18 de abr. de 2016

Eu, O Monstro.

Eu, o Monstro.

Estou com minha miséria existencial até o pescoço. Há coisas para as quais não estou preparado. Hoje enfrento cara a cara a mais dilacerante de todas. Uma ferida que sangra sem remédio. Não é mortal, sei, mas levarei esta cruz pelo resto de minha vida. Minha filha, minha mais e única amada filha, meu tesouro, a luz dos meus olhos, gravou-me em minhas roncaduras. E os botou para que ouvisse. Os ouvi. Os ouvi junto com toda a família. E asseguram que esse estranho ser roncador  que dorme com minha querida Joana, sou eu. Dei um ultimato a minha querida filha: borre esses roncos de seu celular, ou que suporte as consequências... adotar uma filha.

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