8 de abr. de 2016

Muitos Gemidos para um Rato ser Parido. .

Escrevia Horácio há 2000 anos : “parturiente montes, nascetur ridículus mus” ( as montanhas parem um rato ridículo). Fazia referência a outra fábula, escrita 7 séculos antes dele, por Esopo, (livre tradução)
Com vários gestos horrorosos,/
os montes ao parir deram sinais./
Consentiram os homens temerosos

ver nascer os abortos mais fatais./
Depois que com uivos espantosos/
infundiram pavor aos mortais,/
estes montes que ao mundo estremeceram/
um rato foi o que pariram”
Como se o tempo não passasse, a fábula, que fala do fato de que aqueles que mais ostentam, são os que menos fazem, volta a massacrar, com muita atualidade.
Pequeno recuo no tempo.. No portal do g1.globo.com de 27/10/2014, uma pequena manchete “Dilma nega divisão do país....” junto ao resultado das eleições.
Já em 27 de outubro de 2014 começava a se parir este rato, que vinha sendo engendrado há tempos, mas ali começa o grande barulho, o grande ruído, a manutenção das mentiras que já vinham sendo espalhadas, desde os campanários, nos últimos anos, sem pudor, doravante, sem pudor; se obviava a gestão de um nefasto golpe, impedindo o governo de governar.
Tenho claro cá comigo, que os níveis de corrupção generalizada e institucionalizada me são incompreensíveis para uma república democrática. Os políticos formaram bandos delitivos. Todos juntos, com seus roubos sistemáticos, uns uivam que são os outros, apoiados por instituições públicas e privadas, como se nada tivessem, ou têm feito. Mas que no meio desse barulho, o que está em jogo é o Estado de Bem Estar Social, que nunca tínhamos tangenciado, e como meteoro anunciado, passaremos ao largo do nosso planeta distributivo e social imaginário.

Com suas vozes portentosas, com seu alto-falante global de campanário de igreja matriz, anunciam os crimes alheios, primeiro escondendo os próprios, mas escondendo acima de tudo o retrocesso, sem juízo, dos direitos das classes trabalhadoras. Na fábula, tanto barulho dá em vento, mas aqui, o que se vê são perdas inestimáveis. A começar pela própria democracia.

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