7 de set. de 2012

Heidegger e o Nazismo: A noite dos longos punhais.




Em 1933 Hitler é eleito Chanceler da Alemanha, depois de uma caminhada complexa de suas próprias tropas. Uma combinação entre as SA e as SS. Nas SS estava Himmler e SA Ernst Rȍhm. SA os camisas pardas. SS cruz gamada.

Quando foi oferecida a Heidegger a Reitoria da Universidade de Berlim; Heidegger foi visitar um camponês; Heidegger valorizava muito, como o Nacional Socialismo, o homem do campo. Heidegger conta que ao encontrar seu amigo campesino, não trocaram palavras. O camponês, ariano, porque Heidegger fala de seus olhos azuis. Ambos prepararam seus cachimbos. Deram umas baforadas. Heidegger não havia dito o quê o levava àquele encontro, mas depois de um silêncio sábio, e umas baforadas o camponês disse: nicht, seja não. Então Heidegger declinou o convite pela urbe berlinense, e mantendo a lógica, aceitou ficar “pelo interior” na provinciana Friburg.
Acontece que o SA (Sturmabteilung, algo como departamento da tempestade, mas na verdade tropa de assalto). Os Camisas Pardas (SA) de Ernst Rȍhm é quem comandavam as universidades na Alemanha, respaldaram a Heidegger e nesse momento eram três milhões de militantes, e uma das utopias das SA de Ernst Rȍhm era corrigir o rumo, girar a revolução Nacional Socialista em direção ao socialismo. Mas aparece, por exemplo, Von Pappen que diz: Não fizemos uma revolução antimarxista, para levar, então, agora o Nazismo ao Marxismo. Então Hitler resolve as coisas à sua maneira, pouco amável digamos, e convoca a Himmler, Goebbels etc und consorten e produz o que se chama 'A noite das peixeiras compridas” “Nacht der langen Messer” e em quatro dias matam mais de mil pessoas e entre elas a Ernst Rȍhm.
Antes de assumir a reitoria de Friburg e em honra a um herói alemão, venerado pelos camisas pardas, Albert Schlageter que havia dado pela pátria sua vida em França, Heidegger faz um discurso, mui alemão, muito denso, e ao terminar disse: Agora levantemos nossa mão em silêncio, fazendo a saudação nazista.
Heidegger não podia naquele momento desconhecer que o Nacional Socialismo, o Nazismo, era um movimento racista, belicista....
Ao assumir, a reitoria de Friburg, Heidegger pronuncia outro discurso. A esse discurso estão presentes os SA camisas pardas, e os das cruzes gamadas SS, e o estudantado. Heidegger suprime as liberdades acadêmicas, impõe normas rígidas de trabalhos físicos para os estudantes, e logo ao conceito. O conceito fundamental é uma remissão aos gregos. O eixo Atenas Berlim. A remissão está condensada na frase: O começo ainda é. O começo ainda vige. Que nada mais queria dizer, que os alemães deveriam encarnar o espirito grego do ocidente, do mediterrâneo. Os alemães deveriam ser dignos desse inicio. Esta era a meta. A meta alemã de retomar ao espirito de Atenas, via Berlim, começá-lo, levá-lo adiante.
E para terminar o discurso lançou mão de uma frase poderosa, que Heidegger atribui a Platão: “Todo o grande está no meio da tempestade”. Deve-se lembrar que tempestade é Sturm, não é a palavra usada por Platão, mas Heidegger a adapta a sua circunstância, para fazer referência a SA 'Sturmabteilung', tropa de assalto. É uma frase poderosa para um auditório de militantes, depois disso como não atacar a Polônia!? Mas isso foi antes da Nacht der langen Messer.

Heidegger renuncia ao reitorado de Friburgo poucos dias antes desta noite.
Mas em 1935 dá um seminário fundamental que é: Introdução a Metafisica.
Habermas diz que os alunos inciavam o curso como soldados e terminavam como oficiais.
 Heidegger diz:
O mundo atual, a Europa de hoje, em atroz cegueira está se suicidando. Quando no mundo, o tempo é só para medir a rapidez, ou seja só rapidez, e quando o boxeador seja a grande figura de uma nação, quando as grandes massas são igualadas na URSS, quando a simultaneidade nos permite, escutar um atentado em Tóquio e um concerto em Londres, e quando a existência se há desvalorizado, então como velhos fantasmas votarão as velhas perguntas:
Por quê?
Para quê?
Para onde?
E acrescentou: Nós, a Alemanha, somos a última possibilidade do ocidente. Estamos rodeados por tesoura formada pelo mercantilismo americano e a massificação russa. Os americanos devorados pelo mercantilismo, pela conquistas das coisas, os russos pela massificação ditatorial. Alemanha necessita de espaço vital. Frase cara a Nietzsche. Bordão de Hitler. Nossas conquistas, as conquistas armadas alemãs devem ser espirituais. Somos o centro do ocidente e temos que salvar a terra, a devastação da terra pela técnica, a qual está submetida. Porque isto em que vivemos, já não é a terra, porque o homem se esqueceu de ser, e se consagra à conquista e manipulação das coisas, objetos,etc. Isto nada mais é que a coisificação da existência. Na qual o homem se perde como homem, na conquista dos objetos, e ao fazê-lo ele próprio se transforma em coisa. E como coisa já não encontra o ser. Zen. O absoluto. Uma clareira no meio da floresta e onde o homem se comunica com o mais autentico de si.









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