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28 de dez. de 2015

Cinismo e Impotência.




Acredito que do pessimismo não brota nada transformador. Não sou de acreditar em profetas nervosos ou líderes providenciais. Acho que coincido com aquele verso de Caetano Veloso, “quem foi ateu e viu milagres como eu..” . E também porque desconfio das lideranças míticas, que em todo caso as escolas de negócios de certo modo conseguiram popularizar. Tudo junto, tenho cá comigo, mais que isso, estou convencido que ao 'progressismo' lhe restam uns quatro dias, e olha que mal acabava de nascer nessa terra do mais puro sentimento mazombo. Diria à boa gente que não convém perder tempo e tentar outras providências.

Politicamente, nossas decisões pessoais e o impacto que elas têm na dimensão grupal, estão ameaçadas pela impotência e o cinismo. O primeiro advém da constatação que quase nada do que fazemos modifica substancialmente a dimensão coletiva ( já que não escapamos do mundo) que vivemos. E como nada acontece como queremos ( a política nos decepciona, as ilusões não coalham e o esforço não traz resultados...) corremos o risco de buscar compensação, indexados pelo cinismo, o máximo de beneficio pessoal. Já vivi em outros países, e a coisa vai mais ou menos pelo mesmo caminho, com mais ou menos intensidade, nos encontramos ciclicamente cercados por essas duas ameaças. Talvez, tal fato tenha a ver com a nossa história, termos desaproveitado oportunidades. A pergunta é: que faremos? Penso que devemos reflexionar sobre o quê estamos fazendo, cada um de nós... O risco que corremos é acabar nos regendo pela desconfiança doentia na coletividade e esquecermos que o quê realmente conta é o esforço cotidiano e a coerência das nossas ações. A outra alternativa é perder tempo e ilusões discutindo seraficamente sobre quem é mais puro e como será o futuro, quando já estivermos mortos.