Barcelona i Fiducia i
Llull.
Incerta feita, Alejo,
para Alejandro, propunha: que palavras encontrávamos mais
bonitas nas línguas com as quais nos deparávamos
naquela Tubinga multi-étnica. Ele gostava de Madrugada, eu de
Augenblick e Fiducia, mas Fiducia com a pronuncia de um italiano de
Genova em Rimini, algo como fidúgia com gia num sussurro. Não
se me lembram as outras, senão que, Barcelona. É muito
equilibrada a palavra, e nada trivial sua fonética, mas há
um ponto exato de sua acentuação, que é aonde se
mistura a pimenta e a luz que caracteriza a atmosfera da cidade, e lá
se diz: Barcelona es bona bona, quan la bossa sona! Muito catalão,
o dito. Bossa é dinheiro, ou mesmo bolsa de dinheiro. Claro
que é boa, se o bolso soa! Custa muito. E gastar dinheiro não
é com eles. Mas se de quando em vez : 'es tira la casa per la
finestra', joga-se a casa pela janela, ou para ir a Barcelona há
que tenir la bossa foradada, seja furada, gasta-se, faz de Barcelona
bona bona.
Assim aprendi muitas
coisas, saboreando nomes, palavras, até que um dia me deparo
com este nome de rua: Ramon Llull. Estes duplos 'l' em catalão
tem som de 'lh' assim o nome soa: lhulh. E qual não é
o pecado? Ramon llull foi também astrólogo, além
do
mais importante escritor, filósofo, poeta, missionário
e teólogo da língua catalã. Mais que isso, ele
conceituou um sexto sentido, o Afat, “ é aquela potência
com a qual o animal manifesta com a voz a outro animal a sua
concepção”. E alem disso é um certo gozo por
falar determinadas palavras, ou todas.