25 de jun. de 2016

Felicidade

Trecho de um livro que, não  juro que não li, criação e esquecimento.
Dizia Ratão, ao dono do boteco, homem de jaleco azul e pele cor de vela: Uma coisa interessante, Tonho,  que não sai de minha cabeça, e algumas vezes a atiro em  forma  afirmativa, sem primazia claro:  somos todos iguais, e não tardam em  aparecer os enxames à negá-la, uns com argumentos, outros sem argumentos, estes me desqualificam; no entanto o mais incrível é que a luta da vida inteira deles é justamente essa: ser igual a todos os outros, copiam suas meias com sandálias de pescador, seu carro preto, sua casa assobradada, seu problema condominial; ao passo que luto para ser diferente, partindo da igualdade.  Nós já resolvemos o problema da felicidade, não é mesmo?

Ruthinha e o Hoplita

Ruthinha e o Hoplita.
Descia pela Santa Luzia, e quando cheguei à descida da Amador Bueno, pensei... sim desço a ladeira e sigo em frente, mas ao descer me encontrava na Baixa do Sapateiro, pensei... subo à direita e voltarei ao início, mas ao dobrar à direita estava sobre os trilhos do Eléctrico, Garcia da Orta, fitei o Tejo, não sei,  e pensei que... seguindo os trilhos, mas não, era o Morro da Conceição, com vista para a Ilha das Cobras, desci suas escadinhas do velho cais do sal e estava diante da barbearia do China, achei que era a Ruth sentada dentro da túnica branca, Paulo! Ela  disse seca e suavemente. Olhei e era a Ruth, e o China me reforçou, a Ruth te chama, ela pagou... e saímos... me perguntou por onde ia... disse: mais com um meneio de cabeça que com palavras, que ia à casa, que era só descer ali e virar lá e lá estaria, com um donaire nos separamos ali, mas ao dobrar, estava na Couraça dos Apóstolos em Coimbra, contornei-a e ao pé da Sé Velha, avistei um mar azul sem igual, olhei para meus pés que pensei calçassem umas havaianas brancas que comprara num ilha do Peloponeso, que, pordeus, eram umas sandálias  e  greva de couro que subiam pelas canelas até os joelhos, pés e canelas imundos, unhas grandes e muita lama sanguínea sob elas, um grande escudo redondo preso por duas argolas de couro ao antebraço... despojei-me do elmo, couraça, escudo e uma lança de madeira com ponta de bronze já partida... Micenas destruída, abandonada... Não há casa para voltar, nem Penélope... Odisseu! Não, não o Odisseu cantado, homérico, mas proto Odisseu, o derrotado que deu origem ao mito séculos depois...

24 de jun. de 2016

Brexit

Brexit: à falta de inteligência política, se recorreu à maioria.
Não sei se se pode traçar um paralelo no caso Dilmexit! No caso Dilma faltou inteligência política, mas não se recorreu à maioria, por isso é um golpe. Mas esperar o quê, de uma maioria?

Pena Capital

Pena Capital.

As vezes penso que nesse teatro escolhi ou fui escolhido para ser o Covarde. Covardia que chamo de entendimento. Desde os 17 entendo não ser possível brincar de traficante no Oriente, seja lá o que for o Oriente. Por essas e outras aceito o dito riobaldiano: Viver é perigoso. Por obvio, não vivo, discuto a metalinguagem desse teatro absurdo numa mesa de Café com o café frio, enquanto o café quente sempre chega fumaceando, na mesa dos que erram a cena

23 de jun. de 2016

A Condição Humana...

Vivo num país corrompido, entretanto, não quero perder o sentido do verdadeiro e do falso, do correto e do incorreto. Por vezes me pego pensando na laicidade, mas não é o barato, o barato é a mafiosidade. O centro dos problemas está num Estado Mafioso. Instituições Mafiosas. Alem das instituições do Estado, a sociedade civil se organizou mafiosamente. Sem medo de ser leviano, há máfias até de máfias. Com isso, e com esse descampado de máfias, não quero botar em dúvida a existência do bem e do mal, porque seria um álibi para os mafiosos.
Com isso, sem querer, toco neste silêncio oceânico da sociedade civil de auto-indulgência, sabendo que estou sendo repetitivo.
Fala-se muito em educação. O tempo todo: “ Precisamos educar”, “as crianças... futuro da nação”, “Educação....” . No entanto, me parece notório, que nunca tivemos tanta gente que passou pelos bancos escolares, tirante Lula, o Analfabeto, a corrupção no país é comandada por gente diplomada, PhD's...

Uma reflexão de cadeira de balanço, nos dá a dimensão da condição humana. 

Procurando não achar

Hoje li. Li sobre o MP na consttuição, aliás pouco, o parquet é o guardião da lei, mas li artgos de pessoas do setor, contras e favoráveis a pec.  Sou favorável a todos os pec ados, com moderação, menos o sexo e a preguiça. Li sobre nascituros. Li sobre médicos, li até umas dez páginas do Grundisse, onde trata da produção e duas páginas sobre a cultura grega, porque os gregos eram miseráveis (materialmente) mas justo daquela miséria brotou essa nossa cultura. Descontente reli um pedaço d'Ulisses de J.J. onde o cidadão se define como estado, ai por força fui buscar un trcho do Caio Prado Jr, onde este sentimento mazombo subjacente recebe luzes da economia real. Mas a pergunta que me fiz... continua calada...

Diógenes, o da síndrome.

Diógenes, o da síndrome.
Como se sabe, Diógenes, depois de sair com o povo da sua cidade nos seus calcanhares, acusado de falsificação de moeda, viveu durantes anos em Atenas, sua casa era um barril de carvalho francês, uma das habitações prefabricadas  mais procuradas de sua época e ainda atualmente muito apreciada no setor vinícola.  Como também se sabe, Diógenes se caracterizava pela busca de prescindir de tudo aquilo que era supérfluo; não sei se por isso, mas se chamava o cachorro ou o cínico, que é o mesmo. Também é notório que frequentemente circulava pela cidade, a primeira hora do dia, com uma lanterna de óleo, procurando um homem honesto; nunca o encontrou, de modos que ao final, passou a catar tudo que lhe parecesse ter algum interesse e coubesse no barril – de carvalho francês -  até o ponto dele lá não caber e ficar à porta.