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19 de mai. de 2016

O Dia que Matei a Mariana. .


Fui tomado de imensa alegria ao me deparar com uma nota de cem reais dentro da biografia de Joyce. O que não esperava é que Mariana -a República - com seu barrete frígio e seus olhos baços e ela toda verde-azulada-cinzenta parcimoniosa girasse a cabeça e me olhasse fixamente, mostrando um sorriso cruel, com dentes afiados, que parecem gritar impacientes. De repente a nota salta para meu pescoço. Arregalo os olhos desmedidamente, enquanto meu cérebro tenta processar o ataque. Agarro a nota de cem, e a arranco de meu pescoço, e meu sangue jorra na parede. Saio para a rua, entro no bar do Toba, peço uma porção, e com o palito de dentes espeto a República bem no coração, transpassando-a. A nota faz um ruído como um furo de pneu e desaparece. Tomo uma cerveja, e logo outra e outra. A mesa parece um tabuleiro de xadrez aonde as peças são o meu consumo. Num copo vejo o reflexo de meus olhos vermelhos e as veias prestes a explodir. O Tobias e os clientes estão aterrorizados, então eu digo: Um Campari, por favor.