo da igreja católico romana e seus dissidentes, que entre outras, queimou muita gente, porque tiravam do centro das questões humanas Deus, colocando o homem, botavam a terra para girar ao redor do sol, e este do centro do universo. Dito isto, digo que a cruz é o logotipo de uma empresa que pratica o contrário do que promete. Com seu calendário em looping, a Igreja faz nascer e crucificar seu messias, enquanto seus membros fazem i que não vem ao caso, mas que em suma, nada tem a ver com a mensagem principal do senhor Crucificado. Entre outras a cruz não vai deixar de ser uma melancia no pescoço enquanto alegoria publicitária, a mesma que usa o boticário und konsorten, os beijos de novela, um Maomé dando o rabo, uma modelo feminino insinuante ao lado de um carro a venda, uma hipérbole linguística, ou ainda o famoso "mais maior", ou no teatro( blackface) o ator branco pintado de preto. Todos os sintagmas citados acima têm por objetivo chamar a atenção, e todos não suportam um olhar mais de perto, seja o machismo das propagandas de veículos, o racismo do blackface, a questão errática gramatical, etc. Todos são enunciados que encontram enunciatários, estes com suas bagagens culturais e vida, o enunciado sempre será um conjunto de vozes ( quando dizemos: Jóia, entre outras pode se entender, legal, bacana) que falam pelo enunciador que antes de mais nada não é solitário criador do enunciado, s cruz tem história de 2000 anos, depois existem os ruídos físicos, sociais (culturais) e psicológicos, como já disse acima, de quem recebe a mensagem ( enunciatário), não creio que seja assim tão fácil atacar ou enobrecer quem se indigna ou louva a mensagem! A não ser por dois fundamentalismos, o dos que pregam uma verdade e o que despregam estas verdades

8 de jun. de 2016

Prefiro o Bosque Municipal no lugar dos vereadores.

Alguém consegue imaginar um debate na câmara municipal de sua cidade para pensar
Novos modelos comerciais?
Novas tecnologias e tudo que isso implica, educação, logísticas, materiais, tributos...???
Mobilidade Urbana além de licitações descaradamente de cartas marcadas?
Gestão da água, além da simples privatização, aonde se ganha propina?
Gestão de energia?
Gestão de esgotos?
Gestão de lixos sólidos, hospitalares?
Gestão de Parques e Jardins?
Pois eu não, a câmara de Ribeirão Preto estaria mais bem servida se fosse composta pelos animais que temos presos no Bosque Municipal.

6 de jun. de 2016

dedo de Galileu.

O dedo de Galileu.


Dos vinte, Anton Francesco escolheu o dedo pai-de-todos – dedo médio - da mão direita para expor como relíquia profana; relíquia orgulhosamente profana e provocativa e irônica. E não se pode ponderar a coisa, dizendo que Anton não conhecia o significado do gesto que estava imortalizando, porque é um gesto herdado dos romanos. E ai está.aqui está.  O pai-de-todos da mão direita de Galileu, a se rir do mundo, no Instituto e Museo di Stória della Scienza de Firenze. Ele, que cria que deus havia criado o mundo com a linguagem das matemáticas, que seria o autêntico verbo-divino, nos deixou esse impertinente legado. Depois de tanto botar em questão o geocentrismo, para acabar no gesto antropocêntrico e falocrata que se pode imaginar.  

Abû Bakr Muhammmad inb Zakarya Al-Râzî.

O persa Abû Bakr Muhammmad inb Zakarya Al-Râzî, pode dizer Zacarias, ou Rasis,  (morto em 930, se bem que na wiki ele morreu em 925, ), que não era exatamente amado pelo Islã, começa assim seu Medicina espiritual: “ Deus, louvado seja o seu nome, nos deu a razão para obter com ela, tanto do presente como do futuro, os melhores benefícios que possamos conseguir; é o melhor dom que Deus nos deu (...) Devemos aos apoiar nela para tudo e julgar com ela todas as coisas. Devemos atuar segundo o que ela nos manda fazer” . Mais tarde ele sustenta: “às vezes é preciso beber algo para dissipar as penas”.
Ergo minha taça num brinde a Zacarias.