Trecho de um livro que, não juro que não li, criação e esquecimento.
Dizia Ratão, ao dono do boteco, homem de jaleco azul e pele cor de vela: Uma coisa interessante, Tonho, que não sai de minha cabeça, e algumas vezes a atiro em forma afirmativa, sem primazia claro: somos todos iguais, e não tardam em aparecer os enxames à negá-la, uns com argumentos, outros sem argumentos, estes me desqualificam; no entanto o mais incrível é que a luta da vida inteira deles é justamente essa: ser igual a todos os outros, copiam suas meias com sandálias de pescador, seu carro preto, sua casa assobradada, seu problema condominial; ao passo que luto para ser diferente, partindo da igualdade. Nós já resolvemos o problema da felicidade, não é mesmo?
Dizia Ratão, ao dono do boteco, homem de jaleco azul e pele cor de vela: Uma coisa interessante, Tonho, que não sai de minha cabeça, e algumas vezes a atiro em forma afirmativa, sem primazia claro: somos todos iguais, e não tardam em aparecer os enxames à negá-la, uns com argumentos, outros sem argumentos, estes me desqualificam; no entanto o mais incrível é que a luta da vida inteira deles é justamente essa: ser igual a todos os outros, copiam suas meias com sandálias de pescador, seu carro preto, sua casa assobradada, seu problema condominial; ao passo que luto para ser diferente, partindo da igualdade. Nós já resolvemos o problema da felicidade, não é mesmo?