26 de jun. de 2016

Aonde nascia o Estado Laico!

Mateus 22.21 a César  e a Deus! Igreja x Poder!
Frase fundamental ao que se julga Cristão: ao Caeser o que lhe é devido e a Deus o que é de Deus.
Hoje muitos são os que se indignam quando veem  resplandecer além da cruz a simbiótica relação da Igreja ( seja ela qual for) com o Estado. Espirito x Matéria. Muitos são os que apontam para um passado ainda mais denso de corvos, bruxas e por conseguintes: Torquemadas, aonde o Estado era a Igreja, se quiser a Igreja o Estado. Dizem isso fazendo cara de quem viu o técnico da Alemanha comendo ranho de colheita própria. Me lembra o poema drummondiano: enquanto os adversários querem provar alguma coisa, o treinador tedesco tira ouro do nariz, mas o que não disse Drummond  é que o comia.
Muitos teólogos dirão: o humano  ao ser expulso do paraíso teve separada a carne do espirito, e com isso a humanidade deve peregrinar – uns mais que os outros – pela terra, afim de purificar-se  do pecado 'original'. Segundo Kant tal purificação é mais impossível que improvável, dado que o processo de purificação deve se dar na eternidade, e se dividirmos a eternidade ao meio ela não é metade eterna, mas sim eternidade inteira. O que se deduz é que a eternidade não tem fim, nem o processo de purificação, nem juízo final, pois não há final possível.  De tal forma que ficamos sem saída, da mesma forma que encontramos a prisão perpétua, perpétua de menos para quem matou um dos nossos. Daí que Deus, que tinha grande apreço pela tal maçã, nos envia à Terra, povoada de cobradores de pedágios de vida e de impostos: os  Zaqueus. Mas como criador de problemas, também cria suas devidas soluções, nos apresenta seu filho. Ele nos dirá: deixem o homem descer do telhado, ele faz o seu trabalho, deem o que lhe é devido. Neste momento nasce, mas particularmente creio que já vigia, o Estado Igreja. Jesus poderia ter dito: Somos filhos de Deus – todos –  Zaqueu inclusive,  nem mais nem menos que um de nós – e quem fez a Terra  e tudo que nela habita. Foi nosso Pai quem tudo fez, assim que não devemos nada a este tal de César! E continuaria: Você Zaqueu deveria passar para o nosso lado! Pois você estará em companhia dos filhos de Deus! E os filhos de Deus, que é nosso Pai, criou de tudo, mas não criou impostos. Ou será que criou?

Infelicidade

Infelicidade.
Comecei por pensar em narrar um exemplo da infelicidade de alguém, mas a medida que passava o tempo,  e este início improvável que  não previ para o texto e os pequenos momentos de felicidade desta tarde, me levaram a adiar tal empresa para o passado, desde o passado perderá as rugosidades e quinas dentuças, e mais, a quem importaria a infelicidade dos outros, se não posso fazer nada para anulá-la?
Compartilhá-la?
 Sigo tossindo, continuamente, noite e dia, mais à noite. Como começou subitamente, sem aviso prévio, sem sintomas, um dia ou outro desaparecerá, assim que o fim de semana...

Popatapataio

Popatapataio. (sem pedir permissão ao Osvaldo, Flavio e trupe)

A liberdade se parece muito ao “ser” de uma criança numa vila, como Bonfim, para dizer uma.   Descobrir o mundo sem mais normas que estar em casa nas horas  da comida e não jogar bola depois delas. Uma felicidade selvagem,  como nos advertem Tom e Vinicius “... tristeza não tem fim, felicidade sim”, tem data para caducar. Um dia não se sabe bem por quê, os aborrecimentos se tornam soberanos e já não se sente livre e feliz. O universo de fato sem fim, que não se abraça, se converteu numa prisão, e já não bastará passar mertiolate ou popatapataio nos joelhos, no máximo é ir tirando crostas sem pressa para não sangrar.

25 de jun. de 2016

Felicidade

Trecho de um livro que, não  juro que não li, criação e esquecimento.
Dizia Ratão, ao dono do boteco, homem de jaleco azul e pele cor de vela: Uma coisa interessante, Tonho,  que não sai de minha cabeça, e algumas vezes a atiro em  forma  afirmativa, sem primazia claro:  somos todos iguais, e não tardam em  aparecer os enxames à negá-la, uns com argumentos, outros sem argumentos, estes me desqualificam; no entanto o mais incrível é que a luta da vida inteira deles é justamente essa: ser igual a todos os outros, copiam suas meias com sandálias de pescador, seu carro preto, sua casa assobradada, seu problema condominial; ao passo que luto para ser diferente, partindo da igualdade.  Nós já resolvemos o problema da felicidade, não é mesmo?

Ruthinha e o Hoplita

Ruthinha e o Hoplita.
Descia pela Santa Luzia, e quando cheguei à descida da Amador Bueno, pensei... sim desço a ladeira e sigo em frente, mas ao descer me encontrava na Baixa do Sapateiro, pensei... subo à direita e voltarei ao início, mas ao dobrar à direita estava sobre os trilhos do Eléctrico, Garcia da Orta, fitei o Tejo, não sei,  e pensei que... seguindo os trilhos, mas não, era o Morro da Conceição, com vista para a Ilha das Cobras, desci suas escadinhas do velho cais do sal e estava diante da barbearia do China, achei que era a Ruth sentada dentro da túnica branca, Paulo! Ela  disse seca e suavemente. Olhei e era a Ruth, e o China me reforçou, a Ruth te chama, ela pagou... e saímos... me perguntou por onde ia... disse: mais com um meneio de cabeça que com palavras, que ia à casa, que era só descer ali e virar lá e lá estaria, com um donaire nos separamos ali, mas ao dobrar, estava na Couraça dos Apóstolos em Coimbra, contornei-a e ao pé da Sé Velha, avistei um mar azul sem igual, olhei para meus pés que pensei calçassem umas havaianas brancas que comprara num ilha do Peloponeso, que, pordeus, eram umas sandálias  e  greva de couro que subiam pelas canelas até os joelhos, pés e canelas imundos, unhas grandes e muita lama sanguínea sob elas, um grande escudo redondo preso por duas argolas de couro ao antebraço... despojei-me do elmo, couraça, escudo e uma lança de madeira com ponta de bronze já partida... Micenas destruída, abandonada... Não há casa para voltar, nem Penélope... Odisseu! Não, não o Odisseu cantado, homérico, mas proto Odisseu, o derrotado que deu origem ao mito séculos depois...

24 de jun. de 2016

Brexit

Brexit: à falta de inteligência política, se recorreu à maioria.
Não sei se se pode traçar um paralelo no caso Dilmexit! No caso Dilma faltou inteligência política, mas não se recorreu à maioria, por isso é um golpe. Mas esperar o quê, de uma maioria?

Pena Capital

Pena Capital.

As vezes penso que nesse teatro escolhi ou fui escolhido para ser o Covarde. Covardia que chamo de entendimento. Desde os 17 entendo não ser possível brincar de traficante no Oriente, seja lá o que for o Oriente. Por essas e outras aceito o dito riobaldiano: Viver é perigoso. Por obvio, não vivo, discuto a metalinguagem desse teatro absurdo numa mesa de Café com o café frio, enquanto o café quente sempre chega fumaceando, na mesa dos que erram a cena