26 de jun. de 2016

Popatapataio

Popatapataio. (sem pedir permissão ao Osvaldo, Flavio e trupe)

A liberdade se parece muito ao “ser” de uma criança numa vila, como Bonfim, para dizer uma.   Descobrir o mundo sem mais normas que estar em casa nas horas  da comida e não jogar bola depois delas. Uma felicidade selvagem,  como nos advertem Tom e Vinicius “... tristeza não tem fim, felicidade sim”, tem data para caducar. Um dia não se sabe bem por quê, os aborrecimentos se tornam soberanos e já não se sente livre e feliz. O universo de fato sem fim, que não se abraça, se converteu numa prisão, e já não bastará passar mertiolate ou popatapataio nos joelhos, no máximo é ir tirando crostas sem pressa para não sangrar.

25 de jun. de 2016

Felicidade

Trecho de um livro que, não  juro que não li, criação e esquecimento.
Dizia Ratão, ao dono do boteco, homem de jaleco azul e pele cor de vela: Uma coisa interessante, Tonho,  que não sai de minha cabeça, e algumas vezes a atiro em  forma  afirmativa, sem primazia claro:  somos todos iguais, e não tardam em  aparecer os enxames à negá-la, uns com argumentos, outros sem argumentos, estes me desqualificam; no entanto o mais incrível é que a luta da vida inteira deles é justamente essa: ser igual a todos os outros, copiam suas meias com sandálias de pescador, seu carro preto, sua casa assobradada, seu problema condominial; ao passo que luto para ser diferente, partindo da igualdade.  Nós já resolvemos o problema da felicidade, não é mesmo?

Ruthinha e o Hoplita

Ruthinha e o Hoplita.
Descia pela Santa Luzia, e quando cheguei à descida da Amador Bueno, pensei... sim desço a ladeira e sigo em frente, mas ao descer me encontrava na Baixa do Sapateiro, pensei... subo à direita e voltarei ao início, mas ao dobrar à direita estava sobre os trilhos do Eléctrico, Garcia da Orta, fitei o Tejo, não sei,  e pensei que... seguindo os trilhos, mas não, era o Morro da Conceição, com vista para a Ilha das Cobras, desci suas escadinhas do velho cais do sal e estava diante da barbearia do China, achei que era a Ruth sentada dentro da túnica branca, Paulo! Ela  disse seca e suavemente. Olhei e era a Ruth, e o China me reforçou, a Ruth te chama, ela pagou... e saímos... me perguntou por onde ia... disse: mais com um meneio de cabeça que com palavras, que ia à casa, que era só descer ali e virar lá e lá estaria, com um donaire nos separamos ali, mas ao dobrar, estava na Couraça dos Apóstolos em Coimbra, contornei-a e ao pé da Sé Velha, avistei um mar azul sem igual, olhei para meus pés que pensei calçassem umas havaianas brancas que comprara num ilha do Peloponeso, que, pordeus, eram umas sandálias  e  greva de couro que subiam pelas canelas até os joelhos, pés e canelas imundos, unhas grandes e muita lama sanguínea sob elas, um grande escudo redondo preso por duas argolas de couro ao antebraço... despojei-me do elmo, couraça, escudo e uma lança de madeira com ponta de bronze já partida... Micenas destruída, abandonada... Não há casa para voltar, nem Penélope... Odisseu! Não, não o Odisseu cantado, homérico, mas proto Odisseu, o derrotado que deu origem ao mito séculos depois...

24 de jun. de 2016

Brexit

Brexit: à falta de inteligência política, se recorreu à maioria.
Não sei se se pode traçar um paralelo no caso Dilmexit! No caso Dilma faltou inteligência política, mas não se recorreu à maioria, por isso é um golpe. Mas esperar o quê, de uma maioria?

Pena Capital

Pena Capital.

As vezes penso que nesse teatro escolhi ou fui escolhido para ser o Covarde. Covardia que chamo de entendimento. Desde os 17 entendo não ser possível brincar de traficante no Oriente, seja lá o que for o Oriente. Por essas e outras aceito o dito riobaldiano: Viver é perigoso. Por obvio, não vivo, discuto a metalinguagem desse teatro absurdo numa mesa de Café com o café frio, enquanto o café quente sempre chega fumaceando, na mesa dos que erram a cena

23 de jun. de 2016

A Condição Humana...

Vivo num país corrompido, entretanto, não quero perder o sentido do verdadeiro e do falso, do correto e do incorreto. Por vezes me pego pensando na laicidade, mas não é o barato, o barato é a mafiosidade. O centro dos problemas está num Estado Mafioso. Instituições Mafiosas. Alem das instituições do Estado, a sociedade civil se organizou mafiosamente. Sem medo de ser leviano, há máfias até de máfias. Com isso, e com esse descampado de máfias, não quero botar em dúvida a existência do bem e do mal, porque seria um álibi para os mafiosos.
Com isso, sem querer, toco neste silêncio oceânico da sociedade civil de auto-indulgência, sabendo que estou sendo repetitivo.
Fala-se muito em educação. O tempo todo: “ Precisamos educar”, “as crianças... futuro da nação”, “Educação....” . No entanto, me parece notório, que nunca tivemos tanta gente que passou pelos bancos escolares, tirante Lula, o Analfabeto, a corrupção no país é comandada por gente diplomada, PhD's...

Uma reflexão de cadeira de balanço, nos dá a dimensão da condição humana. 

Procurando não achar

Hoje li. Li sobre o MP na consttuição, aliás pouco, o parquet é o guardião da lei, mas li artgos de pessoas do setor, contras e favoráveis a pec.  Sou favorável a todos os pec ados, com moderação, menos o sexo e a preguiça. Li sobre nascituros. Li sobre médicos, li até umas dez páginas do Grundisse, onde trata da produção e duas páginas sobre a cultura grega, porque os gregos eram miseráveis (materialmente) mas justo daquela miséria brotou essa nossa cultura. Descontente reli um pedaço d'Ulisses de J.J. onde o cidadão se define como estado, ai por força fui buscar un trcho do Caio Prado Jr, onde este sentimento mazombo subjacente recebe luzes da economia real. Mas a pergunta que me fiz... continua calada...